Tesouro Selic ou CDB: qual dos dois rende mais?

Entenda as diferenças entre os títulos e o que considerar antes de investir

Escolher títulos com prazos de vencimento de dois anos ou superiores pode ser uma estratégia sábia, mesmo para aqueles que valorizam a liquidez diária - Foto: Freepik
Escolher títulos com prazos de vencimento de dois anos ou superiores pode ser uma estratégia sábia, mesmo para aqueles que valorizam a liquidez diária - Foto: Freepik

Mesmo com o movimento de queda da Selic, a renda fixa continua atraindo muitos investidores. Têm opções para todos os gostos: dá para investir em títulos do governo através do Tesouro Direto e até mesmo emprestar dinheiro para bancos, empresas e outras instituições financeiras. Pensando em te ajudar a fazer boas escolhas, trouxemos um comparativo entre dois famosos ativos: Tesouro Selic e CDB

O que é o Tesouro Selic? 

O Tesouro Selic é um título pós-fixado emitido pelo Tesouro Nacional. De forma simplificada, ao investir em um título você empresa dinheiro ao governo federal por um determinado período. Em troca, recebe um valor em juros. O Tesouro Selic tem esse nome pois sua rentabilidade é atrelada à taxa básica de juros da economia.  

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O que é o CDB? 

Enquanto no Tesouro Selic o empréstimo é feito para o governo, nos CDBs os investidores emprestam um valor para instituições bancárias. Com os Certificados de Depósito Bancário (CDB), essas instituições captam dinheiro e oferecem uma rentabilidade em troca. A taxa de rendimento do CDB pode ser prefixada, pós-fixada ou flutuante, ou seja, atrelada a um índice variável, como o CDI ou o IPCA. Para essa comparação, vamos considerar um CDB pós-fixado. 

Tesouro Selic ou CDB: saiba qual é o melhor investimento para o seu perfil | Inteligência Financeira

Quais as principais diferenças entre o Tesouro Selic e o CDB? 

Emissor e risco de crédito 

Segundo Pedro Despessel, analista de renda fixa do Simpla Club, a principal diferença entre o Tesouro Selic e o CDB é o emissor, ou seja, o responsável por pagar ao investidor a taxa contratada. “No caso do Tesouro, o emissor é o próprio governo brasileiro, sendo considerado o emissor mais seguro do país (mais seguro do que a poupança). Já no caso de CDBs, o emissor será uma instituição financeira que pode ou não ter uma boa saúde financeira”, explica. 

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Porém, mesmo em uma eventual quebra da instituição, o investidor não fica desamparado. O CDB tem a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que assegura o resgate de até R$ 250 mil por CPF em caso de insolvência do banco. 

Liquidez 

Outro ponto de destaque quando falamos sobre as diferenças é a liquidez. “O Tesouro Selic oferece liquidez diária, permitindo o resgate imediato do valor investido. Por outro lado, os CDBs podem apresentar diferentes prazos de liquidez, podendo oferecer maior rentabilidade em troca de prazos mais longos”, explica Paula Bento, sócia da HCI Invest e planejadora certificada pela Planejar. 

Tesouro Selic ou CDB: qual rende mais? 

Para tornar essa comparação mais palpável, vamos simular o rendimento dos dois títulos com um investimento de R$ 5 mil. Com a taxa Selic a 13,25% ao ano, esse valor investido no Tesouro Selic renderia um montante líquido de R$ 533,40 em 12 meses. 

Já um CDB pós-fixado, considerando o valor atual do CDI de 13,15% ao ano e um título que pague 110% do CDI (uma taxa relativamente comum no mercado), renderia, no final dos 12 meses, um valor líquido de R$ 578,60

Qual a melhor opção? 

Tudo depende da sua estratégia de investimentos. Segundo a planejadora Paula Bento, para quem busca liquidez diária e mais simplicidade, o Tesouro Selic pode ser a escolha mais indicada. Por outro lado, quem busca uma rentabilidade mais alta e abre mão de uma liquidez imediata, arriscando um pouco mais (mesmo que pouco), o CDB pode ser uma alternativa melhor. 

“Escolher títulos com prazos de vencimento de dois anos ou superiores pode ser uma estratégia sábia, mesmo para aqueles que valorizam a liquidez diária. Em muitos casos, o investidor busca a liquidez como garantia, mas acaba não utilizando-a. Se o título for mantido por dois anos ou mais, a tributação será feita na menor alíquota de imposto de renda, que é de 15%”, explica Paula. A tributação é a mesma tanto para o Tesouro Selic quanto para os CDBs. 

Já Marcelo Boragini, sócio da Davos Investimentos, destaca que a rentabilidade depende do tipo de título, prazo de vencimento e risco. De uma forma geral, os CDBs são mais indicados para quem busca uma estratégia de médio ou longo prazo. “O investidor deve analisar sempre o indexador e as taxas oferecidas. Por exemplo: um CDB a 100% do CDI terá um rendimento semelhante ao Tesouro Selic. Quanto maior o risco e o prazo de investimento, maior a rentabilidade”.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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