Ibovespa recua e dólar fecha a semana em forte alta com Fed no radar

Investidores precificaram aperto monetário nos Estados Unidos e inflação na Europa

A sexta-feira (19) trouxe forte correção ao mercado acionário enquanto o bom humor observado nas últimas semanas ficou de lado. O Ibovespa fechou em queda de 2,04%, para 111.496 pontos, com poucas ações no campo positivo. Com o resultado, a Bolsa termina a semana em queda de 1,12%.

Já o dólar fechou quase estável, em queda de 0,06%, negociado a R$ 5,1685. A divisa norte-americana fecha a semana em alta de 1,86% ante o real.

Investidores precificaram a próxima alta de juros nos Estados Unidos. As apostas se dividem entre alta de 0,75 ponto percentual ou 0,5 p.p. Notícias sobre inflação na Alemanha e na Europa, além de desaceleração econômica na China, fazem os agentes procurarem ativos de segurança, como o dólar. 

As perspectivas para a política monetária do Fed oscilaram bastante nesta semana, com a divulgação da ata do Fed na quarta-feira alimentando a esperança de que o BC americano poderia reduzir o ritmo de alta de juros nos próximos meses. Mas esta perspectiva se enfraqueceu desde então, com integrantes do Fed falando que ainda é necessário elevar bastante os juros para controlar a inflação.

Destaques do Ibovespa

Apenas nove ações que compõem o Ibovespa fecharam em alta hoje. As mais pesadas ajudaram a derrubar o índice. Os papéis da Petrobras (PETR4) tiveram forte correção e caíram 5,06% depois de uma semana de ganhos para o ativo.

A estatal comunicou hoje que concluiu a compra de participação de 50% da sociedade Ibiritermo, com a transferência da Usina Termelétrica (UTE) Ibirité para a companhia. A participação era detida pela Edison. Com a operação, a Petrobras passa a deter toda a propriedade da usina Ibirité e o capital social da Ibiritermo, iniciando as medidas para interromper a liquidação da sociedade.

As ações da Vale (VALE3), as mais pesadas do Ibovespa, tiveram recuo de 1,12%. Todos os papéis ligados ao minério de ferro sofreram desvalorização hoje.

Já a CCR comunicou ao mercado que assinou aditivo de contrato com o Estado de São Paulo estabelecendo que o reajuste tarifário deve ocorrer até 16 de dezembro deste ano. As ações da empresa fecharam em queda de 1,2%.

As ações da Fleury (FLRY3) foram uma das nove a fechar em alta hoje (+0,37%) depois que acionistas aprovaram a fusão da empresa com a Hermes Pardini. A transação ainda depende do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).