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Até aqui, Ibovespa tem o melhor desempenho para agosto em 19 anos
A maldição de agosto, que assolou o Ibovespa nos últimos quatro anos, pode ser finalmente quebrada. Se a performance continuar na média observada nos últimos dias, o índice de ações caminhará para fechar o período no campo positivo pela primeira vez desde 2017.
Entre 2018 e 2021, o mês foi de prejuízo no mercado, com baixas de 3,21%, 0,67%, 3,44% e 2,48%, respectivamente.
A valorização do principal índice de ações da Bolsa tem potencial para ser recorde. Somente entre os dias 1 e 19 de agosto, o indicador acumula uma alta de 8,08%. É o melhor desempenho para as três primeiras semanas do mês desde 2003. Os dados foram levantados por Matheus Spina, da TC/Economatica, a pedido do Estadão.
Uma onda de otimismo invadiu as bolsas do Brasil e dos EUA. O S&P 500, por exemplo, acumula alta de 2,39% nos últimos 20 dias, enquanto o Dow Jones sobe 2,57% e Nasdaq tem valorização de 2,54%. Muito desse novo fôlego aconteceu na esteira dos dados melhores que o esperado para inflação.
No Brasil, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma deflação (queda de preços) recorde em julho deste ano, de 0,68%. Já o CPI, indicador americano de inflação, acumulou 8,5% de alta em 12 meses até julho, quando a expectativa era de um percentual de 8,7%. Os indicadores foram divulgados entre os dias 9 e 10 de agosto e alimentaram o apetite a risco dos investidores nas sessões seguintes.
A melhora reforçou ao mercado que o ciclo de alta dos juros no cenário doméstico estava chegando ao final. Existe uma percepção de que a briga contra a inflação está dando certo.
Já em relação aos EUA, o sentimento foi de que talvez o Fed (banco central norte-americano) precisasse subir menos os juros para conter a alta nos preços. Em tempo, quando os juros americanos estão mais altos, os títulos públicos dos EUA (treasuries), considerados os mais seguros do mundo, ficam mais atrativos.
A alta nos rendimentos desses títulos diminui o custo de oportunidade do investimento na renda variável. Principalmente nas bolsas de países emergentes, como o Brasil, em que o risco é maior.
A perspectiva de que os juros não ficariam tão altos em função da inflação mais baixa resultou em um alívio nos setores mais sensíveis aos ciclos econômicos, tanto nos EUA quanto no Brasil. É o caso de tecnologia e varejo, que estavam há meses registrando quedas e registraram grande recuperação nas últimas semanas.
Os resultados do 2° trimestre das companhias listadas também nutriram o otimismo do mercado, com números em média acima das expectativas. Empresas como Petrobras e Banco do Brasil, entre outras, divulgaram números muito acima do esperado.
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