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Cresce aposta por vitória de Trump após atentado; como seria um novo governo do republicano para o investidor brasileiro?
O atentado contra Donald Trump no último final de semana aumentou as chances do o ex-mandatário vencer as eleições para a presidência dos Estados Unidos em novembro. Mas qual o impacto de Trump para o investidor brasileiro?
De Ian Bremmer, presidente da consultoria de riscos Eurasia, a Christian Gattiker, estrategista-chefe do banco suíço Julius Baer, os analistas apontam que o episódio fornece gás extra à campanha do republicano para retomar o controle da Casa Branca.
Donald Trump foi vítima de uma tentativa de assassinato durante um comício em Pensilvânia, na costa leste dos Estados Unidos. O ex-presidente, então, foi atingido de raspão na orelha. O atirador foi morto pelo serviço secreto dos Estados Unidos.
Mercado americano
A notícia de que Trump ganhou força no pleito presidencial é, assim, tida como positiva por boa parte do mercado financeiro dos Estados Unidos.
Os operadores de Wall Street enxergam em Donald Trump uma visão mais pró-mercado do que seu oponente, o democrata Joe Biden.
Trump prega a redução de impostos para empresas e aumento de benefícios e proteções para a cadeia produtiva norte-americana.
Ao passo que Biden tem demonstrado uma uma visão mais “social”, com programas dirigidos aos consumidores americanos.
Brasil: impacto de Trump para investidor
Mas essa predisposição de Wall Street por Trump e o atual favoritismo do ex-presidente não necessariamente são boas notícias para os investidores brasileiros.
Com base no que tem falado durante a pré-campanha, e em especial a partir daquilo que fez em sua gestão anterior, Donald Trump não tende a ser, necessariamente, benéfico para os investidores brasileiros.
“Como a política do Trump é uma América grande, tem duas questões. Primeiro, a questão do protecionismo. O Trump mete tarifa contra todo mundo para beneficiar as empresas americanas”, afirmou Rogério Xavier, fundador da SPX, em sua última passagem pelo Brasil, no semestre passado.
“E tem toda a questão da imigração. Os Estados Unidos se fecham para dentro. Se voltam totalmente para dentro. Então, todas as discussões geopolíticas, de tarifas de comércio e migração, elas emergem imediatamente. Para o mundo, então, é pior”, afirmou.
Congresso
Para o economista sênior da Julius Baer, Gabriel Pereira, uma mais provável eleição de Donald Trump acrescentaria risco inflacionário ao mundo. Trump seria, assim, uma péssima notícia para os investidores brasileiros.
No entanto, ele pondera, é fundamental entender outra variável das eleições de novembro: como ficará a composição do congresso dos Estados Unidos.
“A primeira nuance das eleições é se vai ser um Trump com congresso republicano ou um Trump com congresso dividido”, diz.
Se for um Trump com Congresso republicano, aponta Pereira, os Estados Unidos podem caminhar para uma ampliação de déficit fiscal.
“Desde que a solvência fiscal dos Estados Unidos não seja questionada, a ampliação do déficit traria um cenário de valorização do dólar. E formaria um ambiente mais desafiador para países emergentes, inclusive para o Brasil”, conta.
Balança comercial, Trump e investidor brasileiro
José Alfaix, economista da Rio Bravo, aponta para o impacto de um novo governo Trump para a balança comercial brasileira.
Uma das bandeiras de Donald Trump desde sua última passagem pela Casa Branca é a proteção do mercado local, com uma guerra comercial contra produtos industrializados nos exterior, principalmente na Ásia.
Nesta campanha, Trump sinalizou com uma adoção de taxa básica de imposto para importações. “Sabendo que os Estados Unidos são o destino de grande parte das exportações brasileiras, o aumento de impostos sob algumas categorias de produtos poderia ter impacto direto no saldo da balança comercial do Brasil”, aponta Alfaix.
Levantamento divulgado nesta segunda-feira (15) pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) aponta que os Estados Unidos foram o mercado para o qual o Brasil mais cresceu suas exportações no primeiro semestre de 2024.
O Brasil exportou para os EUA US$ 19,2 bilhões nos seis primeiros meses do ano, um aumento de 12% (ou US$ 2,1 bilhões) em relação ao mesmo período do ano anterior.
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