IPCA+ ou prefixado: veja qual título de renda fixa pagou quase 370% nos últimos anos

Levantamento exclusivo do Itaú BBA mostra qual classe lidera o ranking da renda fixa nos últimos 13 anos

Foto: Marcello Casal / Agência Brasil
Foto: Marcello Casal / Agência Brasil

Na sopa de letrinhas da renda fixa, nada é mais popular que o IPCA+, a classe de ativos que acompanha a inflação e paga ao investidor um prêmio extra. A fama não é por acaso. Um levantamento exclusivo compilado pelo Itaú BBA, braço de investimento do Itaú-Unibanco, mostra que essa classe lidera o ranking da renda fixa no acumulado de quase uma década e meia.

A cesta de NTN-Bs, como são chamados os títulos IPCA+, registraram alta de 368,46% ao longo dos últimos 13 anos. Trocando em miúdos, isso significa que, sem considerar os impostos, quem investiu R$ 10 mil em um título do tesouro IPCA+ em 2010, tem hoje o montante de R$ R$ 36,8 mil.

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Na segunda posição entre os títulos de renda fixa, aparecem as opções prefixadas, as chamadas LTNs e NTN-Fs. Juntos, esses títulos subiram 300,64% em igual período, fazendo com que os mesmo R$ 10 mil, aqui aplicados, valessem hoje R$ 30,064 mil.

Em terceiro lugar e bem distante dos dois líderes veem os títulos pós-fixados, que seguem pari passu o CDI, e acumularam alta de 234,06% nos últimos 13 anos. O dólar, para fins de comparação, valorizou-se 182,67% nesse mesmo período.

Prêmio para títulos de longo prazo

Na opinião dos especialistas, essa vantagem expressiva das NTN-Bs se deve ao temor do investidor com a economia brasileira, que topa comprar títulos de longo e longuíssimo prazos, mas com um alto prêmio de risco. Em alguns momentos, este prêmio chegou a até 7,5%.

“A gente sempre teve um prêmio muito grande exigido pelos investidores para estar posicionado nesses tipos de títulos”, afirma Rodrigo Cabraitz, gestor de portfólio da Principal Claritas.

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“Isso explica o motivo da inflação do período ter um retorno bem menor do que os papeis atrelados a ela”, confirma Ricardo Martins, economista-chefe da Planner Corretora.

O que esperar da renda fixa para os próximos anos

Dizem que retorno passado não é garantia de ganhos futuros. No entanto, aqui, na opinião dos especialistas, é raro encontrar quem pense diferente. Boa parte dos investidores profissionais, especializados em renda fixa, apostam novamente numa composição de NTN-Bs e prefixados.

Martins, da Planner, vê espaço para ganhos com inflação nos próximos anos. “É a nossa principal aposta”, diz.

Rodrigo Cabraitz, da Principal Claritas, adotou a estratégia de concentrar até 85% do portfólio de renda fixa com NTN-Bs. “Essa é a posição no nosso portfólio de maior convicção. A gente tem ali uma curva até cinco, seis anos de vencimento”, conta ele.

Os títulos IPCA+ preferidos do gestor da Claritas pagam em torno de 5,60%, 5,70% como prêmio de risco. “A gente tem o viés de carregar essas posições (até o vencimento). A gente vem comprando ao longo do tempo e vem segurando”, diz.

Os demais 15% do portfólio de renda fixa da Claritas são compostos por prefixados. “É boa essa diversificação”, diz.

O que é NTN-B?

NTN-B é a sigla utilizada para denominar as Notas do Tesouro Nacional da série B, títulos públicos que possuem rendimento atrelado à inflação oficial do governo (IPCA), mais uma taxa de juro prefixada.

Temos no mercado as NTN-B Principal e as NTN-B. Atualmente, o investidor pode encontrar as duas letras no Tesouro Direto com nomes simplificados como Tesouro IPCA+ e Tesouro IPCA+ com pagamentos semestrais, respectivamente.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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