É melhor comprar ações pagadoras ou investir via fundos de dividendos?

Para quem pensa no longo prazo, investir em ações de empresas pagadoras de dividendos pode ser essencial para garantir bons retornos. Por isso, há diversas estratégias e diretrizes que constroem uma carteira de dividendos sólida.

Por outro lado, há quem prefira delegar essa função e investir via fundos de dividendos.

Mas afinal, o que é melhor?

Vamos por partes, começando pelo começo.

O que são dividendos?

Primeiramente, dividendos são uma parte do lucro das companhias que é distribuída aos acionistas, com valores que ficam a critério da própria empresa.

Por este motivo, as companhias estáveis geralmente distribuem a remuneração para atrair investidores.

Nesse cenário, os fundos de dividendos são fundos de ações que compram os papéis dessas companhias e fazem a gestão da carteira.

Prós e contras dos fundos de dividendos

O principal argumento para investir em dividendos via fundos é a comodidade.

É por isso que ao investir nos fundos você fica menos despreocupado. Isto acontece pois são os gestores que vão tomar as decisões sobre em quais ações investir, quando comprar e o momento certo de vender. 

“Se você não tem muito tempo para acompanhar o mercado financeiro, escolher um bom gestor pode fazer mais sentido”, opina Guilherme Tiglia, sócio e analista de ações da casa de análise Nord Research. 

Para quem pensa em investir nesses fundos, vale a pena checar o retorno que eles entregaram nos últimos meses ou anos. É claro que, como você já sabe, o lucro passado não garante a rentabilidade futura. Mas é um bom termômetro.

A consultoria Quantum, que oferece soluções de informações para o mercado financeiro, fez um levantamento com os fundos de dividendos que apresentaram retorno positivo até o último dia 18 de novembro de 2022. Veja na tabela ao final deste conteúdo.

Quais são taxas cobradas pelos fundos?

Comodidade, no entanto, tem um preço. É por este motivo que os fundos geralmente cobram taxa de administração para fazer o trabalho de gerir o seu dinheiro, e taxa de performance, que é cobrada caso o fundo supere o benchmark – no caso, o IDIV (Índice de dividendos). 

É importante ainda considerar que os fundos de dividendos estão sujeitos à tributação. Fundos de ações cobram 15% dos rendimentos à Receita Federal como Imposto de Renda. A alíquota é fixa, independentemente do tempo de investimento. No caso das ações, há tributação em cima do ganho com a valorização do papel, mas os dividendos são isentos de imposto. 

Também é preciso conhecer o trabalho dos gestores de fundos que você escolher, já que os dividendos não são repassados automaticamente para investidor. Os gestores podem escolher o que fazer com o recurso: repassar para os investidores, reinvestir, deixar o dinheiro em caixa. 

Como é investir em ações pagadoras de dividendos?

Nessa modalidade, a maior vantagem apontada pelos especialistas é a liberdade para a gestão do portfólio. Ao mesmo tempo, este é o maior problema para quem quer investir via fundos: a falta de flexibilidade. Isto mostra que a escolha final depende mesmo do seu perfil de invesimento. 

“Os dividendos recebidos periodicamente podem auxiliar o investidor a manter a disciplina do reinvestimento, que faz toda a diferença no longo prazo”, diz João Daronco, analista da Suno Research. 

O especialista também aponta que “investir em empresas maduras, cujos resultados são mais estáveis” é uma das vantagens para quem tem a liberdade de escolher onde colocar seu dinheiro. 

Por outro lado, a desvantagem é que “em geral, empresas que distribuem muitos dividendos possuem limitações de crescimento, dado que distribuem o seu capital aos acionistas, ao invés de investi-los na própria operação”, explica Daronco. 

O que é melhor: fundos de dividendos ou ações pagadoras?

A resposta para esta pergunta deve ser dada pelo próprio investidor. Para quem busca comodidade, não tem experiência no mercado financeiro e tempo para acompanhar a carteira, os fundos são mais indicados.

Por outro lado, quem quer construir uma carteira de renda passiva, tem conhecimento para investir e tempo para acompanhar, comprar as ações pode ser o melhor caminho. 

“Não existe certo ou errado, existe o que funciona melhor para cada investidor”, conclui Guilherme Tiglia

Fundos de dividendos que mais lucraram em 2022

Acima de 10%

Acima de 6% de retorno

Até 6% de retorno