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Como as novas regras do Tesouro Direto afetam os investidores?
A partir do dia 18, entram em vigor as novas regras do Tesouro Direto. Como elas vão afetar os investidores? De acordo com a B3, as regras vão alterar os limites mínimo e máximo de investimento em títulos públicos.
Como era:
- É preciso aplicar no mínimo R$ 30 para fazer um investimento no Tesouro Direto
- O limite máximo de investimento é de R$ 1 milhão por mês.
Como passa a ser a partir de 18/11/2024:
- É possível investir qualquer quantia, desde que corresponda a pelo menos 1% do valor do título
- O limite máximo de investimento sobe para R$ 2 milhões por mês.
Por exemplo, hoje um título do Tesouro Prefixado 2031 tem um preço unitário de R$ 447,04, de acordo com a cotação de 8 de novembro. Se as novas regras já estivessem em vigor, seria possível investir nesse título a partir de R$ 4,47, o que corresponde a 1% do valor unitário.
Por outro lado, um grande investidor que já tenha aplicado R$ 1 milhão ao longo deste mês também está impedido de fazer novos investimentos em títulos públicos, mesmo que surja a oportunidade de ouro. A partir do dia 18 esse limite passa a ser de R$ 2 milhões. Lembrando que não é por aplicação, mas sim o total de títulos adquiridos naquele mês.
O que explica as novas regras do Tesouro Direto?
O fim do limite mínimo visa estimular a formação de reservas e a educação financeira, na avaliação de especialistas ouvidos pela Inteligência Financeira.
“Com a flexibilidade de aportar valores quase simbólicos, o Tesouro Direto se torna uma ferramenta para todos que sonham em ver seu dinheiro crescer”, avalia o planejador financeiro Marlon Glaciano, sócio da Invest Prime Planejamento Patrimonial.
“Ao baixar o valor mínimo, o Tesouro Direto permite que uma maior parcela da população inicie sua jornada de investimentos com recursos limitados, incentivando a educação financeira e a prática da poupança desde ceod”, concorda o consultor financeiro Caio Mastrodomênico.
Portanto, para os especialistas, se trata menos de quanto vai render um investimento baixo, como na casa dos R$ 4. E mais a abertura de uma frente para que mais pessoas possam dar o primeiro e iniciar a sua trajetória como investidoras.
Novo limite máximo atende investidores em momento de alta dos juros
Por outro lado, o aumento do limite máximo mensal para R$ 2 milhões reflete uma tendência de maior busca pelos títulos públicos conforme os juros sobem e os prêmios pagos também.
Nesta semana, o Banco Central aumentou a taxa Selic para 11,25% ao ano, o que subiu a remuneração do Tesouro Selic. A perspectiva também é de inflação em alta, o que impacta a rentabilidade do Tesouro IPCA+, por exemplo.
“O aumento do teto permite que grandes investidores explorem o Tesouro como uma alternativa sólida em momentos de alta dos juros”, diz Marlon Glaciano. “No entanto, diversificar continua sendo uma aposta sábia, mesmo para quem aposta alto”, completa o planejador financeiro.
Oportunidades e cuidados para os investidores
As novas regras do Tesouro Direto, para os pequenos investidores são uma oportunidade de começar com pouco e ver o efeito dos juros compostos com o tempo. Contudo, é preciso que tenham consciência que “resgates antes do prazo podem não render o esperado”, como alerta Marlon Glaciano.
Na visão de Caio Mastrodomênico, o principal risco para os grandes investidores é o custo de oportunidade. Afinal, aplicar grandes volumes no Tesouro Direto pode limitar a atuação desses investidores diante de outras oportunidades que surjam.
“A recomendação é que eles acompanhem de perto as políticas econômicas e ajustes nas taxas de juros, além de manterem uma estratégia diversificada para proteger e otimizar seu patrimônio”, afirma.
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