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Qual ação o investidor pode carregar no portfólio para aposentadoria? Leonardo Linhares, da SPX, responde
Empresas citadas na reportagem:
Existe uma ação que o investidor pode carregar em seu portfólio para a aposentadoria? Para Leonardo Linhares, gestor de fundos de renda variável da SPX Capital, a resposta é não. As mudanças da economia e a rotatividade das empresas pelo mundo não oferecem, hoje, uma janela para um prazo tão distante como esse para o acionista.
Mas isso não quer dizer que não há bons ativos de bolsa para um horizonte de longo prazo.
Questionado sobre uma dessas oportunidades para daqui a cinco, dez anos, Linhares respondeu com uma ação que geralmente não está entre as mais disputadas na B3.
E, justamente por isso mesmo, ele aposta nos múltiplos desse negócio para a próxima década.
“Eu vou dar uma ideia: a Copel“, ele destacou. “A Copel acabou de passar por um momento de privatização que eu acho que tem coisas fáceis a serem feitas na empresa na parte de corte de custos, na parte de colocar a empresa na alavancagem (patamar de dívida) ótima, de construir uma cultura, que provavelmente vão gerar, sem grandes riscos a serem tomados, retornos significativos acima do custo de oportunidade, do custo de capital, em uma janela de 5 a 10 anos”, afirmou.
Leonardo Linhares falou com exclusividade ao primeiro episódio do PodInvestir, podcast original da Inteligência Financeira, apresentado por Renato Jakitas.
O episódio, que trata sobre o futuro dos juros e das ações, também conta com a participação de Rodrigo Azevedo. Ele é sócio da Ibiúna e ex-diretor do Banco Central entre os anos de 2004 e 2007.
A primeira edição do PodInvestir pode ser conferida aqui ou nas principais plataformas de streaming.
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Ação para aposentadoria x ação para longo prazo
Apesar do destaque à Copel (CPLE6), Linhares falou das dificuldades, hoje em dia, em garantir os retornos de uma estratégia de renda variável, dentro de um cenário de investimento de longo prazo.
“Eu acho isso muito raro em qualquer lugar do mundo. Se você olhar a rotatividade que ocorreu nos últimos dez, 20 anos no S&P 500, ou seja, nas 500 maiores empresas americanas, você vai ver que aumentou a rotatividade das empresas. Então, se aumentou lá (nos Estados Unidos), imagina aqui, dada a nossa volatilidade, dado tudo o que ocorre”, afirmou.
Leonardo Linhares contou ter quase todo o patrimônio aplicados em fundos da SPX. Para ele, a fórmula para gerir um portfólio de ações de longo prazo passa pela atenção a três pontos.
O primeiro, o respeito ao cenário macroeconômico. O investidor deve escolher um segmento que esteja mais ou menos protegido de grandes alterações.
O segundo, uma empresa tocada por gestores de confiança e com um bom nível de governança. O empreendimento precisa estar preparado para sucessões, sem grandes solavancos.
Por fim, o terceiro: um ativo que esteja atualmente sendo comercializado com um bom desconto, com potencial de valorização para os próximos anos.
“Seguindo esse processo, sendo disciplinado, você vai acertar mais do que errar e controlar seu erros”, afirma.
“É o que a gente tem conseguido quando a gente olha as janelas mais longas. Não é que a gente está aqui para ganhar dinheiro todo dia, não é isso. Mas, quando a gente olha os ciclos de mercado, os ciclos econômicos, (essa metodologia faz com que) a gente consiga gerar ideias, consiga gerar alocação de risco.”
Sobre o PodInvestir
O PodInvestir é um podcast original da Inteligência Financeira. A apresentação é do jornalista de finanças e economia Renato Jakitas.
Todos os meses, conversamos com os principais gestores de fundos de investimento do Brasil, de forma descontraída, sobre os temas que movimentam o mercado financeiro e que mexem com o bolso do investidor.
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