MRV tem prejuízo no 2° tri, mas prevê melhora com Minha Casa Minha Vida

Incluindo, porém, o resultado positivo de uma operação financeira envolvendo ações da MRV com bancos, a empresa teve lucro de R$ 181 milhões
Pontos-chave:
  • Construtora estima que atualização do programa vai ajudá-la nos próximos trimestres

A MRV (MRVE3) teve prejuízo no segundo trimestre, mas previu evolução nos próximos meses de olho em maiores vendas dentro do programa Minha Casa Minha Vida.

A maior construtora residencial do país anunciou nesta quarta-feira (9) que teve prejuízo ajustado de R$ 20 milhões, ante lucro de R$ 217 milhões um ano antes.

Incluindo, porém, o resultado positivo de uma operação financeira envolvendo ações da MRV com bancos, a empresa teve lucro de R$ 181 milhões.

Numa mão, a companhia relatou ter tido de abril a junho no Brasil o maior volume de vendas de sua história, R$ 2,2 bilhões, alta de 49,9% em relação a igual período de 2022.

Porém, suas vendas líquidas totais, de R$ 2,62 bilhões, subiram apenas 0,4% no comparativo anual, refletindo o recuo de 63,7% na operação da MRV nos Estados Unidos, a Resia.

Aqui no Brasil, a companhia também teve queda de 39,3% nos lançamentos ano a ano, a R$ 1,29 bilhão.
Isso refletiu o foco da empesa na venda de estoques que tinha acumulados, disse à Inteligência Financeira o diretor de finanças e relações com investidores da MRV, Ricardo Paixão.

“Houve também muitas unidades já vendidas, mas cujas receitas das vendas vão entrar nos próximos trimestres”, disse ele.

Minha Casa

Segundo o executivo, a tendência é de alinhamento da velocidade de lançamentos e vendas da MRV nos próximos trimestres, diante da nova fase do Minha Casa Minha Vida.

O programa, relançado no mês passado com teto maior de financiamento, também tem taxas de juros menores.

Isso fez com que o estoque de imóveis da companhia no Brasil enquadrado no programa subisse de 62% para 92% do total.

Além disso, a companhia tem conseguido reprecificar suas vendas, repassando parte do aumento de preços que teve nos últimos anos.

Assim, a margem bruta da MRV atingiu 22,1% no segundo trimestre, 3,2 pontos a mais do que um ano antes.

Evolução

Com esse conjunto, a MRV colocou fim a um ciclo de queima de caixa que fez sua dívida líquida dar um salto de 85,2% em 12 meses até junho, chegando a R$ 5,5 bilhões.

A MRV viu seu caixa diminuir em R$ 145 milhões no segundo trimestre.

Esse número, embora tenha sido melhor do que no começo deste ano, ainda se contrapõe a um aumento de R$ 343 milhões um ano antes.

No relatório de resultados, a companhia afirmou que os R$ 1 bilhão captados no mês passado com uma oferta de ações devem ajudá-la acelerar o processo de redução do endividamento.