Real Digital e tokenização de títulos públicos: conheça os próximos passos do Banco Central

Executivo do BC diz que banco acredita no engajamento do mercado

- Ilustração: Marcelo Andreguetti
- Ilustração: Marcelo Andreguetti

Com uma agenda longa e ambiciosa, o Banco Central tem se preparado para lançar, no final de 2024, o Real Digital. Segundo Bruno Batavia, gerente alterno do projeto do Real Digital do Banco Central, a agenda do projeto se conecta com outras da instituição, como o Pix, Open Finance e a Internacionalização da moeda. O Real Digital, especificamente, cria uma nova infraestrutura que faz o uso de diversas tecnologias, como contratos inteligentes. 

“A posição do Banco Central é mais a de um provedor básico. Focamos bastante nessa parte de tokens e ativos de pagamento dessa rede e contamos com o engajamento do mercado”, ressaltou Bruno durante o painel “CBDCs, criptoativos e tokenização: o futuro das DeFi”, promovido pela TozziniFreire. Segundo ele, esse é um projeto que leva tempo e que chega em um contexto de tecnologia mais avançada. 

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Próxima parada: tokenização de títulos públicos

Bruno destacou as últimas ações envolvendo a agenda do Real Digital, como o LIFT Challenge. Neste projeto, empresas podem resolver desafios lançados pelo BC, desenvolvendo MVPs.

Nesta edição, o foco foi o Real Digital. Desde então o Banco Central tem avaliado casos de uso da moeda digital, assim como sua viabilidade tecnológica. Foram 47 propostas, com 9 selecionadas para a fase de pilotos.  

Além do LIFT, Bruno também destaca outra ação importante na agenda: a inclusão de títulos públicos federais no projeto de tokenização. A proposta foi apresentada e aprovada pelo Tesouro Nacional.

“Já definimos a infraestrutura básica para ter alguns ativos de pagamento tokenizados. O piloto rodará até o fim deste ano. A ideia é, no ano que vem, incorporar outros casos de uso e partir para uma segunda fase”, ressalta. 

Carteira digital do Tesouro

Os títulos tokenizados serão emitidos dentro de uma carteira digital do Tesouro. As negociações serão realizadas em um tipo de blockchain privada chamada Distributed Ledger Technology, ou DLT. Só poderão operar pessoas autorizadas.

A ideia é testar a nova infraestrutura, que também abrigará o Real Digital. “Queremos entender todos os possíveis erros e lacunas e o que seria necessário alterar na rede, para de fato disponibilizá-la no final de 2024 ou início de 2025”, disse Bruno. 

O que é o Real Digital?

O Real Digital é uma versão da nossa moeda, o real, mas voltado para o ambiente online. Baseado em blockchain, é classificado como uma Central Bank Digital Currency (CBDC), ou moeda digital de banco central.

Apesar de ser baseado em blockchain, o Real Digital não é uma criptomoeda. Ele é uma manifestação da moeda brasileira no formato tokenizado, com lastro do governo.

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