Quando R$ 50 mil valem mais do que R$ 1 milhão
A expectativa é de que o ciclo de afrouxamento monetário, ou seja, de queda nas taxas, comece no início do próximo semestre
Arthur tem pouco mais de 20 anos de idade. Já tão novo acumula algum sucesso como corretor de imóveis. Recentemente, colocou a mão numa bolada com a comissão da venda de um imóvel de luxo na capital paulista que ele intermediou.
Naquele dia, levou a namorada para um jantar romântico. Mas, antes comemorou com amigos a novidade e contou que, finalmente, conseguiria trocar de carro e ter um zero quilômetro. Seria, enfim, o primeiro dono de um carrão. Vendendo o seu carro atual, mais a comissão, teria 50 mil reais na mão para realizar seu sonho.
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Ganho de 6% ao ano
Nesta mesma semana em que Arthur compartilhou sua história de sucesso com amigos e parentes, o aposentado Anthony Roberts, de 69 anos, contou num artigo no jornal britânico Telegraph que a façanha de ter conseguido nos últimos anos um retorno nominal para sua carteira de investimentos de 6% ao ano. Para tanto, disse Roberts, ele criou uma carteira de ações e montou uma estratégia com aplicações, buscando ganhos fiscais para pagar menos imposto.
Arthur, como muitos brasileiros, não costuma pensar no valor do dinheiro ao longo do tempo e não está dando muita atenção para o retorno de mais de 6% ao ano real (acima da inflação) que os conservadores títulos do Tesouro Nacional estão pagando.
O Anthony precisou correr riscos e montar estratégias de ganho fiscal para conseguir. E, com menor risco, qualquer brasileiro tem oportunidade, hoje, fazendo um Pix, de comprar títulos no programa do Tesouro Direto.
Milhão acumulado no longo prazo
Observe, Arthur poderia chegar aos 57 anos de idade com R$ 1,2 milhão da carteira (valor bruto, sem descontar o IR) se optasse por fazer apenas uma aplicação desses R$ 50 mil no título Tesouro IPCA+ com vencimento em 2055 que está pagando 6,11% ao ano (há também títulos com vencimentos mais curtos com taxas próximas a 6%).
Ah, Mara, mas é um sonho que ele quer realizar e pode fazer o investimento quando receber uma nova comissão, afinal é muito jovem. Então, vamos supor que ele adie o investimento para quando receber uma nova comissão.
Sim, ele poderia então fazer a aplicação. Mas, provavelmente, não com os mesmos resultados. Afinal, nada garante que esses títulos estarão pagando as mesmas taxas quando isso ocorrer.
Ao contrário, a expectativa é de que o ciclo de afrouxamento monetário, ou seja, de queda nas taxas, comece no início do próximo semestre.
Mas, poucos brasileiros pensam o valor do dinheiro no tempo.
A matéria do Telegraph você pode ver aqui .