Veja as 10 ações recomendadas por especialistas para investir em julho
A volatilidade deve seguir predominando na Bolsa
Ao tombar 11,50% e ficar abaixo dos 100 mil pontos, o Ibovespa teve em junho seu pior desempenho mensal desde março de 2020, quando foi declarada a pandemia do novo coronavírus. Levando em consideração o primeiro semestre de 2022, a desvalorização acumulada do índice ficou em 5,99%.
O que deve acontecer em julho
Para julho, a expectativa dos analistas é de fortes emoções e muita volatilidade. Os mercados acionários – aqui e lá fora – devem continuar preocupados com a inflação alta, com os juros em elevação e com os riscos de recessão global. Além disso, à medida que a eleição presidencial se aproxima, os temores fiscais e políticos tendem a contribuir ainda mais para azedar o humor na Bolsa brasileira.
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“Investir no país tem sido balancear, pelo lado positivo, preços atrativos e alta estrutural de commodities e, pelo lado negativo, a ausência de uma âncora fiscal crível para enfrentar mares externos turbulentos”, aponta a Kinea Investimentos, na carta mensal do gestor.
“Se de um lado temos pressões vindas do ambiente externo e o apetite ao risco dos investidores muito prejudicado, aqui a Bolsa segue em níveis muito descontados, que não nos parece ser o argumento suficiente para trazer o Ibovespa para cima, por falta de gatilhos e com uma eleição presidencial se aproximando”, destaca a equipe de research da Ativa Investimentos.
Mesmo diante das incertezas, como apontam os profissionais, o investidor pode encontrar boas oportunidades para fortalecer a carteira. A Inteligência Financeira reuniu dez ações recomendadas por gestoras e casas especializadas em renda variável para julho.
Eletrobras (ELET3)
“Dispomos de positiva visão acerca do momento incipiente vivido pela companhia após o seu processo de capitalização. O mês de junho já desvendou novas mudanças na companhia, que acreditamos rumar para perceptíveis evoluções no campo operacional, financeiro e de governança, otimizando ainda a atuação da companhia ao longo dos próximos anos. No curto prazo, após a capitalização, enxergamos que a companhia poderá se consolidar como a maior companhia do setor elétrico nacional”, avalia a equipe de research da Ativa Investimentos.
Simpar (SIMH3)
“A Simpar é a holding que controla empresas como a Movida, JSL e o Grupo Vamos. Nos negócios de logística e aluguel de carros, a empresa já está mais madura, com um fluxo de caixa estável e crescimento adequado. Já na Vamos, temos uma empresa de crescimento bastante acelerado, com um mercado endereçável enorme e uma fatia de mercado pequena, mesmo sendo líder. A gestão da família Simões tem sido impecável, com um longo histórico de entregas nos diferentes setores. A empresa segue abrindo novas avenidas de crescimento, como por exemplo na BBC, sua empresa de leasing, para onde contratou o executivo Paulo Caffareli como CEO. Em paralelo, a compra da Ciclus inaugura a atuação da empresa no segmento de tratamento de resíduos sólidos – outro nicho com muito espaço para crescer no país”, destaca a Órama Investimentos.
Multiplan (MULT3)
“É uma das maiores empresas de shopping centers do Brasil, responsável pelo planejamento, desenvolvimento, propriedade e administração de seu portfólio de shopping centers. A companhia apresentou uma forte retomada em todas as suas frentes de operação em relação ao patamar antes da pandemia, com evolução na taxa de ocupação e uma taxa de inadimplência em queda, que resultou em um ótimo resultado financeiro. O período pandêmico ajudou a companhia a rever sua estratégia e acrescentar maior peso na vertente digital e omnicalidade, que acabam diversificando os canais de vendas e aumentando a fidelização do cliente, potencializando as vendo no longo prazo. Vemos Multiplan como um dos top picks setoriais, provando possuir um alto poder de barganha frente a seus lojistas e grande resiliência do portfólio durante a pandemia”, anota a Guide Investimentos.
Weg (WEGE3)
“A companhia historicamente tem mostrado uma gestão eficiente de seus lucros, mesmo diante de cenários desafiadores como o 1T22. Para esse mês, recomendamos compra no ativo pois com o recente anúncio de China a um pacote bilionário para retomada da economia, após o período de quase dois meses de lockdown devido sua política de covid zero, o setor de industrial acaba sendo beneficiado e o Brasil, por ser um grande parceiro comercial de Pequim, se destaca. Além disso, a empresa apresenta mais de 50% de sua receita atrelada às vendas no exterior e com a recente alta do dólar, WEGE3 tem forte potencial de valorização para julho”, aponta a Toro Investimentos.
