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Copom sobe taxa de juros Selic em 0,5 ponto percentual, para 13,75% ao ano
O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) anunciou, no começo da noite desta quarta-feira (3), que aumentou a taxa básica de juros brasileira Selic em 0,5 ponto percentual, para 13,75% ao ano. A decisão foi unânime entre os nove membros do comitê.
Com a 12a. elevação consecutiva, a Selic passa para o nível mais alto desde novembro de 2016.
A maior parte do mercado financeiro apostava justamente em uma alta de 0,5 ponto percentual neste momento.
Como muitos países do mundo, o Brasil está sofrendo com uma inflação elevada, e a taxa de juros é a principal ferramenta usada para tentar domar os preços.
Em julho, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) – índice oficial de inflação, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – ficou em 7,15% no acumulado de 12 meses. Houve uma desaceleração em relação a junho, quando o IPCA de 12 meses estava em 7,3%, porém ainda muito acima da meta. que de 3,5% para 2022, 3,25% para 2023, e 3% para 2024, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
No comunicado em que informou sua decisão, o comitê explicou a medida tomada nesta quarta (3): “O comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2023 e, em grau menor, o de 2024. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”.
Mais aumentos?
Para os investidores, mais importante do que o aumento desta quarta (3) é a sinalização sobre os rumos dos juros nos próximos meses. No comunicado, a autoridade monetária indicou a possibilidade de mais uma alta de 0,25 ponto percentual em sua reunião de 20 e 21 de setembro.
“O comitê avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”, disse o Copom, enfatizando que “seguirá vigilante” e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas.
Os principais fatores a justificar essa cautela do BC são a inflação ao consumidor – é preciso verificar se a tendência de queda se confirma – e o mercado de trabalho, que está mais aquecido do que se esperava. A taxa de desemprego caiu de 11,1% no trimestre encerrado em dezembro de 2021 para 9,3% nos três meses até junho. A persistência da pressão inflacionária no mundo e as incertezas sobre os efeitos fiscais do pacote de benefícios sociais recentemente anunciado pelo governo também podem levar o comitê a fazer mais uma elevação da Selic no mês que vem.
Na avaliação de Patrícia Pereira, estrategista-chefe da gestora de recursos MAG Investimentos, esses riscos, em especial o fiscal, de fato demandam que o BC mantenha na mesa a possibilidade de novo aumento no Selic. No entanto, sinalizar que a magnitude dessa alta seria menor do que a de quarta (3) deixa a autoridade monetária em posição difícil. “Diante de uma afirmação como essa, o mercado financeiro já vai precificando [incluindo no cálculo de preço dos ativos] essa elevação menor”, diz. Se eventualmente o cenário piorar mais e uma alta de 0,5 se fizer necessária, o BC deve causar confusão entre os investidores que estão fazendo as apostas em 0,25 ponto percentual.
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