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Lucro da Vale (VALE3) recua 18,5% no terceiro trimestre; Ebitda frustra projeções do mercado
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O resultado em dólares ficou acima da média das prévias de cinco bancos, que era de US$ 2,50 bilhões. A mineradora fechou o terceiro trimestre com lucro líquido de US$ 4,46 bilhões
O resultado operacional da Vale no terceiro trimestre do ano sofreu o efeito negativo da queda nos preços do minério de ferro e do níquel. A mineradora teve receita de vendas de R$ 52 bilhões de julho a setembro, 19,2% abaixo de igual período do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em R$ 19,28 bilhões, redução de 46,5% sobre o mesmo trimestre de 2021. O número ficou abaixo do consenso de mercado. E o lucro da empresa atingiu R$ 23,28 bilhões, número 18,5% menor em relação a julho-setembro do ano passado.
A Vale reconheceu que a queda nos preços do minério de ferro e do níquel se refletiu nos negócios da empresa no terceiro trimestre. A companhia registrou preço médio realizado para os finos de minério de ferro de US$ 92,6 por tonelada de julho a setembro, recuo de 27,2% em relação aos US$ 127,2 de igual período de 2021. No níquel, o preço médio realizado foi de US$ 21,6 mil por tonelada, queda de 17,3% na comparação com o segundo trimestre deste ano e alta de 19% sobre o terceiro trimestre do ano passado. No cobre, o preço realizado foi de US$ 6,47 mil por tonelada, queda de 18,3% sobre o terceiro trimestre de 2021.
Em mensagem aos acionistas, o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, afirmou: “Nosso desempenho operacional no trimestre foi sólido em todo o nosso portfólio, com a produção de minério de ferro atingindo 90 milhões de toneladas e os volumes de níquel e cobre aumentando consideravelmente. Enquanto o mundo enfrenta crescentes pressões inflacionárias, continuamos focados na disciplina de custos e na melhoria da confiabilidade operacional.”
No relatório de produção divulgado na semana passada, o volume de minério de ferro da empresa situou-se em 89,7 milhões de julho-setembro. Ontem, a empresa divulgou que nos finos de minério de ferro vendeu 65,3 milhões de toneladas e 3,66 milhões de toneladas de minério bruto. Historicamente, a Vale produz mais do que vende a cada trimestre e faz estoques estratégicos ao longo da cadeia, inclusive na China, o principal mercado da empresa.
De julho a setembro, o custo de produtos vendidos (CPV) no minério de ferro subiu 5,14%, para US$ 4,3 bilhões. O CPV total das operações, reunindo minério de ferro, metais e outros produtos, foi de US$ 6,3 bilhões no terceiro trimestre, com alta de 15,1% em relação a igual período do ano passado. Só os fretes marítimos, componente importante nos nos custos da Vale, ficaram em US$ 1,23 mil por tonelada, alta de 15,8% sobre julho-setembro de 2021. O chamado custo caixa C1, excluindo compras de terceiros, situou-se em US$ 19,4 por tonelada, alta de 10,2% na comparação anual. O custo C1 inclui atividades de mina e logística até o porto, onde se embarca o produto.
Apesar da redução nos preços e do aumento de custos, a Vale continuou competitiva. O preço de equilíbrio (“break-even”) do minério de ferro e pelotas entregue na China ficou em US$ 58,2 por tonelada, alta de 1,21% sobre os US$ 57,5 por tonelada de um ano atrás. O número dá uma amostra de como a Vale consegue ser rentável mesmo em um cenário de queda nos preços do minério de ferro. O preço de referência do minério de ferro no mercado situou-se, no terceiro trimestre, em US$ 103,3 por tonelada, queda de 36,5% na comparação com os US$ 162,9 por tonelada do terceiro trimestre de 2021.
Análise do resultado da VALE3
Leia a análise completa de Research do Itaú BBA sobre o balanço.
Este é um conteúdo jornalístico produzido pela redação da Inteligência Financeira e que inclui informações do time de analistas de valores mobiliários da área de Research do Itaú BBA. Para ler a íntegra das análises do time, que desenvolvem relatórios a partir de informações públicas das empresas, clique e leia o documento em PDF.
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