Quais são os 10 BDRs com mais retorno em 2024 até agora?

Investir no exterior faz parte da estratégia e da vontade de várias pessoas. Para aqueles que querem alocar seu dinheiro em empresas fora do Brasil, os BDRs são opções fáceis, sem precisar sair da bolsa de valores brasileira.

Os BDRs não são propriamente ações, mas sim certificados de ações emitidas por empresas estrangeiras. Isso permite que sejam negociados no Brasil sem a necessidade de ter conta em uma corretora fora do País. O BDR é negociado da mesma forma que uma ação local, com a mesma facilidade e em real.

No último ano, e em 2024, alguns BDRs se destacaram. Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria, listou o rendimento dos papéis do índice BDRx até 20 de maio. Confira!

Quais são os 10 BDRs com maiores altas em 12 meses*

Como se observa na tabela acima, nos últimos 12 meses, os BDRs que lideram o ranking de rendimentos foram:

• MicroStrategy (M2ST34) – 514,12%;
• Coinbase (C2OI34) – 303,94%;
• Nvidia (NVDC34) – 209,59%.

Segundo Gerson Brilhante, analista da Levante Inside Corp, os destaques vão para as empresas de tecnologia com enfoque em IA (inteligência artificial), como a Microstrategy e Nvidia.

“Ambas as empresas conseguiram capturar bem o ‘boom’ de inteligência artificial e apresentaram bons resultados”. 

O analista também apontou que a Coinbase surfou o bom momento que o Bitcoin teve no ano passado, já que existe uma correlação muito grande entre preço do bitcoin e preço do papel. 

Ele também ressaltou o papel da SL Green, que ficou em quarto lugar no ranking de maiores valorizações, com alta de 153,32%. De acordo com Brilhante, a companhia surfou a recuperação dos escritórios imobiliários com a baixa aceitação das empresas para o home office.

Os 10 BDRs com maiores retorno em 2024*

Já no ano de 2024, de 1º janeiro até 20 de maio, a Sea Ldt (S2EA34), empresa de tecnologia Sea Ltd, de Singapura, assume a terceira posição no ranking, atrás da MicroStrategy e da Nvidia.  

Nos primeiros meses deste ano, as empresas de tecnologia ganharam ainda mais destaque, segundo o analista da Levante Inside Corp.

“Acreditamos que os setores que envolvem tecnologia de IA seguirão sendo o principal do mercado. As empresas devem investir cada vez mais em suas capacidades produtivas de tecnologia inteligente, impulsionando o setor como um todo”, afirma. 

Ele também aponta uma possível recuperação do setor de Real Estate (imobiliário), penalizado pelo mercado desde a sequência de aumentos de juros por parte do FED. “Dada uma possível queda nas treasuries americanas, esse é um setor que pode se recuperar, juntamente com o setor de varejo. Esses três setores tendem a ter um bom desempenho no segundo semestre do ano”.

O cenário dos investimentos no exterior

De acordo com Brilhante, o S&P 500 segue sendo negociado a múltiplos altos historicamente, então hoje é um mercado caro. No entanto, ele destaca que as empresas vêm surpreendendo positivamente as projeções dos analistas, reportando lucros acima do esperado. 

“O aumento de produtividade através da inteligência artificial gera uma performance melhor nas empresas, que a posteriori ajusta os múltiplos novamente para cima, então é estrutural essa mudança de múltiplos mais caros para o exterior”, diz.

Ele também afirma que é importante destacar os spreads de crédito, que estão fechados no exterior, quando comparado com o ativo livre de risco e a captação de empresas high yield. Isso significa que tanto as empresas mais estabelecidas quanto as mais arriscadas têm emitido títulos de dívida com juros próximos aos juros praticados pelo Tesouro americano.

“Esse spread hoje está em 310 bps (basis points), um dos menores do século, indicando uma economia robusta e sem muitos riscos”, completa.

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