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Eleições dos EUA: como a vitória de Trump já impacta o valor do bitcoin?
Com a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, o 47º presidente eleito por lá, devido à insatisfação do eleitor americano com a economia sob o presidente democrata Joe Biden, os investidores se voltaram para os criptoativos. Tanto que logo na manhã desta quarta-feira (6), a cotação do bitcoin disparou. Bateu em US$ 73.800, com os investidores aguardando os US$ 78 mil. Por volta das 10 horas desta quarta, o valor de cada moeda chegou em R$ 420.190,42.
Eleições nos EUA e o bitcoin: quais as expectativas do mercado?
A disputa foi bastante acirrada. Mas, no fim das contas, o empresário de 78 anos assume a presidência dos Estados Unidos quatro anos depois de ter sido removido de lá queixando-se de fraude eleitoral. E também após ter se tornado réu em quatro processos judiciais, respondendo por 91 acusações.
Enquanto isso, no universo cripto, Sebastián Serrano, CEO e cofundador da Ripio, pontua que a última semana foi agitada. Em apenas um dia, os ETFs de bitcoin atraíram US$ 870 milhões em investimentos, cerca de R$ 5 bilhões. De acordo com Serrano, esse é um sinal de que grandes players do setor estão tomando posições estratégicas, prevendo um ambiente regulatório mais favorável caso Trump vença.
“Em outros mercados também há uma valorização de ativos, como em ações na bolsa tradicional, o que aponta para uma expectativa pela eleição do candidato”, ressalta.
Cenário das eleições nos EUA e o bitcoin
Ao longo da disputa presidencial, Serrano ressalta que Kamala Harris, apesar de ter adotado um tom mais favorável ao setor cripto na reta final da campanha, não tem o mesmo envolvimento direto com esse universo como seu oponente.
Já Trump e sua família têm laços mais fortes com o mercado de criptos.
“Se ela tivesse vencido, o o bitcoin teria sofrido uma correção de preço, chegando próximo a U$ 60 mil no curto prazo. Isso porque muitos investidores assumiram posições contando com a vitória republicana,
Mas Donald Trump venceu. E, de cara, o mercado viu a valorização da moeda. No início de outubro, a gestora Bernstein publicou um relatório em que reforçou suas projeções de que uma vitória do republicano impulsionaria o ativo. “Nesse cenário, esperamos que o bitcoin chegue a novas máximas, de US$ 80 mil até US$ 90 mil”, afirmaram os analistas.
A visão de longo prazo para o mercado cripto
Na visão de Serrano, o mercado de criptomoedas tem uma trajetória de crescimento de longo prazo. Portanto, provavelmente não afetará significativamente pela política americana.
“Mesmo depois das eleições, empresas e desenvolvedores seguirão trabalhando para expandir a adoção da tecnologia blockchain, criando casos de uso que sustentem o avanço do setor”, ressalta.
Política fiscal dos EUA e o papel do bitcoin
De acordo com Serrado, um ponto importante pode mexer com o preço do bitcoin e outros ativos: a política fiscal dos Estados Unidos. Em outubro: o déficit fiscal americano acumulou US$ 1,8 trilhão nos últimos 12 meses – um aumento de US$ 138 bilhões em relação ao período anterior.
“A pressão inflacionária só aumenta, com juros altos superando até as despesas de defesa e o Federal Reserve adquirindo grande parte das emissões do Tesouro. Esse cenário deve impulsionar a valorização de ativos no longo prazo e a desvalorização do dólar e de outras moedas fiduciárias”, explica Serrano.
Assim, de acordo com ele, com a expectativa de um dólar enfraquecido no futuro, fundos e instituições mais tradicionais tendem a buscar o ouro como reserva de valor, enquanto as novas gerações provavelmente escolherão o bitcoin.
“Embora um governo de Trump possa trazer mais facilidades regulatórias para as criptos, ele mesmo reconhece a importância dessa tecnologia para o futuro. E, mesmo com um preço de curto prazo incerto, há quem acredite que o bitcoin pode alcançar U$ 80 mil no próximo ano, e, até o fim da década, ultrapassar a marca de U$1 milhão”, completa.
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