Febraban: bancos deixarão de oferecer transferências via DOCs até fevereiro de 2024

A modalidade será extinta tanto para pessoas físicas quanto para jurídicas

Os bancos associados à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) deixarão de oferecer as operações via Documento de Ordem de Crédito (DOC) para pessoas físicas e jurídicas até 29 de fevereiro de 2024, informou a entidade nesta quinta-feira (4).

Desse modo, a Febraban destaca que, criado em 1985 pelo Banco Central, o DOC perdeu espaço para formas mais rápidas e mais baratas de transferência de recursos. “O uso dessas operações vem caindo continuamente nos últimos anos, principalmente após o lançamento do Pix, em novembro de 2020”, afirma.

Pouco mais de 3% das operações são feitas via DOC

Aliás, um levantamento feito pela Febraban sobre meios de pagamento com base em dados divulgados pelo Banco Central revela que as transações via DOC em 2022 somaram 59 milhões de operações. Ou 3,7% do total de 63,071 bilhões de operações feitas no ano.

De acordo com a pesquisa, o DOC ficou bem atrás de:

  • Cheques (202,8 milhões);
  • TED (1,01 bilhão);
  • Boleto (4 bilhões);
  • Cartão de débito (15,6 bilhões);
  • Cartão de crédito (18,2 bilhões);
  • Pix (24 bilhões).

“Além do DOC, serão descontinuadas as operações de Transferência Especial de Crédito (TEC), feitas exclusivamente por empresas para pagamento de benefícios a funcionários”, explica a Febraban.

Custo-benefício

Dessa forma, os bancos têm até fevereiro de 2024 para extinguir as operações. “O prazo considera a necessidade de os bancos não emissores manter seus sistemas de recebimento ativos para processar DOCs e TECs.”

“A extinção das duas modalidades de meio de pagamento também foi motivada pela experiência e o custo-benefício aos clientes. Afinal de contas, outras modalidades de operação oferecem o mesmo serviço de maneira instantânea. A exemplo da TED, e sem custo, no caso do Pix, nas transações de menor valor”, acrescenta a entidade.

“A Febraban e os bancos estão constantemente avaliando a modernização e atualização de todos os meios de pagamentos utilizados no país, a fim de melhorar a conveniência para os clientes”, afirma Isaac Sidney, presidente da Febraban.

“Com o surgimento do Pix e a alta movimentação bancária com menores taxas, tanto a TEC quando o DOC, deixaram de ser a primeira opção dos clientes, que têm dado preferência ao Pix, por ser gratuito e instantâneo.”

Baixo valor para transferência

A Febraban lembra que tanto na TEC quanto no DOC o valor máximo transacionado é de até R$ 4.999,99. Que pode ser agendado para beneficiar outra conta, inclusive de um banco diferente.

As movimentações feitas por meio do DOC são efetivadas um dia depois de o banco receber a ordem de transferência. Enquanto a TEC garante a transferência de recursos até o final do mesmo dia em que foi dada a ordem.

“A diferença entre as operações é que a TEC possibilita ao emissor transferir recursos para diferentes contas ao mesmo tempo, o que não é possível no caso do DOC”, explica a entidade. “Com relação a tarifas, cada banco institui o valor cobrado pelas transações em seus diferentes canais de atendimento ao cliente.”