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Cripto, renda fixa e novos ETFs de dividendos: o que a Buena Vista tem no forno
Renato Nobile, CEO da Buena Vista, conta em entrevista exclusiva sobre os planos da empresa, como novos ETFs de dividendos
A Buena Vista, que despontou no mercado no final de 2023 apostando em ETFs de dividendos mensais, já faz planos para mais.
A gestora brasiliense de recursos planeja lançar mais produtos que pagam proventos, inclusive de renda fixa e referenciados em criptomoedas.
Foi o que revelou o sócio-fundador e CEO da Buena Vista, Renato Nobile, à Inteligência Financeira.
“A gente tem um espaço grande para novos produtos temáticos que pagam proventos”, disse Nobile em entrevista exclusiva.
Assim, entre os temas que podem referenciar novos ETFs da Buena Vista, disse, estão fundos referenciados no S&P 500, o setor financeiro e criptomoedas.
Tudo com dividendo embutido.
Atualmente, a gestora opera com dois produtos, o Buena Vista US High Income (SPYI11), que espelha o índice norte-americano NEOSSPYI (SPYI).
Este investe em gigantes dos Estados Unidos, incluindo Meta, Berkshire Hathaway e Tesla. O produto oferece dividendo médio de 1% ao mês.
Em junho, lançou o QQQI11, que espelha o Nasdaq-100, composto pelas maiores empresas não financeiras listadas da bolsa.
Neste caso, o produto oferece dividendos mínimo mensal, em dólar, de 1,15%.
Com eles, a gestora alcançou R$ 160 milhões em patrimônio, distribuído entre 14 mil cotistas.
Além disso, a Buena Vista também avalia lançar um ETF de renda fixa local.
“A gente quer muito fazer (…), mas ainda tem uma questão de liquidez”, disse ele.
De acordo com Nobile, mudanças regulatórias envolvendo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a B3 e a Anbima, devem abrir caminho para acelerar o setor nos próximos meses e ano.
Segundo a B3, o mercado de ETFs tem 640 mil investidores e movimenta volume diário médio de R$ 1,5 bilhão, com patrimônio líquido de R$ 50 bilhões.
Para o executivo, uma dessas alterações é a mudança na forma de remunerar os assessores de investimentos.
Em tese, a reforma tenderia a desestimular o modelo do rebate, em que esses profissionais recebem uma espécie de comissão pela ‘venda’ de determinados produtos de investimentos, como fundos.
Nesse aspecto, os ETFs levam desvantagem, já que são produtos com taxa de administração menor e ofertados diretamente ao público, portanto sem remuneração a intermediários.
“Se o assessor ganhar uma taxa fixa sobre o patrimônio do cliente, a tendência é que ele vai buscar produtos mais alinhados com o perfil do cliente”, disse Nobile.
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