Juros futuros têm forte alta com petróleo e dólar abre em queda

Aumento dos combustíveis deve pressionar inflação em todo o mundo

Os juros futuros abriram a quinta-feira em forte alta, refletindo o salto dos preços do petróleo no mercado internacional, enquanto o dólar se ajustava em queda nos primeiros negócios. Por volta de 9h40, a moeda americana diminuía 0,32%, cotada a R$ 5,0888 no começo da sessão, depois de bater mínima a R$ 5,0858. No mesmo horário, o dólar ganhava 0,19% na comparação com o peso mexicano e recuava 0,47% ante o rand sul-africano. A divisa americana disparava 2,8% diante do rublo russo, que se desvalorizava para 111,56 por dólar.

Já no mercado de juros, as taxas futuras reagiam em alta com o aumento dos riscos inflacionários, em meio à escalada dos preços do petróleo. No mesmo horário acima, a taxa do contrato futuro de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 subia de 12,63% no ajuste anterior para 12,735%; a taxa do DI janeiro de 2024 escalava de 12,16% para 12,32%; a do DI janeiro de 2025 avançava de 11,54% para 11,67%; e a do DI janeiro de 2027 tinha alta de 11,41% para 11,49%.

Os mercados financeiros globais seguem ponderando as consequências da guerra na Ucrânia e, no oitavo dia desde a invasão da Rússia ao país, agentes do mercado ficam atentos ao andamento de negociações entre representantes russos e ucranianos. Em meio aos temores de interrupção do fornecimento da oferta, o preço do barril do petróleo West Texas Intermediate (WTI), a referência americana da commodity negociada na Nymex, renovou a máxima desde 2008, potencializando os riscos inflacionários da crise geopolítica.

Nesta manhã, o contrato futuro de WTI para abril escalava 2,51%, cotado a US$ 113,38 por barril. Já o Brent, referência global do petróleo, atingiu os maiores níveis em nove anos e o contrato futuro para março se mantinha acima de US$ 114 por barril.

Enquanto os investidores aguardam as conversas sobre o cessar-fogo na Ucrânia e a Rússia avança sobre as duas maiores cidades do vizinho, Kiev e Kharkiv, a avaliação dos analistas do Danske Bank é de que os preços do petróleo devem permanecer elevados até uma recuperação mais pronunciada do dólar global.

“No geral, os mercados parecem esperar por notícias sobre o rumo da guerra e se o Ocidente impõe mais sanções à Rússia ou não. Sem grandes notícias nos últimos dois dias, as coisas parecem mais calmas agora, mas isso pode mudar de repente se a guerra diminuir ou piorar”, dizem os profissionais do banco dinamarquês.

Na agenda do dia, os destaques são a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Banco Central Europeu, divulgada há pouco, enquanto o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, presta depoimento, às 12h, ao Comitê de Assuntos Bancários, Habitacionais e Urbanos do Senado. Na véspera, discursando à Câmara dos Representantes dos EUA, Powell disse que proporá um aumento de 0,25 ponto percentual dos Fed Funds em março, em meio ao aumento da incerteza econômica global com a situação na Ucrânia.

(Do Valor PRO, o serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico)