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Rede pode tomar liderança da Cielo nos próximos trimestres, diz BTG Pactual
Rede, do Itaú, e Getnet, do Santander, vêm ganhando participação de mercado desde o terceiro trimestre de 2022 e estão sendo mais agressivas em termos de preços, avaliam analistas do BTG Pactual em relatório. Para eles, se essas tendências continuarem, a Cielo pode perder a sua posição de líder de mercado para a Rede nos próximos trimestres.
O BTG estima que a Rede terminou o primeiro trimestre com 23,3% de participação de mercado, alta de 2 pontos percentuais em um ano. A Cielo, por sua vez, teria ficado com 23,9%, uma perda de 2,2 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2022.
Os cálculos indicam que Getnet ficou com 15,1% (ganho de 0,7 ponto percentual); Stone com 11,3% (alta de 0,3 ponto percentual); e PagSeguro com 10,8% (crescimento de 0,2 ponto percentual).
O banco considerou os resultados já divulgados pelas três primeiras colocadas no mercado de adquirência e fez estimativas para os balanços de Stone e PagSeguro, ainda não divulgados.
De acordo com o BTG, depois de o Santander decidir fechar novamente o capital da Getnet, o volume de pagamentos processados (TPV) pela credenciadora começou a acelerar. Os números indicam que, provavelmente, a empresa tem sido mais agressiva nos valores praticados em grandes contas, sacrificando rentabilidade.
O Itaú, por sua vez, criou uma vertical voltada a pequenos e médios negócios (PMEs) totalmente integrada com a Rede. “Isso permite que o banco considere a rentabilidade dos clientes como um todo, combinando pagamentos, ‘banking’ e crédito”, dizem os analistas.
O BTG destaca que a Cielo teve um resultado acima do esperado no primeiro trimestre apesar da queda em volumes processados, mostrando que tem focado mais em rentabilidade.
Durante a última teleconferência de resultados, no final de abril, o presidente da Cielo, Estanislau Bassols, destacou que alguns concorrentes têm sido agressivos em grandes contas, mas que a empresa seguirá praticando valores sustentáveis.
O vice-presidente de Finanças, Filipe Oliveira, disse ainda que a companhia “não aceita perder market share no varejo de forma contínua” e tem evidências de que talvez precise fazer uma nova expansão da sua força comercial.
Na Stone e na PagSeguro, o crescimento de TPV vêm esfriando, observam os analistas. Eles afirmam que os volumes na Stone têm desacelerado, com o crescimento em micro, pequenas e médias empresas sendo parcialmente compensado pela queda em grandes contas mais recentemente.
Sobre a PagSeguro, observam que os microempreendedores seguem como parte do “DNA” da companhia, mas que a relevância diminuiu significativamente nos últimos anos. O “mix” do TPV mudou, com maior penetração em pequenos e médios negócios. O banco acredita que a empresa ganhará alguma participação de mercado entre micro, pequenos e médios negócios em 2023.
O BTG destaca que as iniciativas de reprecificação colocadas em práticas pelo setor de pagamentos no ano passado ainda devem ter efeito positivo sobre os resultados das companhias em 2023, mas pondera que o mercado de adquirência tem um equilíbrio muito instável devido a diferentes objetivos e interesses de diferentes concorrentes.
O BTG segue com recomendação de “compra” para os papéis da Cielo. Para PagSeguro e Stone, a visão é “neutra”, mas com um viés mais positivo para a primeira.
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