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Ex-Goldman Sachs, chefe de fundo de criptomoedas diz que outros ‘grandes colapsos’ virão
O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) cometeu erros graves por muito tempo, e as consequências agora reverberam pelo mundo das criptomoedas, onde provavelmente há mais “grandes colapsos” por vir. Essa é a visão de Dan Morehead, o ex-operador de títulos do Goldman Sachs que agora chefia o fundo de investimentos em criptomoedas Pantera Capital.
A Pantera Capital foi fundada por Morehead, que além da passagem pelo Goldman Sachs, atuou como executivo da gigante norte-americana de venture capital Tiger Management, que no Brasil investiu em dezenas de startups como a Netshoes, nos primeiros anos, e mais recentemete na construtech Oico.
da Macro Trading e CFO Dan Morehead. A macroestratégia global da Pantera investiu mais de US$ 1 bilhão em alocações institucionais. Em 2013, a Pantera criou os primeiros fundos de hedge e venture blockchain nos Estados Unidos.
Ele disse que o banco central americano cometeu os piores erros que já viu em sua carreira de 35 anos no mercado com sua política anterior de taxas muito baixas e manipulação de títulos. Embora o Fed esteja trabalhando para corrigir isso lentamente, parece não entender o problema com os títulos, disse.
“Será doloroso desfazer isso”, disse o CEO do fundo, em nota. “Infelizmente, o Fed ainda parece não entender o que fez.”
Morehead, que iniciou um fundo de Bitcoin quando o token ainda era ignorado por muitos em Wall Street, diz que o “colapso em cascata” de grandes projetos de ativos digitais ajudou a expor a alavancagem do sistema.
No centro do turbilhão estão vários fundos e credores que se viram em apuros em meio a uma queda nos preços este ano.
Morehead cita a implosão do Terra, que ele diz ter um modelo insustentável, e também menciona a Celsius, que tem más práticas de gestão de risco. O fundo de cripto em apuros Three Arrows Capital estava superalavancado e não conseguiu atender às chamadas de margem. Ele chama esses eventos de “grandes colapsos”.
“Provavelmente há mais alguns por vir no próximo mês ou dois”, disse. “Cada entidade alavancada falida deixa uma série de problemas para suas contrapartes.”
Ele acrescentou que sua gestora colocou uma grande parte de seus ativos em Bitcoin no final de maio e que, uma vez que esteja “muito claro” que o mercado encontrou um piso, fará sentido sair dessa moeda rumo a alternativas de maior risco e maior recompensa.
“Embora permaneçamos otimistas a longo prazo em muitos desses projetos, durante o crash, assumimos uma alocação maior de Bitcoin para reduzir o risco de queda”, disse.
Quanto ao Fed, sua “manipulação” do mercado de títulos é destrutiva. O banco central nunca, em quase um século de sua história, havia mexido em juros além da taxa interbancária, argumenta Morehead, e não havia emprestado “dinheiro quase de graça” a milhões de indivíduos para especularem no mercado imobiliário.
As criptomoedas sofreram este ano com os aumentos de juros do Fed para combater a inflação. Tokens digitais como o Bitcoin têm sido altamente correlacionados com ações nesse ambiente, com os dois grupos geralmente se movendo na mesma direção.
Historicamente, a correlação do Bitcoin com as ações tende a aumentar durante os principais tombos do S&P 500, disse Morehead, acrescentando que ele prevê que isso diminua no curto prazo.
“Pode levar mais alguns meses para o blockchain se desvincular, mas quando a poeira baixar, posso ver facilmente um mundo onde títulos, ações, imóveis e tudo que sofre um desconto no fluxo de caixa cai – e blockchain, commodities, petróleo, ouro e outras coisas que realmente não estão conectadas às taxas, subindo muito”, disse.
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