Mulheres executivas ganham 25% menos que seus pares homens nos EUA – maior disparidade em 10 anos

A disparidade salarial entre homens e mulheres nos principais cargos executivos das empresas que compõem o índice S&P 500 no primeiro ano da pandemia foi a maior desde 2012
Pontos-chave:
  • Em 2020, as mulheres que ocupavam cargos de diretoria ganharam o equivalente a 75% do que seus colegas do sexo masculino levaram para casa, segundo um relatório divulgado pela Morningstar

A disparidade salarial entre homens e mulheres nos principais cargos executivos das empresas que compõem o índice S&P 500 no primeiro ano da pandemia foi a maior desde 2012, alimentada em parte pelos ganhos desproporcionais dos executivos do sexo masculino com a remuneração baseada em ações.

Em 2020, as mulheres que ocupavam cargos de diretoria ganharam o equivalente a 75% do que seus colegas do sexo masculino levaram para casa, segundo um relatório divulgado pela Morningstar. Essa é a maior diferença em nove anos e abaixo dos 88% – percentual mais alto – de 2018.

De acordo com o estudo, havia um pouco mais de mulheres nos empregos mais bem pagos em empresas públicas do que nos anos anteriores e seus salários eram semelhantes aos dos homens em funções similares.

No entanto, a maior parte da remuneração dos executivos vem de prêmios relacionados a ações e, lá, os homens superaram as mulheres em 30 pontos percentuais. Dos 18 executivos que ganharam mais de US$ 50 milhões em 2020, apenas um era mulher, segundo o relatório.

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A Morningstar analisou dados de registros regulatórios anuais de empresas públicas referentes à remuneração de diretores executivos, diretores financeiros e os três executivos mais bem pagos.

Equiparação? Só daqui a quatro décadas

Nos Estados Unidos, as mulheres ganham, em média, 83% do que os homens, em parte porque tendem a ter os empregos com salários mais baixos.

No ritmo atual de progresso, levará mais quatro décadas para que as mulheres alcancem a paridade com funcionários do alto escalão, conhecidos como C-suite, por exemplo, de acordo com Morningstar. Mas a análise do grupo também mostra que, mesmo entre os mais bem pagos, existem diferenças de gênero.

As empresas estão sob crescente pressão dos acionistas para divulgar diferenças salariais de gênero e raça como uma forma potencial de criar mais paridade. Citigroup, Starbucks e Mastercard estão entre os poucos que divulgam publicamente quanto os homens ganham em comparação com as mulheres entre suas forças de trabalho nos EUA.

As empresas no Reino Unido precisam compartilhar essas informações publicamente para seus funcionários sediados por lá.

Sete estados americanos também exigem que os anúncios de emprego mostrem uma faixa salarial para que as mulheres tenham mais chances de receber o mesmo salário que os homens. A cidade de Nova York adicionará esse requisito em maio.

No geral, o salário dos executivos do S&P 500 aumentou 24% de 2012 a 2020. Os homens levaram para casa a maior parte desses ganhos, vendo um aumento de 27% em comparação com um salto de 10% para as mulheres.

Com agências internacionais.