Crise na Americanas (AMER3): Rial é acusado pela CVM por irregularidade

Executivo presidiu a companhia por apenas nove dias em janeiro

Sergio Rial foi formalmente acusado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por irregularidades envolvendo a varejista Americanas (AMER3), irregularidades essas que precipitaram a entrada da varejista em recuperação judicial. Procurado, o executivo não se manifestará, segundo informou a assessoria de imprensa à Inteligência Financeira.

Rial, que presidiu a companhia por apenas nove dias em janeiro e logo deixou a empresa após anunciar ter identificado um rombo contábil de cerca de R$ 20 bilhões, foi enquadrado no artigo da lei das Sociedades Anônimas que trata do dever de um administrador de servir com lealdade à companhia, proibindo a obtenção de vantagens pessoais por causa da função, inclusive do uso de informação privilegiada.

Diretor de relações com investidores também é acusado

O termo de acusação da CVM se dirige também contra João Guerra Duarte Neto, que ocupou o cargo de diretor de relações com investidores da Americanas, mas este por possível infração ao artigo da lei que obriga o administrador a comunicar de imediato ao mercado qualquer fato relevante que possa motivar investidores a comprarem ou venderem papéis emitidos pela empresa.

Em 12 de janeiro, no dia seguinte ao anúncio do rombo contábil, Rial e Duarte Neto fizeram uma conferência fechada com clientes do BTG Pactual para dar detalhes sobre o assunto.

Após ter renunciado ao cargo na Americanas, Rial, também ex-presidente do Santander Brasil, afirmou no LinkedIn que descobriu as inconsistências após conversas com diretores da companhia. “Nessas conversas, informações e dúvidas foram compartilhadas e com o natural aprofundamento para entendê-las e dar-lhes direcionamento conjuntamente com o novo CFO (diretor financeiro), André Covre, chegamos ao quadro do fato relevante com transparência e fidedignidade”, escreveu na rede social.