Quais são os investimentos menos afetados pela guerra em Israel?
Especialista aponta vantagens da renda fixa e os setores menos afetados para quem quer ficar na renda variável
Conflitos como o travado atualmente na região da faixa de Gaza, no Oriente Médio, chocam o mundo e provocam perdas humanas irreparáveis. Ao mesmo tempo, também são fontes de incerteza política global, o que afeta os mercados e, consequentemente, os investimentos. Mas quais são investimentos seguros em momentos como esse?
“É sempre importante analisar bem os setores e ativos que compõem sua carteira de investimento, pois, em momentos de conflitos, a aversão a risco dos investidores aumenta e, consequentemente, traz muita volatilidade de curto prazo”, explica José Augusto Batolari, assessor da Manchester Investimentos.
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A pedido da Inteligência Financeira, Batolari listou alguns ativos que devem sofrer um impacto menor diante do conflito na região da Palestina. Lembrando que rendimentos passados não são garantias de rentabilidade futura e que os ativos devem ser escolhidos respeitando seu perfil de investidor e tolerância a risco.
Qual é o investimento mais seguro em momentos de incerteza?
O especialista explica que há determinados ativos que são considerados “refúgio global”, investimentos seguros para os quais investidores de todo o mundo correm quando temem incertezas.
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“Os produtos que tendem a ser considerados mais seguros são aqueles que trazem previsibilidade de segurança para clientes, como renda fixa Brasil e renda fixa americana“, diz o assessor de investimentos.
“O dólar e o ouro também são ativos que consideramos refúgio global“, completa.
Portanto, a renda fixa mantém as condições pactuadas no momento do investimento mesmo diante das incertezas.
Batolari explica que isso vale especialmente para títulos públicos, nos quais a garantia de pagamento é a solidez do próprio Estado nacional. No caso do Brasil, trata-se o investimento nos títulos do Tesouro Direto.
De acordo com o especialista, títulos de crédito privado de empresas sólidas também seguem sendo boas opções. O analista cita, nesse filão, os CRIs, os CRAs e as debêntures.
Investimentos seguros na renda variável
De acordo com José Batolari, o investidor não precisa ficar confinado na renda fixa para ter segurança nesse atual momento de instabilidade. Na renda variável, ele cita como uma opção de ativo seguro os fundos imobiliários, por exemplo.
Mesmo o investimento em ações pode ser mais seguro a depender das escolhas que se faça. O analista cita como opções com menor risco de oscilação os setores de saneamento, energia, commodities e bancos.
Impacto sobre o mercado: foco no petróleo
O especialista da Manchester Investimentos diz que, passada uma semana do início do conflito em Israel, “o impacto ainda não é generalizado”. Caso seja, diz, “podemos ver um aumento significativo em preços de commodities como petróleo e grãos”.
Recente reportagem da Inteligência Financeira ouviu representantes de diferentes instituições para apresentar o panorama dos impactos da guerra sobre o mercado. Para os especialistas, o petróleo é um dos principais pontos de atenção.
Acílio Marinello, oordenador do MBA em Digital Finance da Travisan Escola de Negócios, afirmou que se houver ampliação do conflito, envolvendo outras nações, a consequência pode ser de uma provável redução de volume de petróleo no mercado internacional. Portanto, o que pode afetar a inflação, e a redução no ritmo dos investimentos globais.
Conflito entre Israel e Palestina: o que deseja o Hamas e o que está em jogo na guerra?
A Inteligência Financeira respondeu seis dúvidas a respeito do conflito na região da faixa de Gaza, para você que busca informação para entender o que se passa na região e poder compreender melhor sobre investimentos seguros nesse atual momento.
Entre as respostas que você pode conferir na reportagem, estão, por exemplo, o que deseja o grupo Hamas. O Hamas é um grupo de militantes sunitas que defende desde sua criação a extinção do Estado de Israel. Para o grupo, a nação hebraica é ilegítima e ocupa território da Palestina, região sagrada contestada pelo judaísmo e islamismo.
O que ainda está por se saber é a extensão do conflito, que pode envolver outras nações, de dentro e fora da região. O governo de Israel está sendo apoiado pelo seu tradicional aliado, os Estados Unidos, enquanto os olhos se voltam a países da região e outros grupos islâmicos, como o Hezbollah.