Copom vai elevar Selic para 14,25% na próxima quarta-feira; problema vai ser depois

Aumento colocará a taxa básica de juros em seu maior patamar desde agosto de 2016

Se depender do mercado financeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), pode pular os dois dias de reunião agendados para a semana que vem (terça e quarta-feira) e já anunciar o novo patamar para a taxa de juros Selic.

A reportagem consultou 13 instituições financeiras, entre bancos, casas de análise e gestoras de recursos. Todas elas apostam numa alta de 1 ponto percentual (p.p) para a Selic na semana que vem.

A elevação, se confirmada, colocará a taxa básica de juros em seu maior patamar desde agosto de 2016 – há nove anos e cinco meses.

E, consequentemente, ampliará a política de aperto monetário do BC. A autarquia tenta frear a economia para reduzir a escalada da inflação. A meta inflacionária para 2025 é de 3%. Mas, segundo relatório Focus, com o compilado das apostas do mercado, o IPCA (o índice oficial) fecharia o ano em 5,68% neste momento.

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    O problema é depois

    Se não há dúvidas sobre os rumos do Copom na próxima quarta-feira (19), o problema é o que vem na sequência. As apostas a respeito da jornada da Selic de maio em diante estão ainda bastante bagunçadas.

    Não há consenso sobre até quanto a BC seguirá elevando a Selic. Mas, seis dos agentes consultados acreditam que os juros subirão até alcançar o patamar de 15% ao ano. Essa, segundo eles, será a taxa terminal para o atual ciclo de aperto.

    Três representantes, por sua vez, acham que os juros vão além: deverão chegar a 15,25%.

    E uma única aposta, do banco Santander, é mais pessimista e fala em escalada até 15,50%. Já banco Inter vai em direção oposta. É o único a projetar um freio na Selic antes do 15%. O banco vê os juros terminais em 14,75%.

    Quanto mais a Selic vai subir?

    InstituiçãoSelic na quarta-feira (taxa a.a.)Selic no fim do ciclo (taxa a.a.)
    Santander14,25%15,50%
    J.P.Morgan
    14,25%
    15,25%
    Bradesco
    14,25%
    15,25%
    Suno
    14,25%
    15,25%
    BNP Paribas
    14,25%
    15%
    C6 Bank
    14,25%
    15%
    kinea
    14,25%
    15%
    TAG Investimentos
    14,25%
    15%
    Rio Bravo
    14,25%
    15%
    Nord Investimentos
    14,25%
    15%
    Inter
    14,25%
    14,75%
    Itaú
    14,25%
    Citi
    14,25%

    Copom já indicou que vai elevar a Selic

    Para o banco Inter, a certeza do mercado sobre o resultado do Copom da próxima quarta foi sedimentada pelo próprio colegiado. “O Banco Central foi bastante enfático tanto em seus últimos comunicados quanto na ata, o que nos leva a crer nessa movimentação”, aponta a instituição, em comunicado a investidores.

    O norte-americano JPMorgan concorda. “(A alta está) em linha com a orientação fornecida na última reunião. E amplamente antecipada pelos analistas e pelos preços do mercado”, desta o banco.

    Para os economistas do JPMorgan, o foco desta reunião do Copom, então, passa a ser as sinalizações para o próximo encontro dos diretores do BC, em maio.

    Qual vai ser o recado do Copom?

    A equipe de economia do C6 Bank destaca que desde a última reunião do Copom, em janeiro, algumas variáveis da economia se alteraram. Isso afetou positivamente o cenário para a inflação.

    “Os dados sinalizam que houve uma melhora no cenário para a inflação”, afirma o banco, em relatório.

    A melhora no câmbio, com a apreciação do real frente o dólar, foi um dos destaques. “A valorização registrada na taxa de câmbio deve ter mais que compensado o efeito da elevação das expectativas de inflação”, pontua o banco.

    Seja como for, o JPMorgan não espera por indicações do BC nesta reunião sobre o futuro. “Esperamos que o Copom se torne mais lacônico sobre decisões futuras, aumentando os graus de liberdade e dependência de dados da política monetária”, pontua.

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