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Os investimentos em CDB (Certificado de Depósito Bancário) cresceram 13,1% no primeiro semestre de 2024, totalizando R$ 975,8 bilhões. Com a expectativa de alta da Selic, a rentabilidade desses títulos pode sofrer impactos. Casas como Legacy, XP, BTG e ASA projetam que os juros básicos se aproximem de 12% ao ano no início de 2025.
A elevação da taxa de juros pode favorecer os CDBs pós-fixados, ao passo que os prefixados e híbridos podem apresentar taxas mais atraentes para equilibrar o aumento dos juros.
Os investimentos dos brasileiros em CDB (Certificado de Depósito Bancário) cresceram 13,1% no primeiro semestre de 2024. De acordo com a Anbima, as aplicações no produto totalizaram R$ 975,8 bilhões ao final do período. Mas quanto rende o CDB e como fica essa rentabilidade caso ocorra uma nova alta da Selic?
Nas últimas semanas, cresceu a aposta em uma possível alta da Selic, para conter o avanço da inflação. Portanto, a taxa de juros não só não cairia mais por enquanto, como passaria por um período de altas. Casas como Legacy, XP, BTG e ASA projetam que os juros básicos se aproximem de 12% ao ano no início de 2025.
Para o investidor de CDBs, como esse novo cenário afeta a sua carteira?
Antes de mais nada, é preciso lembrar que quanto rende o CDB depende primeiro de qual a modalidade do título bancário escolhido. A mais comum é que o CDB seja pós-fixado. Ou seja, renda um percentual do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), indicador que acompanha de perto a taxa Selic.
No entanto, o CDB também pode ser prefixado, seguindo uma taxa definida no momento da aplicação. Ou, então, pode ser híbrido, rendendo uma soma de uma taxa prefixada com a inflação medida pelo IPCA.
Para entender mais sobre o funcionamento desse produto e como escolher o melhor título para investir, acesse o e-book O segredo do CDB, produzido pela Inteligência Financeira.
Quanto rende o CDB com alta da Selic?
Para os CDBs que seguem um percentual do CDI, a alta da taxa de juros vai elevar também a rentabilidade dos investimentos. Isso vale, por exemplo, para o popular CDB de liquidez diária, muito utilizado para a formação de reserva de emergência.
“Desconsiderando eventuais riscos de crédito do emissor, os CDBs pós-fixados devem se beneficiar desse novo ciclo de alta de juros”, afirma Fabiano Zimmermann, head de renda fixa do ASA. Para o especialista, para objetivos de curto prazo, de até 1 ano, o produto se torna mais interessante.
O CDI costuma ficar em torno de 0,10 ponto percentual abaixo da Selic. Ou seja, pegando como exemplo um CDB que renda 100% do CDI, temos a seguinte situação: o título que hoje rende 10,40% ao ano (com a Selic a 10,50%) deve passar para algo próximo a 11,90% (com os juros a 12%).
Isso caso a alta da Selic de fato se confirme. E deve ser momentaneamente, uma vez que a perspectiva é que os juros caiam ainda em 2025. “Para os pós-fixados, a tendência é a demanda crescer. Como a Selic não só vai se manter acima de dois dígitos mas tem a expectativa de aumentar, continua muito interessante”, afirma Filipe Arend, head de renda fixa da Faz Capital.
CDBs de longo prazo, prefixados e híbridos
Para os CDBs de vencimentos mais longos, especialmente os prefixados ou IPCA+, a perspectiva é um pouco diferente. No caso desses títulos, a rentabilidade não é impactada diretamente pela taxa Selic.
Contudo, há uma tendência de que as novas ofertas tenham taxas mais atrativas ao investidor para compensar a alta dos juros. Portanto, este seria um bom momento de entrada. “Os investimentos mais aderentes são aqueles de prazos mais longos, acima de 2 anos de vencimento”, avalia Zimmermann, do ASA.
Para quem já investe, a orientação dos especialistas é que, no caso dos CDBs com vencimento mais longo, você aguarde o vencimento. Há casas que ofertam a possibilidade de saída antecipada, mas com perdas, o que pode não valer a pena para o investidor.
“O ideal é o investidor ficar até o final do prazo. Há corretoras que permitem a liquidez, desde que com deságio, que você deixe uma parte do seu lucro na mesa [de negociação] em caso de saída antecipada”, explica Gustavo Corradi Matos, CIO da Medici Asset.