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O que esperar da divulgação do CPI, dados de inflação ao consumidor nos EUA
O principal dado de inflação para a economia norte-americana, o CPI – Índice de Preços ao Consumidor, sai logo mais às 9h30, dias antes da próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), em 20 e 21 de setembro. Veja abaixo as principais questões para os investidores.
Por que tanta expectativa pela divulgação do chamado CPI, a inflação ao consumidor, hoje nos EUA?
Este será um dos dados mais importantes em setembro para os mercados financeiros uma vez que a inflação é observada muito de perto atualmente por causa do ciclo de alta de juros pelo Fed, o BC americano. Não só a inflação provocou taxas de juros muito mais altas, como assim deve continuar acontecendo no curto prazo, já que o presidente do Fed, Jerome Powell, deixou claro em um discurso no Simpósio de Jackson Hole que é improvável que as taxas recuem até que as autoridades estejam muito confiantes de que a inflação está bem sob controle.
E o que o mercado espera para os números?
Depois da deflação observada no CPI de julho, os analistas passaram também a projetar um número negativo em agosto. O índice cheio deve cair 0,1% contra julho, ou seja, mostrar uma deflação no mês, e passar de 8,5% para 8,1% na base anual. É um bom resultado, já que mostra desaceleração dos preços. Mas temos aí um problema. O núcleo do índice, aquele que retira os itens mais voláteis, como energia e alimentos, deve traçar uma trajetória inversa, que é de alta de 5,9% para 6,1% porque apesar dos preços do petróleo terem caído recentemente, os preços de habitação continuam pressionados.
E o que representa esta alta do núcleo?
Se esta elevação da chamada “inflação subjacente” se confirmar, o Fed deve elevar novamente a taxa de juros em 0,75 ponto percentual na proxima decisão, no dia 21 de setembro. Isso porque não apenas Powell disse que o dado positivo do CPI em julho foi insuficiente para dar ao Fed confiança de que a inflação estava realmente voltando para a meta de 2%, como vários diretores do banco central americano vêm reafirmando a necessidade de não reduzir o ritmo de aperto monetário até que se tenha certeza de que a “desinflação” esteja acontecendo de fato.
E o que esperar da reação do dólar neste cenário?
O dólar deve continuar em alta pelo menos até a próxima reunião do Fed porque nesta reunião o BC americano vai também divulgar suas novas projeções macroeconômicas e para a trajetória dos juros. Mas falando do curtíssimo prazo, o dólar abriu em queda nesta terça-feira (como operou na segunda o dia todo), pode cair mais se os dados de inflação ficarem abaixo do consenso do mercado. Isso aconteceria junto com a queda das expectativas de alta de juros colhidas nos preços dos títulos públicos negociados no mercado. Nesta manhã, os títulos mostram aposta de 84% para uma alta de 0,75 ponto para os juros (para 3-3,25%).
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