Ativos verde e amarelo ainda valem a pena? Veja o que dizem os analistas
Mesmo em um período incerto, especialistas destacam opções interessantes em ações, Tesouro Direto e fundos de investimento
Estamos vivendo um momento de instabilidade e prestes a entrar em um outro ainda mais turbulento. É o que acredita Valéria Vieira, head de renda variável da RB Investimentos. “Com um ano eleitoral se aproximando e tudo que vem acontecendo nas últimas semanas, a tendência é que os investimentos continuem voláteis. Mas é justamente aí que surgem oportunidades, principalmente para o investidor de longo prazo”, ressalta.
Mesmo em um período incerto existem boas opções em ativos brasileiros. Gestoras de fundos multimercados estão aumentando suas exposições às ações brasileiras, como é o caso da Verde Asset Management. Em sua carta mensal mais recente, Luis Stuhlberger, CEO e CIO da Verde, afirma que está aumentando “seletivamente e com disciplina” sua aposta na Bolsa, uma vez que o mercado parece precificar um cenário “bastante inóspito” e uma porção de companhias negocia a valores vistos como interessantes.
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Em conversa com a IF, Valéria Vieira, da RB Investimentos, e Fernanda Melo, sócia da HCI Invest, trouxeram visões sobre alguns ativos brasileiros que você deve ficar de olho. Vamos lá:
Estratégia para as ações
Quando o assunto é o mercado de ações, você precisa entender que a oscilação continuará forte. “O investidor que tem mais apetite ao risco pode se dar melhor nesse cenário. Ainda que as tensões políticas se resolvam, existe a incerteza de quem será o próximo presidente”, ressalta Fernanda Melo, da HCI.
A dica é ficar de olho em setores perenes e empresas que oferecem serviços básicos. Elas costumam oscilar menos por oferecerem produtos sempre demandados, mesmo em momentos de recessão econômica. “Empresas de energia, saneamento ou que têm em sua cadeia desde a etapa de produção até o processamento costumam ser apostas melhores, já que a inflação pode aumentar ainda em todo o mundo”, diz Valéria Vieira, da RB.
A especialista cita a Camil como um exemplo. “A empresa tem um portfólio, atuando desde a produção. Com o aumento da inflação, as companhias que só processam um produto caro precisam repassar esse custo. Empresas como a Camil conseguem suavizar isso”, explica.
No Tesouro Direto
A renda fixa voltou a ser assunto depois do Banco Central aumentar a taxa de juros para 7,75% ao ano. “Já conseguimos ver títulos pagando 1% ao mês. Isso é um cenário inédito se compararmos os últimos anos”, ressalta Fernanda. Títulos indexados ao IPCA passaram a ser atrativos e podem ser boas opções. “Eu ainda esperaria mais um pouco, porque a expectativa é de que os juros subam ainda mais. Assim, você consegue taxas melhores”, diz Valéria.
E os fundos de investimento?
Além dos tradicionais fundos imobiliários, que devem registrar uma retomada depois da pandemia, Fernanda chama atenção para o recém-criado Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro). “Eles funcionam como se fossem um fundo imobiliário, mas do setor agro. Como o Brasil é muito desenvolvido nesse segmento, é um produto que os investidores devem ficar de olho. É uma boa oportunidade”, ressalta. Neste mês, inclusive, aconteceu o início das negociações do primeiro Fiagro, o Fundo Riza Agro-Fiagro Imobiliário, na B3. Ainda sem histórico de ganhos, mas que vem sendo visto com bons olhos pelos gestores e analistas do mercado.