Veja os títulos preferidos pelos analistas do Itaú BBA para investir em março
Banco fez mudanças em 3 setores do Radar de Preferências, levando em consideração a análise fundamentalista
O Itaú BBA divulgou nesta segunda-feira (6) um relatório com as 18 melhores teses de investimento para este mês. O documento, assinado pelos estrategistas Victor Natal e Paulo Folha, traz trocas de ações em três setores avaliados. São elas:
- BB Seguridade (BBSE3) entra no lugar de B3 (BBSE3);
- Oncoclínicas (ONCO3) entra no lugar de Hypera (HYPE3);
- 3tentos (TTEN3) entra no lugar de SLC Agrícola (SLCE3).
Veja a seguir a íntegra do ‘Radar de Preferências’ do Itaú BBA para o mês:
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1. Alimentos & Bebidas: Minerva (BEEF3)
“A Minerva Foods (BEEF3) é uma das principais empresas de proteína bovina da América do Sul, sendo a principal exportadora da região. Com uma capacidade de abate superior a 30 mil cabeças/dia, a companhia envia seus produtos para mais de 100 países em cinco continentes, onde atua através do braço operacional Athena Foods. No ano de 2021, dando continuidade à sua estratégia de expansão, a empresa adquiriu duas plantas especializadas em ovinos na Austrália, um importante passo em direção à diversificação regional e de produtos. Ao final de março de 2022, a receita bruta (últimos doze meses) era composta por 32% de mercado interno, enquanto o mercado externo representava 68%. No consolidado dos dois setores, observamos um aumento da receita de aproximadamente 35%, considerando os dozes meses terminados em março de 2022 e o mesmo período considerando março de 2021.
Acreditamos que a maior disponibilidade de gado no Brasil e na América do Sul possa criar um momento favorável para a empresa. Com o aumento na oferta de gado para abate, entendemos que a empresa pode apresentar margens (rentabilidade) operacionais acima dos níveis históricos, aproveitando-se do aumento do beef spread (diferença entre o preço de compra do gado e de venda da carne).”
2. Bancos: Banco do Brasil (BBAS3)
“O Banco do Brasil (BBAS3) foi a primeira instituição bancária do país, fundada em 1808 e a primeira empresa listada em Bolsa no Brasil. É um dos maiores bancos do país, contando com saldo de crédito superior a R$ 830 bilhões. O Banco do Brasil atua em todos os setores do mercado financeiro – desde o bancário, passando por cartões, administração de recursos de terceiros, seguros, previdência e capitalização, até o de mercado de capitais, com um amplo portfólio de produtos e serviços. O controle do banco está nas mãos do Governo Federal, que detém mais de 50% das ações da instituição. O restante fica nas mãos de investidores estrangeiros (cerca de 20%) e investidores locais (cerca de 30%).
O banco goza de uma posição de liderança absoluta em crédito agrícola, contando com cerca de 70% de market-share (participação) no produto. Este perfil de carteira agro, somada a um volume relevante de crédito para empresas e a grande relevância de crédito consignado na carteira de PF, conferem ao BB uma carteira com inadimplência menor do que a média de mercado e os outros bancos incumbentes privados. Com um lucro que superou R$ 20 bilhões em 2021 e um retorno sobre patrimônio (ROE) superior a 15%, na nossa visão, o banco está bem-posicionado para se defender da alta iminente de inadimplência e de custo de captação, que devem impactar seus pares privados com mais intensidade. Estimamos que os lucros do banco cresçam 16% em 2022, ante uma média de 10% para os grandes bancos competidores. Temos BB como nossa preferência no setor por uma combinação de vantagens estruturais no negócio, considerando o momento de mercado bem como valuation descontado – tanto em relação ao histórico, quanto a seus pares privados. Com a ação negociando a 0,6 vezes P/BV – preço em relação ao patrimônio líquido (ou 4,0 vezes P/E – preço em relação ao lucro), consideramos o valuation atrativo.
3. Construção Civil: Cury (CURY3)
“A Cury (CURY3) é uma incorporadora focada no segmento de baixa/média renda presente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A companhia, fundada pela família Cury em 1963, tem conseguido aumentar de forma significativa seus lançamentos nos últimos anos, apoiada no Programa Minha Casa Minha Vida (que foi substituído pelo atual programa Casa Verde e Amarela – CVA).
Em 2007, a companhia firmou uma joint venture (sociedade de controle comum) com a Cyrela para atuar no setor de baixa renda, que tem gerado resultados resilientes ao longo dos anos. A empresa conta com um portfólio diversificado de empreendimentos, abrangendo o programa CVA, assim como o público situado um pouco acima da cobertura do programa. Enxergamos a companhia como uma líder de mercado em São Paulo e no Rio de Janeiro e com um grande potencial de crescimento.”
4. Agronegócio: 3tentos (TTEN3)
“A 3tentos é uma das maiores redes de revendas agrícolas do Brasil, além de atuar nos segmentos de originação de grãos e esmagamento de soja para a geração de farelo e biodiesel. A companhia iniciou suas atividades em 1995 no Rio Grande do Sul e hoje possui mais de 45 filiais no estado, além de dois parques industriais e uma misturadora de fertilizantes. Hoje, o grande foco da empresa é sua expansão para o Mato Grosso, onde deve abrir uma planta industrial em 2023 e oito lojas até 2025.
Além de um valuation atrativo, gostamos da tese pela expertise da 3tentos na operação do modelo verticalizado, que se traduz em margens fortes e resilientes. Para os próximos anos, esperamos um forte crescimento de Ebitda (resultado operacional), impulsionado, tanto pela expansão das operações para o Mato Grosso, quanto pela manutenção do relacionamento próximo que a companhia mantém com milhares de pequenos e médios agricultores pelo país.”
5. Transportes & Serviços: Vamos (VAMO3)
“O Grupo Vamos é líder no setor de locação de caminhões, máquinas e equipamentos, além de possuir uma vasta rede de concessionárias e lojas de seminovos, incluindo as marcas Volkswagen/MAN, Valtra, Komatsu e Fendt. A companhia possui uma frota de mais de 29 mil ativos, alugados para mais de 750 clientes ao redor do país, e segue em pleno ritmo de crescimento. A expansão acelerada da Vamos reflete o potencial a ser explorado em seu mercado, considerando que o Brasil possui mais de 2,8 milhões de caminhões pertencentes a empresas e que, eventualmente, poderiam ser substituídos por ativos alugados.”
6. Educação: Ânima Educação (ANIM3)
“A Ânima Educação (ANIM3) é uma das maiores organizações educacionais privadas de ensino superior do País, tanto em termos de receita como em número de estudantes matriculados. Em dezembro de 2020, o Ecossistema Ânima somava cerca de 140 mil estudantes, com instituições localizadas nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Bahia e Sergipe. A Ânima é uma organização com um posicionamento diferenciado quando comparada a outras empresas do setor, inclusive às companhias educacionais de capital aberto. Isso porque ela consegue conciliar escala com oferta de ensino de alta qualidade, comprovado por meio de indicadores do MEC.
Com quase duas décadas de experiência no setor de ensino superior brasileiro, a Ânima reúne doze Centros Universitários: (i) dois em Belo Horizonte/MG (Una e UniBH); (ii) um em Bom Despacho/MG (Una); (iii) um em Betim/MG (Una); (iv) um em Uberlândia/MG (Una); (v) dois em Curitiba/PR (Unisociesc e Unicuritiba); (vi) um em Joinville/SC (Unisociesc); (vii) um em Blumenau/SC (Unisociesc); (viii) um em Santos/SP (São Judas – Campus Unimonte); (ix) um em Paripiranga/BA (Ages); e (x) um em Guanambi (Unifg).
Apesar de um ambiente desafiador para as empresas de ensino superior, devido aos impactos persistentes da pandemia de covid-19, o modelo de negócios diferenciado da Ânima e os fortes resultados acadêmicos apresentam uma vantagem competitiva em relação aos seus pares. A recente aquisição dos ativos da Laureate reforça o compromisso da empresa com a educação de alta qualidade e expande a exposição da empresa ao segmento de cursos de medicina, uma vertical que é altamente escalável. Por fim, o novo modelo acadêmico (E2A) desenvolvido pela empresa deve proporcionar ganhos adicionais de eficiência e ampliar as margens nos próximos períodos.”
7. Mineração e Siderurgia: Gerdau (GGBR4)
“A Gerdau (GGBR4) é a maior produtora de aços longos das Américas e uma das principais fornecedoras de aços longos especiais no mundo, com operações nas Américas, na Europa e na Ásia e capacidade instalada combinada de mais de 25 milhões de toneladas de aço.
A companhia é a nossa preferida devido à maior exposição da Gerdau à dinâmica global do aço em relação aos seus pares, que dependem fortemente dos preços do minério de ferro – acreditamos que o mercado de aço está mais interessante no momento do que o mercado de minério de ferro. O mercado doméstico de aço se recuperou significativamente desde o segundo semestre de 2020, sendo que após esse período a Gerdau se manteve estável em termos de market share (participação). Além disso, vemos a empresa como mais defensiva quando comparada aos seus pares devido à suas operações nos Estados Unidos.”
8. Shoppings: Multiplan (MULT3)
“A Multiplan (MULT3) atua no segmento de administração e desenvolvimento de shoppings e destaca-se como pioneira no desenvolvimento de projetos multiuso – que consistem na construção, na proximidade de seus shoppings, de edifícios comerciais, prédios residenciais e hotéis, o que gera sinergias e fluxo de consumidores para os shoppings. A companhia conta com um portfólio de 20 shoppings centers localizados nas principais regiões do país, com uma Área Bruta Locável (ABL) própria de 706.181m², que geraram vendas de R$ 11,8 bilhões nos últimos doze meses e um tráfego anual estimado de 190 milhões de visitas em 2019.
Atualmente, a Multiplan é a nossa preferência no setor devido ao seu nível de desconto em relação aos títulos indexados à inflação, além de possuir um portfólio premium que pode conferir mais estabilidade em um cenário macroeconômico desafiador.”
9. Consumo: Grupo Mateus (GMAT3)
“Fundado há mais de 30 anos, o Grupo Mateus (GMAT3) é o maior varejista regional de alimentos do Brasil (e o quarto nacional), com 226 lojas (no terceiro trimestre) concentradas nos estados do Maranhão, Pará, Piauí e Ceará. A operação multiformato da empresa é sustentada pela combinação de quatro configurações de loja, uma rede logística robusta, serviços verticalizados e soluções in-house, que dão à companhia vantagens competitivas sólidas em relação aos competidores regionais e nacionais.
Estamos otimistas com a tese de GMAT3, considerando que a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2022 deve trazer boas notícias em relação às vendas, rentabilidade saudável e geração de caixa. Considerando o valuation descontado da companhia (P/E de 9,6 vezes em 2023) em comparação aos pares do segmento, acreditamos que o momento atual é uma ótima oportunidade de compra para o papel, especialmente considerando a maior resiliência do setor de consumo não discricionário em momentos de incerteza macroeconômica.
10. Consumo: Track & Field (TFCO4)
A Track & Field (TFCO4) é uma varejista voltada ao mercado de vestuário esportivo premium. Hoje, é uma das maiores empresas nesse mercado, com 332 lojas espalhadas pelo Brasil até o fim do ano passado. Recentemente, a empresa passou a se posicionar como um ecossistema de bem-estar. A ideia é oferecer aos clientes, além de roupas esportivas, a possibilidade de desfrutarem de experiências como corridas de rua, aulas de yoga, triátlon e outros eventos organizados pela companhia. Por meio de um posicionamento de marca bastante consistente, a Track & Field vem acelerando sua participação no mercado esportivo brasileiro.
Gostamos da tese pelo elevado potencial de crescimento alinhado à alta qualidade de gestão. A companhia está exposta a teses seculares de bem-estar e saúde, o que deve sustentar o crescimento sustentável do mercado nos próximos anos. Desde seu IPO, a Track & Field, tem superado nossas expectativas, nos levando a projetar um crescimento composto de lucro de 23% para o período entre 2021 e 2026. Por fim, avaliamos que empresas focadas em clientes de alta renda devem ser mais resilientes ao cenário macroeconômico desafiador.”
11. Energia Elétrica e Saneamento: Equatorial (EQTL3)
“Fundada em 1999, a Equatorial figura como o terceiro maior grupo de distribuição do país, atendendo cerca de 10 milhões de clientes nos estados do Maranhão, Pará, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Sul e Amapá. Além das concessões de distribuição, a companhia também atua nos segmentos de transmissão (com mais de 3,2 mil km de linhas), energia renovável (através da Echoenergia), saneamento (Concessão no Estado do Amapá, operacional desde julho de 2022) e telecomunicações.
