Efeito bola de neve: como usar os dividendos para gerar mais dividendos
Fundos imobiliários têm receita recorrente e as ações podem distribuir mais lucro do que se espera
É comum ver em redes sociais influenciadores dizendo que ganham R$ 1 mil, R$ 5 mil todo mês apenas investindo na Bolsa de Valores. Não há como atestar se os valores são reais, mas o que se sabe é que existe uma estratégia que torna possível a geração de renda passiva, como anunciam algumas pessoas na internet. O efeito bola de neve pode te ajudar a acumular mais dinheiro com dividendos.
Como funciona?
A estratégia é, em tese, bastante simples: você deve pegar os dividendos que ganhou em determinado período e reinvestir todo o dinheiro para, no futuro, gerar receita ainda maior com esses rendimentos. Ou seja, se em um mês você ganhou R$ 10 com dividendos, deve usar o dinheiro para comprar uma cota de um fundo imobiliário ou uma ação, por exemplo. No mês seguinte, essa cota a mais fará com que você ganhe, por exemplo, R$ 10,20 em dividendos. Assim, ao longo do tempo você constrói uma carteira que vai te pagando cada vez mais.
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Especialistas defendem que o reinvestimento só deve parar quando você atingir um nível de renda passiva satisfatório – este número depende do objetivo que você traçou no início da estratégia. Ivens Gasparotto, head de consultoria da Suno Research, diz que é preciso reinvestir sempre os dividendos, e que você só deve arar quando for usufruir da renda.
Não olhe apenas para o passado
Investir em dividendos pode gerar bons retornos para a sua carteira, mas ficar preso ao passado é uma armadilha perigosa nesse tipo de aplicação. O head de consultoria da Suno Research, explica ainda que é preciso “entender quais ações e fundos imobiliários têm a expectativa de pagar mais dividendos no futuro”. Apostar em um ativo olhando somente as últimas distribuições pode ser perigoso porque é comum que haja picos de distribuição, com bons resultados esporádicos causados por algum evento contábil não recorrente.
Saiba o que gerou o dividendo
Caio Ventura, analista da Guide Investimentos, aponta que uma das chaves para investir em dividendos é saber como a empresa ou o fundo gerou lucro para distribuir entre os investidores. “É preciso saber se as fontes de receita são estáveis e previsíveis”, diz o especialista.
Estudando um pouco sobre a empresa ou fundo e entendendo o contexto do mercado em que está inserido, o investidor vai conseguir avaliar se aquele é um bom ativo ou não para sua carteira, considerando que o objetivo é encontrar ativos que distribuem regularmente bons dividendos.
Onde investir? Em ações ou FIIs?
Dois ativos são mais conhecidos por gerar dividendos aos investidores. Os fundos imobiliários são procurados para quem quer receita recorrente porque são obrigados, por lei, a distribuir 95% dos lucros a cada seis meses. Mas, para atrair investidores, geralmente os gestores fazem a distribuição mensalmente.
Nas ações, é preciso fazer uma seleção um pouco mais criteriosa dos ativos. As empresas devem pagar dividendos pelo menos uma vez por ano e a frequência de distribuição varia muito.
No fim, cada instrumento tem suas vantagens. “FIIs tendem a ser mais previsíveis, já que as correções de aluguéis não são estratosféricas, já ações não têm limites e podem distribuir mais (ou menos) do que se espera”, diz Gasparotto.
Quantos ativos ter na carteira
Diversificação é importante em qualquer estratégia de dividendos. Nessa bola de neve de dinheiro gerar dinheiro não é diferente. Então, não é bom depender de apenas um ou dois ativos. Para Caio Ventura, é essencial ter pelo menos seis ativos na carteira no início de sua construção e, ao longo do tempo, incluir pelo menos mais quatro e ter uma carteira com, no mínimo, 10 ações ou FIIs.
Quando se livrar de um ativo
Lembra que uma das dicas é entender como a empresa ou fundo gera a renda que distribui aos acionistas? Se você está pensando em se livrar de um ativo, deve se perguntar se o fundo ou empresa terá capacidade de continuar gerando receita para distribuir rendimentos. Afinal, só distribui dividendos quem tem lucro. “É preciso olhar o que está por trás do preço: o ativo gera caixa? Gera lucro? Como é a administração da empresa, sua governança e quais perspectivas macroeconômicas para seu setor? Se há mudanças drásticas nesses fundamentos, o investidor pode repensar”, recomenda Ivens Gasparotto.
Vivendo de renda
Dividendos gerando dividendos formam o que chamamos de renda passiva. A economista e analista CNPI Louise Barsi é especialista neste assunto e explica como formar um volume de investimentos que se multiplica por ele mesmo. Na entrevista abaixo, Louise também mostra uma lista de ativos que podem te ajudar nessa jornada. Confira: