Vinhos para beber, degustar, brindar e… investir: já olhou para eles como um ativo?

Em 2021, o mercado de vinhos finos, medido pelo índice Liv-ex Fine Wine 100, cresceu 19,94%, ante o Dow Jones, que subiu 14,5%

- Ilustração: Renata Miwa
- Ilustração: Renata Miwa

Se você é amante de vinhos ou está buscando uma nova alternativa de investimento, saiba que pode ganhar dinheiro com a bebida. De acordo com dados da Business Wire, o mercado de vinhos finos movimentou US$ 326,6 bilhões em meio à crise da Covid-19. Além disso, deve registrar um crescimento anual de 4,2% nos próximos sete anos, superando a marca de US$ 430 bilhões. Para além da degustação, investir em vinhos também podem ser uma saída para diversificar a carteira dos investidores. 

Vale a pena investir em vinhos?

Existe até mesmo um índice que acompanha o preço e a valorização de 100 dos mais disputados vinhos do mundo: o Liv-ex Fine Wine 100. Em 2021, o mercado de vinhos finos, medido pelo índice, cresceu 19,94%. Segundo o relatório The Fine Wine Market, produzido pela plataforma de vinhos Liv-ex, a valorização do índice ultrapassou o Dow Jones, que subiu 14,5% no mesmo período. “Ainda é um tipo de investimento pouco divulgado, mas para quem gosta de vinho acaba sendo uma alternativa que une o útil ao agradável”, explica Deco Rossi, especialista em vinho da Winet. 

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Como montar sua carteira de investimentos com vinhos

O investimento em vinhos finos não acontece em uma Bolsa de Valores, como outros ativos que já conhecemos. Brasileiros podem entrar no mercado por um modelo de crowdfunding. “É feita uma captação e depois o dinheiro é usado para comprar os vinhos que irão compor a carteira. Normalmente, tem um especialista que faz essa seleção”, explica Deco. 

Uma dessas empresas é a OenoFuture, que faz a gestão da carteira de vinhos de clientes. A negociação dos rótulos é feita em parceria com a plataforma Bloxs, focada em investimentos alternativos. Funciona assim: uma vez decidido o montante de capital que você deseja investir, é feita uma seleção de vinhos finos no seu nome, que são obtidos diretamente de produtores. Os vinhos são armazenados em instalações e, ao longo do período de investimento, o gestor da conta aconselha o investidor em potenciais oportunidades de lucro e venda do rótulo. Para uma experiência mais rentável, a gestora recomenda uma estratégia de três a cinco anos. 

Quais são os riscos de se investir em vinhos?

Assim como todo investimento, investir em vinhos também tem seus riscos. “Os vinhos escolhidos são tradicionais, nomes fortes e com excelente reputação. A tendência da vinícola fechar ou produzir um vinho ruim, mesmo em uma safra não tão boa, é menor. Por outro lado, vinho é feito de uva que é um produto natural e está sujeito a safra, e tem algumas regiões no mundo, como Bordeaux, na Borgonha, que são mais suscetíveis a variações”, explica o especialista.

Por isso, é importante estudar o mercado antes de desembolsar a grana, que não é baixa. Ter paixão pela bebida também é um diferencial, já que o investimento é considerado um passion asset, ou ativo de paixão, que são aqueles com valor comercial e sentimental, como itens de antiguidade, carros clássicos e obras de arte. “Geralmente as cotas mínimas são de R$ 5 000, até cotas mais altas para quem tem muito dinheiro e decidiu investir mais. É um investimento a longo prazo para quem gosta bastante de vinho, porque você acaba acompanhando o mercado”, ressalta Deco. 

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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