A companhia, que tem expertise na revitalização (turn around) de distribuidoras complexas, tem conseguido manter um elevado nível de eficiência nas operações maduras e entregar melhorias operacionais nos ativos incorporados. Recentemente, a Equatorial adquiriu a Celg (Enel Goiás), em linha com sua estratégia de crescimento em ativos de distribuição e com muito espaço para maiores investimentos, melhorias de indicadores operacionais e gestão de passivos – o que pode trazer mais valorização para a ação.”
12. Telecomunicações, Mídia e Tecnologia: Eletromidia (ELMD3)
“A Eletromidia é a maior empresa brasileira de mídia OOH (Out of Home ou “fora de casa”). Seu modelo de negócio consiste na veiculação de campanhas publicitárias em painéis digitais e estáticos. A companhia é dividida em cinco segmentos: ruas, shoppings, elevadores, transportes e aeroportos. Com um inventário de aproximadamente 75 mil painéis (70% digitais), a Eletromidia oferece ativos premium nas principais capitais midiáticas do Brasil, alcançando mais de 25 milhões de pessoas diariamente.
Nossa preferência pela Eletromidia está fundamentada em seu elevado potencial de crescimento, que é sustentado pelo ganho de penetração da mídia OOH nos orçamentos de propaganda – é uma mídia complementar às propagandas online e mais rentável que os meios tradicionais (televisão, jornais etc.). Por fim, acreditamos que a empresa continuará se beneficiando de sinergias com empresas recém adquiridas, do fim das restrições de mobilidade social e sazonalidade positiva do negócio (Copa do Mundo), que deverá impulsionar os resultados de curto prazo da empresa.”
13. Saúde: Oncoclínicas (ONCO3)
“O Grupo Oncoclínicas (ONCO3) é um dos maiores grupos de oncologia, hematologia e radio terapia da América Latina. Fundada em 2010, está presente em 12 dos principais estados brasileiros por meio de 70 unidades de tratamento. A companhia se beneficia de uma posição dominante no mercado de oncologia, um dos que mais cresce dentro do setor de saúde no Brasil. Além disso, a elevada fragmentação de mercado e o baixo market share (participação), mesmo das empresas dominantes, abre espaço para movimentos de consolidação no setor – avaliamos que a Oncoclínicas esteja bem-posicionada para se beneficiar dessa tendência. Por fim, a companhia tem conseguido fechar parcerias estratégicas com operadores de planos de saúde para facilitar a manutenção do fluxo positivo de pacientes no longo prazo.
Nossa preferência pela tese está fundamentada em um valuation atrativo (esperamos os P/E de aproximadamente 7,8x para 2024) juntamente com um bom momento operacional – apesar do ambiente desafiador para o setor de saúde nos últimos trimestre, a companhia tem conseguido entregar resultados operacionais sólidos, tanto na frente orgânica quanto inorgânica.”
14. Indústria: Weg (WEGE3)
“A WEG é uma fabricante de equipamentos eletroeletrônicos e de componentes para o setor de energia com presença global. A empresa está exposta a diversas tendências de crescimento, como investimentos da indústria em geral em motores mais eficientes, transição energética para energias renováveis, eletrificação automotiva, dentre outras. Aproximadamente 50% da receita da companhia é doméstica e o restante é composto por uma combinação de exportação e venda de produtos fabricados fora do País.
Enxergamos a WEG como uma combinação de crescimento e rentabilidade, ao mesmo tempo em que o modelo de negócio da companhia possui um perfil defensivo, considerando sua exposição a moedas fortes e segmentos resilientes (setor de óleo e gás, saneamento, mineração, energias renováveis etc.). Olhando pra frente, esperamos que a companhia mantenha a forte performance operacional em termos de rentabilidade, o que é explicado por um mix de produtos favoráveis, tendência positiva para preços dos produtos vendidos e cenário positivo em relação aos custos. O crescimento, por sua vez, deve continuar forte, mantendo-se em dois dígitos ano a ano.”
15. Serviços Financeiros: BB Seguridade (BBSE3)
“A BB Seguridade (BBSE3) é uma holding especializada em seguros, corretagem e previdência. Com R$ 69 bilhões de valor de mercado, é controlada pelo Banco do Brasil, que tem participação de 66,25% na companhia. Entre as empresas do grupo, destacam-se: Brasilseg, especializada em seguros; Brasilprev, especializada em produtos de previdência e BB Corretora, focada na corretagem dos produtos da BB Seguridade. Brasildental e Ciclic são as outras empresas do grupo.
