Resultado de IPCA-15 de fevereiro confirma viés de alta da inflação em 2022, diz Rio Bravo

A inflação medida pelo IPCA-15 em fevereiro ficou em 0,99%, a maior taxa para o mês desde 2016

Com uma taxa acima das previsões e uma inflação persistente e disseminada, o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de fevereiro confirma o viés de alta para a inflação em 2022. A avaliação foi feita há pouco pelo economista da Rio Bravo Investimentos Luca Mercadante, que estima que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre este ano com alta de 5,4%.

“O resultado veio acima do teto das previsões e mostra uma inflação que continua persistente e disseminada na economia. O cenário é ruim e as pressões que temos continuam altistas. Nossa projeção é de 5,4% com viés de alta”, explica o economista.

A inflação medida pelo IPCA-15 em fevereiro ficou em 0,99%, a maior taxa para o mês desde 2016 (1,42%), e também bem acima da mediana das projeções de consultorias e instituições ouvidas pelo Valor Data (0,87%) e fora do intervalo das estimativas (que era de 0,77% a 0,96%).

Mercadante ressalta que, apesar do novo recuo da economia esperado para 2022 – a projeção da Rio Bravo é de queda de 0,2% -, a inflação continuará pressionada, puxada por fatores como alta dos preços de commodities, continuidade dos problemas de abastecimento na cadeia produtiva, incertezas com a situação fiscal e de problemas climáticos.

“A desaceleração que se esperava parece menor. Os riscos fiscais devem ser relevantes, teremos pressão de commodities, por petróleo e de minério de ferro, até com essa influência da crise da Ucrânia. Temos pressão também de uma persistência dos gargalos da indústria. A política de covid zero na China tem contribuído muito para isso, vamos continuar com esse problema em 2022”, aponta Mercadante.

Com Valor Pro, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.