Copa do Mundo de Controle da Inflação: qual país levaria essa taça?

Países tiveram recuperações distintas nos últimos anos

Em novembro, o Catar receberá 32 países na disputa pelo tão desejado título de melhor seleção de futebol do mundo. A edição desse ano contará não só com os tradicionais Brasil, Argentina, França e Alemanha, mas também com algumas novidades, como o próprio Catar (participando pela primeira vez, como país sede) e o Canadá – que não colava na festa há mais de 35 anos.

Enquanto isso, no palco econômico, o mundo também enfrentou um dos maiores desafios da história moderna: a pandemia da covid-19. Com ela, vieram uma série de riscos políticos e econômicos que ainda são sentidos dois anos depois.

Como os países se saíram contra a inflação

Assim, diferentes países do mundo apresentaram dinâmicas de recuperação distintas nos últimos anos. Algumas retomaram os níveis pré-crise já no início de 2021, outras apenas recentemente. Ao mesmo tempo, a inflação alta – grande parte reflexo de desequilíbrios causados pela pandemia, e pelas respostas a ela – se tornou um desafio comum aos quatro cantos do mundo.

De olho nisso, se a disputa na Copa do Mundo do Catar fosse determinada pela variação real da inflação desde a última edição da competição (na Rússia em 2018), quem “levantaria o caneco”?  Um levantamento divulgado pela Rico Investimentos responde a pergunta. Lembrando que, nessa competição, quem tem menos inflação é que leva a taça.

A vitória em cada etapa do campeonato é determinada pelo confronto entre países com base na inflação acumulada no ano, entre 2019 e 2022, no caso dos números desse ano foram usadas as projeções oficiais mais recentes do Fundo Monetário Mundial (FMI) para todos os países participantes. Ou seja, há espaço para surpresas até os 45 minutos do segundo tempo.

Quais países ganharam da inflação?

Na Copa da Inflação, países que já têm tradição no futebol e conquistaram alguma vez o título da competição (como Brasil, Argentina, Espanha, Alemanha e Uruguai) não se qualificariam nem para as oitavas-de-final. Dos mais presentes no mundo futebolístico, apenas Inglaterra e França, a atual campeã, se classificariam.

Já do Grupo G, do qual o Brasil faz parte, Suíça e Camarões avançariam na primeira fase. A Suíça manteve a inflação mais controlada, ao contrário de Camarões, que acumulou alta de mais de 10% entre 2019 e 2022, mas ainda teve desempenho melhor que Brasil e Sérvia. No caso brasileiro, a variação acumulada nos quatro anos deve ser de cerca de 23%.

Em relação às fases de confronto direto, as semifinais seriam disputadas por Catar x Japão e Equador x Portugal. Na final, disputada pelo Equador e Japão, os grandes campeões da Copa de Controle da Inflação seriam os japoneses, que aparecem com inflação acumulada de apenas 1,17% no período estimado entre 2019 e 2022.

Enquanto isso, a lanterninha na Copa de Controle da Inflação ficou para a Argentina, que segundo as estimativas utilizadas, amargará uma alta acumulada de 391% nos preços ao consumidor no período entre 2019 e 2022

A participação do Brasil

Na Copa do Mundo Rico de Controle da Inflação, o Brasil fica longe da taça. Com inflação acumulada estimada em 23% entre 2019 e 2022, os brasileiros ficariam no 27° lugar. O número reflete um cenário de alta de preços bastante desafiador vivido nos últimos anos – fruto tanto de desequilíbrios causados pela pandemia, quanto de questões domésticas e externas à própria economia, como a crise hídrica do ano passado.

Porém, o Brasil espera encerrar o ano com o indicador de inflação (o IPCA) em 6,1%.