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Dúvida do leitor: como investir mais de R$ 1 milhão por mês?
Ter um bom montante para aplicar é o sonho de muitos brasileiros. E esse é o caso de um dos nossos leitores, que mandou pra gente a seguinte dúvida: “como investir mais de R$ 1 milhão no mesmo mês?”. A gente, claro, foi atrás dos especialistas, que trouxeram opções de como investir R$ 1 milhão a cada 30 dias de acordo com o seu perfil de investidor.
E não paramos por aí. O mesmo leitor também questionou sobre o Tesouro Direto, que antes não podia ter aportes de mais de R$ 1 milhão em um só mês. Mas isso mudou, e a gente explica o que pode e o que não pode.
Como investir R$ 1 milhão no mesmo mês
Começamos, então, trazendo opções de ativos financeiros para quem, assim como nosso leitor, tem mais de R$ 1 milhão e quer saber como investir esse valor no mesmo mês.
Para o conservador: renda fixa é o foco
Portanto, se você tem o perfil conservador, vale saber que a sua carteira é definida conforme o momento econômico. “Mesmo para esse tipo de investidor, precisamos lembrar que no cenário de aumento da taxa de juros, devido a marcação a mercado, os investimentos em renda fixa prefixados realizados sofrerão perdas”, esclarece Mario Okazuka, CEO da GCB Capital.
De acordo com o especialista, na hora de pensar em como investir R$ 1 milhão, ou mais por mês, o investidor conservador deve ter em mente uma carteira dividida da seguinte forma:
- 92% em renda fixa (sendo 62% em ativos pós-fixados, 10% em prefixados e 20% em ativos atrelados a inflação);
- 6% em fundos multimercados;
- 2% no mercado de renda fixa internacional.
“Estamos em um momento bastante propício de adquirir ativos com bons prêmios na renda fixa. Já a posição em multimercado, leva em consideração que esta categoria já estaria em um momento de mínima, podendo, então, apurar ganhos no médio prazo. Na parte offshore, a indicação é para uma proteção de capital em dólar”, argumenta Okazuka.
De olho na renda fixa
Já para Marcos Moreira, CFA e sócio da WMS Capital, o foco do investidor conservador deve ser totalmente na renda fixa.
“Assim, é possível acessar títulos de emissão bancária. Nesse caso, ativos como Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), Letras de Crédito Imobiliários (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) são os mais indicados. Isso porque, são isentos de Imposto de Renda”, explica Moreira.
O especialista ainda faz uma ressalva no caso das LCIs e LCAs “É importante tentar procurar alternativas no mercado secundário que eventualmente possam ter um pouco mais de liquidez”, diz.
Perfil moderado: como investir mais de R$ 1 milhão em um só mês?
Viu só que existem diversas opções para você considerar, certo? Afinal de contas, apenas você sabe qual é o objetivo por trás da dúvida de como investir R$ 1 milhão, ou mais.
Dessa forma, passamos para o perfil moderado. E veja só, segundo Mario Okazuka, a diferença da carteira do investidor conservador para o moderado está na redução de exposição em renda fixa. “Para, assim, distribuir em renda variável (local e internacional), além de um pequeno investimento em ativos alternativos, como as criptomoedas”, conta.
Então, uma boa divisão da carteira para o investidor moderado que quer aplicar mais de R$ 1 milhão no mesmo mês seria:
- 80% em renda fixa local (42% em pós fixados; 14% em prefixados; 24% em inflação);
- 6% em renda variável local;
- 7% em multimercados;
- 4% em renda fixa internacional;
- 2% em renda variável internacional;
- 1% em investimentos alternativos.
“O investidor moderado já possui um maior apetite a risco e, portanto, aumentamos a sua exposição em ativos com maior volatilidade. No caso da renda variável local, no médio prazo, devemos ter um ganho do índice”, argumenta o especialista.
Um pé na renda variável
Em contrapartida, Marcos Moreira acredita que o investidor moderado pode optar por ativos de renda fixa de prazos médios. “E aí eu estou falando de ativos com vencimento em 5 a 6 anos”, afirma.
O especialista comenta que pode ser interessante incluir um pouco de fundo imobiliário. “Afinal, como os fundos imobiliários caíram bastante recentemente, então, as cotas estão em níveis muito mais atrativos”, explica.
E Moreira conta ainda que já existe um espaço para esse perfil de investidor pensar em ações. “Existem excelentes empresas na bolsa, principalmente as empresas de setores mais perenes [como bancário, de alimentação, saúde], que pagam bons dividendos, que tenham alta capacidade de geração de caixa”, diz.
Como os mais arrojados investem R$ 1 milhão ou mais?
Agora, partimos para aquele investidor que está disposto a ter maior risco para conseguir melhor rentabilidade. Nesse caso, Moreira afirma que é possível concentrar um percentual maior da carteira em ativos de renda variável.
“Ou seja, ter uma parcela maior da carteira em ações e em fundos imobiliários, por exemplo. Assim como outros produtos que podem ter uma variação cambial maior”, argumenta.
Já na dica de Mario Okazuca, a carteira do investidor avançado pensando em como investir R$ 1 milhão, ou mais, no mesmo mês ficaria assim:
- Renda fixa: 70% (sendo: pós-fixados: 30%; prefixados: 14%; inflação: 16%)
- Renda variável local: 10%;
- Multimercado: 8%;
- Mercado internacional: 10% (sendo: renda fixa: 6%; renda variável: 4%);
- Investimentos alternativos: 2%.
É possível investir mais de R$ 1 milhão no Tesouro Direto?
E a resposta é sim, é possível investir mais de R$ 1 milhão no Tesouro Direto. Aliás, essa foi outra dúvida do nosso leitor.
“Desde o último dia 18 de novembro, o limite do Tesouro Direto no mês passou para R$ 2 milhões. Temos que lembrar que o objetivo do Tesouro Direto foi dar ao investidor um acesso direto aos títulos públicos, sem a necessidade de intermediação de uma corretora. O entendimento é que investimentos acima deste teto, já seria direcionado para clientes com maior poder aquisitivo. Sendo, portanto, necessária a busca por contrapartes do mercado ou a participação em leilões”, explica Okazuka.
Então, caso você queira fazer investimentos acima de R$ 2 milhões no mês, sabia que também é possível. “Mas isso poderá ser feito por meio da mesa da sua corretora. Uma alternativa, por exemplo, é a aquisição de cotas de fundos que investem diretamente nestes títulos. Nesta segunda opção, o investidor precisa observar que tributariamente é desvantajoso. Afinal, ele estará sujeito ao come-cotas nos meses de maio e novembro”, finaliza o especialista.
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