NY: Bolsas fecham em queda na véspera de CPI e após BCE indicar alta de juros na Europa

Mercados seguem agitados em meio a preocupações de inflação forte, na véspera da divulgação dos dados de preços ao consumidor de maio

Os três principais índices acionários de Wall Street encerraram a sessão desta quinta-feira com perdas consistentes, um dia antes da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), referente ao mês de maio nos Estados Unidos. A sessão também foi marcada pelo avanço dos yields dos títulos do Tesouro americano, em dia de decisão do Banco Central Europeu (BCE). Com a indicação de alta de juros na zona do euro a partir de julho, os rendimentos dos títulos alemães saltaram hoje, dando tração ao avanço dos yields dos papéis americanos.

Terminado o pregão de hoje, o índice Dow Jones fechou em queda de 1,94%, a 32.272,79 pontos, enquanto o S&P 500 recuou 2,38%, a 4.017,82 pontos, e o Nasdaq caiu 2,75%, a 11.754,23 pontos. Todos os índices setoriais do S&P 500 fecharam no vermelho na sessão desta quinta. Os piores desempenhos ficaram com os segmentos de serviços de comunicação e tecnologia, com quedas de 2,75% e 2,72%, respectivamente.

O avanço dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano continuam ameaçando as áreas mais atreladas ao crescimento do mercado financeiro, o que engloba as grandes empresas de tecnologia. Aumentos mais consistentes dos juros devem manter os rendimentos dos papéis de curto prazo pressionados para cima. Por isso a atenção se concentra nos dados do CPI a serem divulgados amanhã. A expectativa é que, no recorte anual, o índice avance 8,3%, mantendo o ritmo da leitura referente ao mês de abril.

“Os mercados permanecem agitados em meio a preocupações de inflação forte e na véspera dos principais dados de preços ao consumidor de maio. Os títulos do Tesouro estão em sua maioria mais baixos, pois os rendimentos no intervalo curto e médio da curva estão subindo e o dólar americano ficou mais alto”, escreveu a corretora Charles Schwab, em nota.

Perto das 17h30, o índice DXY, que mede o peso do dólar ante seis moedas de mercados desenvolvidos, subia 0,76%, a 103,325 pontos. Já o yield da T-note de dez anos operava em alta, a 3,044%, de 3,022% da última sessão.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro seguiram parte do que ocorreu na Europa, com o Bund alemão de dez anos saltando após a indicação do BCE sobre um aumento de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros em julho, e um aumento até maior na reunião de setembro.

Entre as ações, a Tesla até chegou a registrar algum ganho, mas os perdeu diante do pessimismo generalizado e caiu 0,89% na sessão. O avanço vinha se dando após a recomendação do banco suíço UBS pela compra das ações da fabricante de veículos elétricos.