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A palavra é diversificação: como deve ser a composição de uma carteira com renda fixa, variável e cripto?
Vira e mexe, aqui na Inteligência Financeira, a gente sempre fala sobre diversificar os ativos financeiros. Então, hoje, vamos mostrar como montar uma carteira de investimentos dessa maneira: com produtos de renda fixa, variável, e veja só, criptomoedas. E o melhor: de que forma deve ser essa composição para quem tem o perfil conservador, moderado e arrojado. Mas antes de mostrarmos como montar uma carteira de investimentos, a gente te explica, tim-tim por tim-tim, a importância da diversificação.
O que significa uma carteira de investimentos diversificada?
Então, a diversificação no mundo dos investimentos é uma estratégia que envolve a distribuição de seus recursos em diferentes classes de ativos, como ações, títulos de renda fixa, fundos imobiliários, entre outros. “O objetivo é minimizar a volatilidade e o risco associado a um único investimento ou classe de ativos”, explica Amanda Notini, sócia da One Investimentos.
De acordo com a especialista, a diversificação funciona com base no princípio de que os diferentes ativos financeiros reagem de maneira diferente a eventos econômicos e condições de mercado.
“Por exemplo, enquanto as ações podem ser mais voláteis, os títulos de renda fixa tendem a ser mais estáveis. Quando você mantém uma variedade de ativos em sua carteira, as variações negativas em um ativo podem ser compensadas pelas variações positivas em outro, reduzindo assim o risco global da carteira”, esclarece.
E qualquer carteira de investimento precisa ser diversificada?
A diversificação deve ser vista como uma estratégia que pode ser adaptada às necessidades específicas de cada objetivo financeiro. Portanto, montar uma carteira de investimentos com ativos diferentes é indicada em qualquer situação, como:
Reserva de emergência: que deve ser altamente líquida e segura. A diversificação é menos relevante aqui, pois a principal prioridade é a acessibilidade imediata dos fundos em caso de necessidade. Mas, ainda assim, é importante ter diversos investimentos – e diferentes – com liquidez diária nessa reserva.
Objetivos de curto prazo: seja uma viagem ou a compra de um carro, o ideal é manter uma porção significativa em produtos líquidos e seguros. “Mas ainda pode diversificar parte da carteira em ativos de renda fixa de curto prazo para buscar um pouco mais de retorno”, ensina Amanda.
Objetivos de longo prazo: aqui entram a compra de um imóvel e até mesmo a aposentadoria. “Nesse caso, a diversificação é fundamental. Você pode incluir uma ampla gama de ativos, como ações, títulos de renda fixa, fundos imobiliários e, se desejar, investimentos alternativos, para buscar retornos mais altos ao longo do tempo”, conta a sócia da One Investimentos.
Principais critérios de como montar uma carteira de investimentos
Desse modo, é importante saber que, além da diversificação, o grupo de ativos financeiros precisa ser eficaz. Para isso, claro, é preciso considerar diversos critérios para atender aos seus objetivos financeiros, horizonte de investimento e tolerância ao risco.
Portanto, os principais pontos a serem analisados são:
Objetivos financeiros
Determine seus objetivos financeiros de curto, médio e longo prazo. Dessa forma, isso pode incluir economizar para a aposentadoria, comprar uma casa, financiar a educação dos filhos, ou simplesmente aumentar seu patrimônio líquido. Portanto, seus objetivos influenciarão a alocação de ativos na carteira.
Tolerância ao risco
Avalie sua disposição para lidar com a volatilidade e as flutuações nos investimentos. “Isso é fundamental para determinar a proporção de ativos de risco (como ações) e ativos mais seguros (como títulos de renda fixa) em sua carteira”, ensina Amanda.
Horizonte de investimento
Considere o período durante o qual você pretende manter seus investimentos. “Prazos mais longos geralmente permitem uma maior exposição a ativos de maior risco, como ações, devido à capacidade de resistir a flutuações de curto prazo”, afirma a especialista.
Liquidez
Certifique-se de que sua carteira inclua ativos líquidos que possam ser convertidos em dinheiro quando necessário. Afinal de contas, isso é importante para emergências ou para aproveitar oportunidades de investimento.
A importância de ter investimentos com resgate imediato
Como você viu, a liquidez é algo primordial na hora de aprender como montar uma carteira de investimento diversificada. E sabe por quê?
“Porque é essencial para atender a necessidades financeiras imediatas e inesperadas, como despesas médicas inesperadas, reparos urgentes em casa ou outras emergências. Além disso, a liquidez oferece a flexibilidade de aproveitar oportunidades de investimento que possam surgir”, analisa Amanda.
Por outro lado, a quantidade de ativos financeiros com liquidez diária que um investidor deve manter em sua carteira pode variar consideravelmente com base nas necessidades e circunstâncias individuais.
“[Ainda assim], a porcentagem a qual deve-se ser destinada a esse tipo de investimento é, em média, de 10% a 20%”, indica Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management.
Na prática: como montar uma carteira de investimentos
Então, veja só como seria, mais ou menos, a composição de produtos financeiros entre renda fixa, variável e criptomoedas de acordo com o perfil de investidor. Desse modo, então, começamos por Hulisses Dias, mestre em finanças pela Sorbonne. “Eu gosto de trabalhar na mesma estrutura que o Benjamin Graham ensina no livro “O Investidor Inteligente” (Ed. Harper Collins)”, afirma o especialista.
Portanto, para quem tem perfil conservador a diversificação da carteira de investimentos deveria ficar assim:
- Renda fixa: 75%;
- Renda variável (já com criptomoeda): 25%.
“Para o perfil moderado seria 50% de renda fixa e 50% renda variável. Por outro lado, para o arrojado, o interessante seria 75% em renda variável e 25% em renda fixa”, diz o mestre em finanças.
Já pelo olhar de Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management sobre como montar uma carteira de investimentos diversificada, ficaria da seguinte maneira:
Conservador
- Renda Fixa: Cerca de 70-85%
- Renda Variável: Até 15%
- Criptomoedas: Até 5%
Moderado
- Renda Fixa: Cerca de 50-65%
- Renda Variável: Cerca de 20-35%
- Criptomoedas: Até 10%
Arrojado
- Renda Fixa: Até 30%
- Renda Variável: Cerca de 40-70%
- Criptomoedas: Até 15%
“É necessário ressaltar que o rebalanceamento regular é crucial para manter a alocação desejada de ativos. Afinal de contas, a diversificação não elimina completamente os riscos, mas ajuda a gerenciá-los de maneira mais eficaz”, finaliza Gonçalvez.
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