Bolsas europeias caem mais de 2% e futuros de NY sinalizam continuidade das perdas

Clima de cautela prevalece nos negócios em meio às preocupações com o impacto da inflação elevada no crescimento econômico global

As principais bolsas europeias iniciaram o pregão no vermelho, contaminadas pelas perdas aceleradas da véspera em Nova York, sendo que os futuros dos índices de ações americanos indicam uma extensão da queda de ontem no pregão de hoje. O clima de cautela prevalece nos negócios, em meio às preocupações com o impacto da inflação elevada no crescimento econômico global.

Por volta das 7h15, o índice Stoxx Europe 600 caía 2,12%, aos 424.76 pontos. Nas bolsas, Londres recuava 2,46%, aos 7.255 pontos; Paris tinha queda de 2,14%, aos 6.217 pontos; enquanto Frankfurt cedia 2,02%, aos 13.725 pontos. Entre os setores, as montadoras e as varejistas estavam entre os piores desempenhos.

Já em Nova York, no pré-mercado, o futuro do Dow Jones cedia 1,34%; o do S&P 500 declinava 1,43% e o do Nasdaq perdia 1,54%, em um sinal de que o mercado acionário americano deve estender as perdas, um dia após os três índices acionários amargarem queda entre 3,5% e 5%.

“Mais do que nunca, parecem ser necessárias provas de que o pico da inflação foi alcançado para que o mercado possa se recuperar de forma sustentada”, disse o gestor de ativos Louis Navellier. “A inflação está atingindo todos os aspectos, seja nos balanços das empresas, seja na cadeia de suprimentos”, emendou Nick Giacoumakis, presidente e fundador da NEIRG Wealth Management.

As preocupações com a alta da inflação elevam os riscos quanto à resposta dos principais bancos centrais globais, que podem adotar uma política monetária ainda mais agressiva, apertando a taxa de juros. “Tudo começou quando o Fed [Federal Reserve] ameaçou elevar a taxa de juros para além do nível neutro”, resume, em relatório, o estrategista global do Rabobank, Michael Every. A isso, somam-se os desdobramentos da guerra na Ucrânia.

Bolsas da Ásia fecham em queda

As principais bolsas asiáticas encerraram as sessão em forte queda, pressionadas pelas perdas aceleradas em Nova York ontem, em meio às preocupações com o impacto da inflação elevada no desempenho financeiro das empresas e também na atividade econômica. Hong Kong e Tóquio lideram o movimento, ao passo que Xangai conseguiu encerrar em alta.

Ao final da sessão regular, o índice japonês Nikkei 225 fechou em baixa de 1,89%, aos 26.403 pontos, reagindo à notícia de que o Japão registrou déficit comercial em abril, apesar do enfraquecimento do iene ante o dólar e em meio ao salto de 28% nas importações, a US$ 70 bilhões, no maior valor desde o início da série histórica, em 1979.

Na China, Hong Kong cedeu 2,54%, aos 20.121 pontos, enquanto Xangai teve valorização de 0,36%, aos 3.097 pontos. Já a Bolsa de Seul, na Coreia do Sul, caiu 1,32%, aos 2.591 pontos. Ainda na região Ásia-Pacífico, a Bolsa de Sydney caiu 1,65%, a da Malásia cedeu 0,35% e a de Cingapura recuou 0,95%. Na outra ponta, a Bolsa da Indonésia subiu 0,44%.