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CDCA: conheça o título do agronegócio lançado por cooperativas e empresas rurais
Você já ouviu falar no Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio? Criado em 2004, o CDCA nada mais é do que um investimento da renda fixa emitido exclusivamente por cooperativas de produtores rurais ou empresas agropecuárias.
“Podemos considerar o CDCA como um ‘primo’ do Certificado de Recebível Agrícola (CRA) e da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). Isso porque é um ativo lastreado por direitos creditórios do setor agrícola. Ou seja, traçando um paralelo com outros ativos, trata-se de um título de crédito privado”, explica Marcos Milan, professor da FIA Business School.
CDCA: o que é e como funciona
Deu para ter uma ideia do que é o Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio, certo? Vale saber também que o CDCA é um título nominativo. “Isso quer dizer que o nome do beneficiário do título consta no registro do ativo e é de livre negociação”, comenta o professor.
Além disso, o investimento pode ser estruturado tanto com uma taxa pré quanto com uma taxa pós. “Portanto, ao buscar por esse tipo de ativo, o investidor deve entender como ele se encaixa em sua estratégia de investimento”, ensina Milan.
Então, o CDCA origina negócio entre partes, inclusive financiamento, empréstimo. E ao que ele está atrelado? “Ao direito creditório relacionado a todos os negócios da cadeia produtiva do agro”, esclarece Brunna Viana, head de agro e private banker da AndBank.
Ainda de acordo com a especialista, o registrador do Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio na B3 é responsável pelo registro e gestão desses direitos creditórios.
“Ele permite que as empresas ligadas ao agronegócio captem crédito de médio e curto prazo para investir nas atividades no período da entressafra”, afirma.
Vantagens de investir em CDCA
Por possuir características semelhantes às LCA´s e aos CRA´s, os CDCA´s também são títulos isentos de Imposto de Renda e Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para pessoa física. O que pode ser considerado uma vantagem frente a outros títulos de crédito privado.
“Além disso, o Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio possui uma boa rentabilidade, quando comparado a outros investimentos de renda fixa”, pontua Brunna.
Quais são os riscos do CDCA?
Por outro lado, a principal desvantagem vista pelos especialistas quando se pensa em incluir o CDCA na carteira de investimentos está no fato do produto não ter a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Os títulos de renda fixa têm proteção de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ e por instituição. Portanto, caso a instituição emissora do investimento quebre, ou passe por algum problema financeiro, o FGC garante a devolução de até R$ 250 mil investidor.
Porém, no caso do CDCA, então, essa proteção não existe. “Em outras palavras, ele tem um risco maior do que os outros títulos”, acrescenta a head de agro.
Como é a remuneração do investimento?
Segundo a especialistas, a taxa de rentabilidade do Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio está atrelada ao CDI.
“Mas o CDCA pode usar outros indexadores de acordo com a empresa emissora do produto. Ou também é feita por meio da análise do mercado, como o dólar ou até mesmo a inflação”, diz Brunna.
Então, em alguns casos, é possível encontrar um fideiciátrio. O dólar, ou até mesmo a inflação. Então, devido ao fato de ser pouco conhecido, o CBC aí costuma oferecer uma boa remuneração, pois, na verdade, ele utiliza boas taxas para atrair mais investidores, por não ser tão conhecido
Por que o CDCA é pouco divulgado?
Com 20 anos no mercado, esse investimento do agronegócio já deveria ser bem mais conhecido entre os investidores. Mas não é bem assim.
“Na verdade, ele possui pouca divulgação por conta da baixa liquidez. Ou seja, ao adquirir um título desse, é preciso esperar até a data do seu vencimento. Isso porque será difícil encontrar vendedor nesse mercado”, afirma Brunna.
Além disso, a especialista conta que as próprias empresas ligadas a atividades agrícolas não conhecem muito bem essa forma de obtenção de recursos. “Então, por pouco conhecimento mesmo que o mercado não divulga. E aí, como consequência, o CDCA possui baixa procura no mercado de ações”, diz.
Já para Marcos Milan, não se fala muito desse tipo de ativo pois ele está, na maioria dos casos, na composição de uma LCA, servindo como lastro dela. Aliás, investir nesse tipo de ativo através de uma LCA pode inclusive ser vantajoso por conta da pulverização do risco.
“Visto que cada CDCA participará de um percentual pequeno da composição de uma LCA. Sem esquecer que a Letra de Crédito do Agronegócio conta com a proteção do FCG. O que acaba sendo um ponto bem positivo”, explica o professor.
Como investir no CDCA?
O CDCA pode ser uma opção interessante para diversificar sua carteira de investimentos. Mas claro que é preciso analisar com calma, verificando se o produto tem relação com seu perfil de investidor e seus objetivos.
Ainda assim, se você quer saber como investir nesses títulos do agronegócio, saiba que o produto é negociado via mercado de balção.
“Então, para se investir nesse tipo de ativo, o investidor deve estar cadastrado em uma corretora de investimentos credenciada a Comissão de Valores Mobiliário (CVM). A partir disso, os CDCAs têm suas negociações na própria plataforma da corretora. Ou são enviados diretamente pelo seu consultor que periodicamente recebe da corretora um relatório com o ’estoque’ de ativos disponíveis para a venda nesse tipo de operação”, ensina Milan.
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