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Real digital vai democratizar acesso dos brasileiros aos produtos de investimentos
Nesta entrevista com Fabio Araújo, economista do Banco Central, você vai conhecer os detalhes da nova moeda
O sucesso do Pix resultou na inclusão de muitos brasileiros no sistema de pagamentos brasileiro. Agora, o Banco Central (BC) quer democratizar o acesso das pessoas a diferentes investimentos por meio do real digital, explica o economista do Banco Central, Fabio Araújo, responsável pelo projeto real digital no Brasil. “Quem tiver uma carteira com o real digital, vai poder comprar diretamente o título público no sistema do Tesouro Direto ou outros ativos, explica o economista em entrevista à Inteligência Financeira.
Referência na disseminação do Pix entre a população, o Brasil tem ajudado outros países a avançar no debate internacional de uso de tecnologia em meios de pagamento.
De acordo com Fabio Araújo, o Pix causa muito interesse internacional. Por esse motivo, o andamento do projeto do real digital do Brasil também contribui para a discussão de tecnologia dos bancos centrais em outros países.
Há cerca de 100 bancos centrais estudando moeda digital. Alguns deles já estão mais adiantado, como o banco central no Caribe e um banco da Uganda que tem, oficialmente, a própria moeda digital, diz o economista do BC.
“A China tem um projeto piloto, em fase de teste com 250 milhões pessoas, maior do que a população brasileira”, afirma Araújo.
No Brasil, há uma série de testes planejados pelo Banco Central para a participação das pessoas com o real digital no final de 2024.
No momento, o BC está iniciando um piloto com vários bancos, em fase de seleção de participantes.
A capacidade de emissão da moeda real, seja em ambiente convencional quanto em ambiente digital, será a mesma pelo Banco Central.
“Não há diferença entre a moeda convencional e a moeda digital. Ambas terão o mesmo preço”, explica o economista.
Quem recebe salário em real digital, vai poder fazer transferências e sacar o dinheiro em moeda convencional. O pagamento vai interagir com todos os sistemas já vigentes, diz Araujo.
Receber o salário em moeda digital ou moeda convencional vai depender da adaptação da pessoa à tecnologia.
Segundo Fabio Araujo, se a pessoa consome muitos produtos que usam a tecnologia digital, o banco pode fazer o pagamento no formato digital. Mas, se a pessoa é usuária do sistema convencional, o pagamento será no real convencional.
Ele explica que alguns países pretendem limitar o acesso ao real digital. Nesse caso, há o risco de pessoas começarem a vender cotas do real digital. Não é o caso do Brasil.
Uma das vantagens de ferramentas digitais é o maior controle das transações feitas, dificultando a lavagem de dinheiro.
A pessoa tem de se identificar para usar o serviço e, ao mesmo tempo, o banco saberá todas as transações que estão sendo feitas, respeitando sempre a lei de proteção dos dados, explica o economista do Banco Central.
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