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Petrobras tem novo presidente; sai José Mauro Coelho, entra Caio Paes de Andrade
O presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, foi demitido do cargo por Jair Bolsonaro apenas 40 dias após ser nomeado. No lugar dele, assume Caio Mário Paes de Andrade, atualmente secretário especial de desburocratização da equipe de Paulo Guedes no Ministério da Economia. O anúncio foi feito há pouco pelo Ministério de Minas e Energia.
Bolsonaro tem criticado duramente a política de preços da Petrobras, que acompanha as cotações do combustível no mercado internacional. As fortes altas da gasolina, do gás de cozinha e do diesel neste ano têm contribuído para impulsionar a inflação e ameaçar a reeleição de Bolsonaro.
Em comunicado, o ministério deixa claro o motivo da mudança. “O Brasil vive atualmente um momento desafiador, decorrente dos efeitos da extrema volatilidade dos hidrocarbonetos nos mercados internacionais. Adicionalmente, diversos fatores geopolíticos conhecidos por todos resultam em impactos não apenas sobre o preço da gasolina e do diesel, mas sobre todos os componentes energéticos”, diz o documento publicado em seu site. “Dessa maneira, para que sejam mantidas as condições necessárias para o crescimento do emprego e renda dos brasileiros, é preciso fortalecer a capacidade de investimento do setor privado como um todo. Trabalhar e contribuir para um cenário equilibrado na área energética é fundamental para a geração de valor da empresa, gerando benefícios para toda a sociedade.”
Desde que o ministro de Minas e Energia foi trocado, em 11 de maio, teme-se uma maior intervenção do governo na administração da companhia. Bento Albuquerque foi substituído por Alberto Sachsida, também membro da equipe do Ministério da Economia e bolsonarista convicto. Coelho havia convencido Albuquerque de que a companhia não poderia ceder à pressão de Bolsonaro para controlar os preços, mas, quando o ministro caiu, a Petrobras entendeu que também havia caído o último entrave para a adoção de uma política de controle de preços.
Entre as medidas aventadas pela equipe econômica nos últimos dias para tentar amortecer o impacto dos aumentos, está fixar um prazo de 100 dias para os ajustes, reduzindo a volatilidade e proporcionando mais previsibilidade para os motoristas.
Terceiro presidente da Petrobras na gestão Bolsonaro, Andrade é formado em comunicação social pela Unip (Universidade Paulista), pós-graduado em administração e gestão pela Universidade Harvard e mestre em administração de empresas pela Universidade Duke, segundo o ministério.
“O indicado reúne todos as qualificações para liderar a companhia a superar [sic] os desafios que a presente conjuntura impõe, incrementando o seu capital reputacional, promovendo o contínuo aprimoramento administrativo e o crescente desempenho da empresa, sem descuidar das responsabilidades de governança, ambiental e, especialmente, social da Petrobras”, afirma o comunicado. “O governo renova o seu compromisso de respeito à governança da empresa, mantendo a observância dos preceitos normativos e legais que regem a Petrobras.”
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