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Onde investir agora? Analistas mostram duas estratégias para investidores de renda fixa
O comitê de investimentos do Itaú Unibanco destaca, nas recomendações de carteira divulgada para maio, que as taxas na renda fixa apresentaram uma nova rodada de alta desde o último comitê, um mês atrás. Desta vez, o cenário está mais intensamente para títulos prefixados. De acordo com os analistas, as taxas das NTB-Bs também subiram. Porém, informa o banco, este processo acabou em parte sendo mitigado pela elevação das expectativas de inflação.
Conforme o relatório da equipe capitaneada pelo CIO (chief investment officer) Nicholas McCarthy, o mercado projeta agora apenas uma redução residual da Selic pelos próximos meses, da ordem de 0,50%, seguida pela retomada de um ciclo de alta com início já no final do ano e prolongando-se por 2025 e início de 2026, com a Selic retornando ao patamar de 11,50%.
Títulos para ficar de olho: prefixados e com juro real
“Ainda que reconheçamos que o espaço para uma redução mais intensa da Selic perdeu força diante das atuais circunstâncias, a hipótese de elevação da Selic de forma tão prematura nos parece pouco provável. Acreditamos que as taxas atingiram patamares exagerados. No entanto, optamos por manter nossas recomendações inalteradas, uma vez que o quadro geral ainda é bastante incerto”, diz o documento.
Contudo, para aqueles clientes que porventura ainda estiverem subalocados em renda fixa, o Itaú salienta que este é um bom momento para aplicar em prefixado e juro real. O objetivo é aproximar as alocações das carteiras ao indicado em seus respectivos perfis de risco, alinhados às recomendações do banco.
Bolsa brasileira
Sobre a bolsa brasileira, o comitê manteve a alocação um nível acima do neutro (+1). “A materialização de um eventual ciclo de cortes na taxa de juros pelo banco central americano deve ser um importante fator a favor da bolsa brasileira. Ao mesmo tempo, fatores domésticos também devem ser positivos, entre eles, a redução da taxa Selic, o crescimento robusto nos lucros das empresas para 2024 e 2025, múltiplos descontados tanto em relação à média histórica quanto em relação aos pares emergentes e o posicionamento muito leve dos investidores locais na classe”, pontua o relatório.
O documento destaca ainda que o real continua a apresentar fundamentos sólidos para uma eventual valorização no médio prazo. Isso ocorre especialmente após o movimento de desvalorização recente afastar a taxa de câmbio do patamar relativamente estável dos últimos meses.
“Entretanto, ainda vemos alguns fatores atuando na direção de postergar esta convergência, mantendo o dólar ainda valorizado por mais algum tempo. Além disso, considerando a distribuição de risco dentro de nossas carteiras, a relação risco versus retorno da renda fixa e da renda variável nos parecem mais atrativas neste momento. Assim, permanecemos sem alocação em moedas”, reforça o comitê.
Cenário da carteira local
No Brasil, a conjuntura tem-se mostrado relativamente favorável, mas o aumento de incertezas, especialmente no cenário externo, tem dominado as discussões, de acordo com o Itaú.
“Os dados recentes apontam para o crescimento sólido da atividade econômica no primeiro trimestre do ano. O mercado de trabalho continua apertado, o que, aliado ao impulso fiscal positivo, ajuda a sustentar o consumo das famílias. Assim, esperamos que o PIB cresça 2,3% em 2024 e 1,8% em 2025”, diz o banco.
Em relação à inflação, o relatório salienta que as últimas leituras surpreenderam para baixo, com uma composição melhor.
“Ainda há algumas incertezas sobre o ritmo de desinflação à frente, especialmente no segmento de serviços. De toda forma, esperamos que o processo desinflacionário continue, com o IPCA encerrando 2024 em 3,7% e 2025 em 3,6%. Cabe destacar, no entanto, que as expectativas de inflação para 2025 mostraram alguma deterioração”, afirmam os analistas.
Ruídos fiscais
Segundo o documento, os ruídos fiscais aumentaram desde o último comitê, especialmente com a revisão das metas fiscais a partir de 2025, em um ambiente de maior incerteza vinda principalmente do cenário externo.
“Já trabalhávamos com um cenário menos otimista para a trajetória fiscal à frente e entendemos que os riscos de médio prazo continuam elevados. Esperamos déficits primários de 0,6% e 0,9% do PIB em 2024 e 2025, respectivamente”, pontua o comitê.
Por fim, os analistas do Itaú afirmam que o cenário global mais desafiador e o aumento de incertezas domésticas limitam o espaço de cortes de juros pelo Banco Central do Brasil. “Por ora, projetamos que a taxa Selic encerre o ano em 9,75% ao ano e permaneça neste mesmo patamar ao longo de 2025. Assim, nesse ambiente de maiores incertezas, especialmente no cenário internacional, decidimos manter as alocações inalteradas”, sintetiza o relatório. Daí a importância de você ficar de olho nos prefixados.
Sobre o comitê de investimentos
O comitê de estratégia do Itaú é realizado mensalmente para decidir as alocações táticas das carteiras-modelo, baseadas nos cenários macroeconômicos internacional e brasileiro.
As recomendações de investimento para nossos clientes seguem essas diretrizes, sempre de acordo com o perfil correspondente e apetite de risco.
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