Gestores turbinaram carteiras com títulos isentos de IR no passado, mostra Anbima
O montante nas mãos dos gestores de patrimônio atingiu a marca de R$ 498,5 bilhões ao final de 2024, um avanço de 8,9% em relação ao fechamento de 2023. A informação foi divulgada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).
A renda fixa cresceu 27,6%, passando de R$ 173,6 bilhões para R$ 221,5 bilhões. Com isso, a fatia destinada a essas aplicações nas carteiras dos gestores passou de 37,9% para 44,4%.
Juntos, os fundos de renda fixa, os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditório) e os títulos públicos representaram 59% do crescimento da renda fixa. Os primeiros avançaram 22,6%, totalizando R$ 58,6 bilhões ao fim de 2024.
Já os títulos públicos cresceram 22,4%, somando R$ 38,4 bilhões. Por sua vez, os FIDCs registraram aumento de 61,8% e terminaram o ano com um montante de R$ 27,4 bilhões.
Enquanto os CDBs (Certificados de Depósito Bancários) somaram R$ 11,7 bilhões, aumento de 37,4% em relação ao fechamento de 2023. As debentures tradicionais cresceram 4%, para R$ 11,9 bilhões, na mesma base de comparação.
Títulos isentos de IR em alta entre gestores
Todos os títulos isentos de imposto de renda juntos avançaram 45,4% no ano e somaram R$ 57,3 bilhões. Um dos destaques foram as debêntures incentivadas, que registraram alta de 65,6% e fecharam o ano em R$ 14,5 bilhões.
As LCIs e as LCAs (Letras de Crédito Imobiliários e do Agronegócio, respectivamente) registraram alta de 60,7%, totalizando R$ 12 bilhões, e de 47,5%, para R$ 11,4 bilhões, nesta ordem.
Os CRIs (Certificados de Recebimento Imobiliários) fecharam 2024 com montante de R$ R$ 8,8 bilhões, crescimento de 32% na mesma base de comparação. Os CRAs (Certificados de Recebimento do Agronegócio) avançaram 22,3%, chegando a R$ 6,1 bilhões.
O crescimento das LIGs (Letras Imobiliárias Garantidas) foi de 16,6%, para R$ 4,4 bilhões. Na contramão dos outros produtos de renda fixa, as Letras Financeiras recuaram 9,5% e fecharam o ano com o montante de R$ 6,7 bilhões.
Com R$ 14,3 bilhões em investimento, a previdência privada corresponde a 2,9% do volume investido, um avanço de 0,6 ponto percentual em relação ao fechamento de 2023.
Renda variável cresce, mas perde participação
O volume aplicado em renda variável aumentou de R$ 156 bilhões para R$ 161,4 bilhões. Mas isso não impediu a redução de 34,1% para 32,4% na fatia destinada ao segmento nos portfólios.
Os fundos de ações tiveram alta de 5,7%, totalizando R$ 74,2 bilhões. Os FIPs fecharam 2024 com alta de 4,9%, somando R$ 28,7 bilhões.
Já as ações ficaram estáveis em R$ 58,1 bilhões.
Fundos multimercados recuam
Os instrumentos híbridos, que incluem os fundos multimercados, imobiliários e de índice, os chamados ETFs, recuaram 15,5%, para R$ 97,9 bilhões, e passaram a responder por 19,6% da composição dos investimentos dos gestores. A queda equivale a 5,7 pontos percentuais quando comparada a dezembro de 2023.
O resultado foi impactado pelo recuo de 23,3% dos fundos multimercados, que fecharam 2024 com R$ 74 bilhões, e respondem por 75% do volume aplicado em híbridos.
Os fundos imobiliários avançaram 20,3%, totalizando R$ 19,8 bilhões, enquanto os ETFs cresceram 42,1%, para R$ 4 bilhões.
Tipos de instrumentos
Entre os instrumentos usados pelos gestão de patrimônio para fazer aplicações, os fundos de investimento avançaram 1,1%, totalizando R$ 316,7 bilhões. O número de fundos, no entanto, caiu 6,3%, para 3.993.
O volume financeiro em carteiras administradas variou positivamente em 25,8%, para R$ 181,8 bilhões. A quantidade cresceu 18,8%, chegando a 30.595 ao final de 2024. Já o número de gestoras de patrimônio cresceu de 148 para 153.
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