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Onde os brasileiros investem? Levantamento mostra algo curioso: investimos mais, porém com mais medo
Neste mês de novembro, a Anbima divulgou o relatório que mostra onde e quanto os brasileiros estão investindo. Por um lado, o número chega a surpreender: investimos cerca de R$ 5,5 trilhões em setembro deste ano. Ou seja: são 9,7% em comparação com o ano passado e não tem relação apenas com os mais ricos. A classe média também está investindo mais. Porém, por outro lado, estamos investindo em títulos, digamos, mais conservadores. Mas afinal, onde os brasileiros investem? É o que vamos ver logo a seguir:
Onde os brasileiros investem
Mais da metade dos investimentos dos brasileiros estava aplicada em títulos e valores mobiliários, que somaram R$ 2,8 trilhões, em setembro de 2023. Impulsionado pelo varejo, tanto alta renda quanto tradicional, o instrumento avançou 18,2% nos nove primeiros meses do ano.
CDBs: os queridinhos dos brasileiros
Os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) registraram alta de 15,1% em 2023, ante o fechamento do ano passado, somando R$ 819,8 bilhões.
Fundos imobiliários em destaque
Entre os fundos, os imobiliários cresceram 19,3% em nove meses, somando R$ 109,7 bilhões em setembro. Segundo Luciane Effting, da Anbima, novamente, a isenção de impostos é um dos chamarizes para o produto. “Além disso, os fundos imobiliários pagam rendimentos periódicos e investem em imóveis, uma aplicação tradicional no país.”
Favorecidos pela Selic em dois dígitos, os fundos de renda fixa avançaram 8,8%, chegando a R$ 553,7 bilhões. Os FIPs (Fundos de Investimento em participação) registraram aumento de 13,6%, totalizando R$ 27,3 bilhões. O avanço dos fundos de ações, que atingiu o patamar de R$ 225 bilhões, foi de 1,6%. Já os multimercados registraram um crescimento tímido: de 0,6%, para R$ 662,2 bilhões. “Os fundos multimercado perderam o fôlego com a alta taxa de juros. Estamos vendo mais um movimento para entrar nos produtos isentos aos impostos”, explica a executiva.
Fugindo do Imposto de Renda
Assim, o volume aplicado em produtos isentos de Imposto de Renda cresceu R$ 228 bilhões (28%), com destaque para as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), que tiveram aumento de 37,6%, totalizando R$ 297,5 bilhões; CRIs (Créditos de Recebíveis Imobiliários), com avanço de 37,3%, para R$ 56,1 bilhões; e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), que somaram R$ 396 bilhões, valor 28,6% maior que o registrado em dezembro de 2022.
“São produtos emitidos por grandes bancos, que reúnem rentabilidade, isenção de impostos, segurança e liquidez. Por isso, se destacam bastante em momentos de taxa de juros em patamares elevados”, pontua Luciane.
Ações em queda
Já o volume que os brasileiros investiram em ações subiu 8,2% e somou R$ 665,3 bilhões.
Poupança perde investidores
Por outro lado, a poupança, um dos investimentos mais tradicionais dos brasileiros, recuou 3,8%, chegando a R$ 912,9 bilhões. A queda mais expressiva em volume foi registrada no varejo tradicional, que concentra a maior parte dos recursos.
Os investidores do segmento retiraram R$ 28,4 bilhões, o que representa recuo de 3,5%, entre janeiro e setembro deste ano. A retração registrada no varejo alta renda foi de R$ 8,1 bilhões (6,2%). Por outro lado, o private registrou alta 2,2% no volume investido na poupança, somando R$ 11,3 bilhões.
“A poupança tem mais concorrência. À medida que os investidores ampliam seus conhecimentos sobre educação financeira, vão direcionando os recursos para aplicações mais rentáveis. Os investidores que usam a poupança como uma conta corrente, consomem esses recursos em momentos de aperto financeiro, de juros altos e de aumento de no índice de endividamento das famílias”, explica Luciane.
Quanto os ricos investiram
Assim, os mais endinheirados investiram R$ 1,6 trilhão, um crescimento de 8,7%, para R$ 1,9 trilhão. A vice-presidente do nosso Fórum de Distribuição, Luciane Effting, chegou a declarar o seguinte: “Assim como o private, o varejo alta renda é mais resiliente a períodos de adversidades macroeconômicos, com investidores conseguindo manter seus recursos aplicados por mais tempo” .
Porém, os investidores mais ricos têm colocado o pé no freio nos investimentos. De acordo com o levantamento mensal feito pela Smartbrain, a alocação dos mais endinheirados aumentou em renda fixa (de 39,49% em setembro para 40,33% em outubro) e previdência (de 6,69% para 6,72%), enquanto caiu em ações e fundos de ações (de 9,2%, para 9,11%) e fundos multimercados (de 38,97% para 38,33%).
Puxado pelo agronegócio, Centro-Oeste avança 12,4%
O agronegócio é o grande responsável pelo crescimento de 12,4% registrado no Centro-Oeste. A região acumula R$ 289,5 bilhões em investimentos de pessoas físicas.
No Nordeste, os investidores aplicaram 10,2% a mais, totalizando R$ 476,3 bilhões.
O Sudeste, onde está a maior parte dos investidores brasileiros, somou R$ 3,7 trilhões em volume investido, alta de 9,7% em setembro na comparação com o fechamento de 2022.
E, com crescimento de 9,4%, o Norte alcançou o patamar de R$ 87,5 bilhões em investimentos.
Por fim, o Sul registrou avanço de 8,3%, somando R$ 930,6 bilhões.
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