Suzano (SUZB3)
“A Suzano é uma das maiores produtoras verticalmente integradas de papel e celulose da América Latina, com mais de 90 anos de experiência no setor. A companhia, por meio de suas empresas controladas, opera, preponderantemente, em dois segmentos: celulose e papel, cujo portfólio é integrado por celulose de mercado, celulose fluff, papéis de imprimir e escrever (revestido e não-revestido), papel cartão e papel tissue. Apesar do preço das ações da Suzano terem caído recentemente, a companhia está elevando os preços da fibra curta na Ásia, na Europa e na América do Norte. Os aumentos vão variar de US$ 20 a US$ 40 por tonelada, sendo um driver importante de aumento de receita para a companhia, que detém enorme ‘pricing power’. Na Ásia, a companhia informou aumento de US$ 20. Como o valor que havia sido anunciado pelos produtores para a celulose de fibra curta em junho foi de US$ 840 por tonelada na China, o novo preço seria de US$ 860 por tonelada. Na Europa, o reajuste será de US$ 30, elevando a US$ 1.380 por tonelada o preço de referência da celulose de eucalipto. Já na América do Norte, o aumento chega a US$ 40, levando o preço a US$ 1.610 por tonelada”, relata a gestora Warren.
Minerva (BEEF3)
“As ações da Minerva apresentaram desempenho superior ao Ibovespa. Suas receitas dolarizadas e boas perspectivas para o ciclo do gado no Brasil nos fazem acreditar que o movimento poderá se repetir ao longo dos próximos meses”, lista a Ativa Investimentos.
Grupo Ultra (UGPA3)
“O Grupo Ultra é uma holding com diversos negócios no ramo petroquímico, com destaque para a rede Ipiranga de distribuição de combustíveis. A companhia seguiu uma estrutura de corporation e expandiu tanto geograficamente quanto em termos de linha de negócio, até um determinado momento em que a sua lucratividade ficou prejudicada. Passou por uma reestruturação, com a troca de diversos membros da diretoria, board e entrada de um acionista de referência e de peso, a gestora Pátria. Em termos de estratégia, está em período de desinvestimento de diversos ativos periféricos, reduzindo alavancagem e se preparando para se beneficiar dos desinvestimentos da Petrobras no ramo de refinarias. Neste ano Marcos Lutz assume como CEO com a missão de botar os negócios de distribuição nos trilhos novamente. Lutz é um excelente executivo e nós vemos essa mudança com muito bons olhos”, pontua a Órama Investimentos.
Tim (TIMS3)
“A companhia têm conseguido manter sob controle seus gastos com custos e despesas, o que tem se traduzido em uma expressiva melhora nas margens operacionais da empresa. Além disso, a companhia tem apresentado um crescimento sustentável da receita, focando no mix de produtos com maior valor agregado. O plano estratégico da companhia é fortalecer os serviços core móvel, da ultra banda larga, desenvolvimento de novas frentes geradoras de valor para a companhia e investimentos voltados ao aumento de eficiência e controle sobre o opex. Gostamos da tese de investimento de Tim baseado em sua aceleração de sua transformação digital, que contribuiu para uma margem operacional mais robusta, seu portfólio completo de serviços para pessoas físicas e corporações, e maior cobertura 4G do país”, defende a Guide Investimentos.
Eneva (ENEV3)
“É o maior player privado do setor de gás natural e termelétricas no Brasil. Além de operar em um segmento em suma estável, a companhia ainda consegue margens elevadas com preços muito competitivos. Um ponto importante é que, as perspectivas para geração termelétricas de energia no Brasil são promissoras, uma vez que garantem a segurança do sistema com o aumento de usinas eólicas e solares. Para o atual cenário de volatilidade do mercado, ativos consolidados, como o caso da Eneva, tendem a ser uma boa escolha na hora de compor uma carteira, tendo em vista a expectativa de cenário não direcional do mercado”, comenta a Toro Investimentos.
Ambipar (AMBP3)
“A Ambipar é uma companhia fundada em 1995. Possui dois segmentos, um que atua na valorização dos resíduos das companhias (Environment) e outro focado em respostas emergenciais (Response). Após o IPO bem-sucedido e uma série de aquisições com os recursos da oferta, a companhia busca agora o spin-off do seu segmento Environment. Os recursos da oferta permitirão que a companhia continue sua sólida trajetória de crescimento no Brasil e internacionalmente. Desde sua fundação, a companhia tem crescido tanto organicamente quanto por aquisição. Somente após o IPO, a Ambipar realizou onze aquisições no segmento de Environment, adicionando 83 contratos ativos à sua base de clientes. Também marcou sua entrada no mercado internacional com a aquisição da Disal, importante player no setor de valorização de resíduos, com atuação no Chile, Peru e Paraguai. O Brasil será muito pressionado, nos próximos anos, em sua agenda ambiental. Ao mesmo tempo, teremos investidores estrangeiros buscando oportunidades no setor, o que deixa a ação atrativa”, destaca a RB Investimentos.