Nossa preferência por BB Seguridade está fundamentada no bom momento operacional, confirmado pelo resultado do quarto trimestre de 2022. Para 2023, esperamos um forte crescimento do lucro devido à sua elevada exposição a setores resilientes, à dinâmica positiva de precificação dos seguros e à elevada taxa de juros, que beneficia seu resultado financeiro.”
16. Papel & Celulose: Suzano (SUZB3)
“A Suzano (SUZB3) conta com mais de 90 anos de atuação e opera nos segmentos de celulose e papel, papel cartão e papel tissue. Ocupa a posição de maior produtora de celulose de eucalipto do mundo e é uma das principais produtoras de papel do Brasil, responsável por cerca de 45% da produção brasileira total de papel para imprimir e escrever.
A Suzano é nossa preferida no segmento de papel e celulose, principalmente por oferecer uma proposta de risco-retorno atrativa; múltiplo de EV/Ebitda (valor da empresa em relação ao resultado operacional) de 7,0 vezes (ou 6,5 vezes excluindo crescimento); EV/tonelada de US$ 1.936 (abaixo da média histórica de US$ 2.250/ton) e geração de caixa ligeiramente mais forte do que a de Klabin. Notamos que a geração de caixa será limitada em 2022 devido aos altos investimentos para o Projeto Cerrado (R$ 7,3 bilhões em 2022), mas ainda mais forte do que a da Klabin. Destacamos o valuation atrativo, com EV/Ebitda 2022 de 7,0 vezes (ou 6,5 vezes excluindo o crescimento), dada a nossa projeção de um preço de celulose realizado abaixo do meio do ciclo de US$ 525/tonelada, em comparação com um múltiplo de meio de ciclo “razoável” de 7,5 vezes e vemos cerca de 35% de potencial de valorização para o papel.”
17. Petróleo, Gás e Petroquímicos: PRIO (PRIO3)
“A PRIO, antiga PetroRio, é uma produtora independente de petróleo focada 100% em campos offshore (marítimos), beneficiando-se da integração de mais de um campo por meio de um único FPSO (navio utilizado pela indústria petrolífera para a exploração, armazenagem e escoamento do petróleo e/ou gás natural). A integração, realizada por meio de uma tecnologia chamada de “tieback”, gera redução de custos operacionais e necessidade de capex.
Temos uma visão construtiva sobre as produtoras independentes de petróleo, as chamadas “Juniors”, baseada nas perspectivas de crescimento e em patamares altos de preços de petróleo nos próximos meses. Nesse universo, a PRIO é a nossa preferida. A companhia possui o maior tamanho de reservas em comparação aos seus pares, sendo uma reserva com maturidade abaixo da média do País e concentrada em poucos ativos.
Nossa tese de investimento na PRIO é baseada em um potencial de crescimento expressivo, apoiado por oportunidades orgânicas e inorgânicas. Além dos campos que ainda vão ser incorporados e desenvolvidos ao longo dos próximos anos (Albacora Leste e Wahoo), enxergamos dois potenciais drivers de valor: a estabilização da produção no poço ODP4 no campo de Frade no patamar de 15 mil barris por dia e a aquisição de Albacora Oeste, que poderia adicionar R$ 22/PRIO3 ao nosso preço-alvo de R$ 45/PRIO3, de acordo com nossas estimativas.”
18. Fundos Imobiliários: Kinea Rendimentos (KNCR11)
“Sob gestão da Kinea, o KNCR (KNCR11) é um dos fundos mais conhecidos do mercado, com o objetivo investir em CRIs indexados ao CDI. Atualmente, são mais de 55 milhões de cotas emitidas, que estão nas mãos de cerca de 158 mil cotistas e somam um patrimônio líquido de R$ 5,6 bilhões. Atualmente, o fundo conta com uma carteira diversificada (66 CRIs) e com boas estruturas de garantias, além de um LTV médio confortável. Ademais, apenas dois ativos detêm participação superior a 5% no portfólio (Brookfield e JHSF Malls).
Seguindo nossa estratégia conservadora para ativos financeiros, optamos pelo KNCR11 pelo seu tamanho, sua liquidez (média de R$ 9,8 milhões nos últimos seis meses) e pela equipe de gestão da Kinea, na qual confiamos bastante.
Considerando a diversificação da carteira, a relação de risco e retorno do fundo e o atual patamar da taxa básica de juros, acreditamos que o KNCR11 é uma opção de investimento interessante, que visa previsibilidade na distribuição de rendimentos e proteção contra momentos mais voláteis.”