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Juscelino Filho é indiciado por suposto desvio no Maranhão e se defende: ‘ação política’
A Polícia Federal (PF) decidiu indiciar o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, por organização criminosa e corrupção passiva em um inquérito que apura suspeitas de desvio de emendas parlamentares direcionadas à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Segundo o Valor apurou, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi avisado que o relatório final sobre o caso seria enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na Corte, o inquérito é relatado por Flávio Dino, que foi colega de Juscelino na Esplanada dos Ministérios.
Após o indiciamento, o ministro das Comunicações afirmou que o pedido faz parte de uma ação política contra ele e que a investigação busca “criar uma narrativa de culpabilidade perante a opinião pública, com vazamentos seletivos, sem considerar os fatos objetivos”. Em nota, Juscelino questionou a isenção do delegado responsável pelo caso e compara o seu modo de atuação ao adotado na Operação Lava Jato.
As supostas irregularidades aconteceram em obras de pavimentação de ruas de Vitorino Freire, no interior do Maranhão, enquanto Juscelino ocupava mandato de deputado federal. A cidade é governada por Luanna Rezende, irmã do ministro.
Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que 80% da estrada custeada pela emenda beneficiou propriedades dele e de seus familiares na região.
“A investigação, que deveria ser um instrumento para descobrir a verdade, parece ter se desviado de seu propósito original. Em vez disso, concentrou-se em criar uma narrativa de culpabilidade perante a opinião pública, com vazamentos seletivos, sem considerar os fatos objetivos”, disse Juscelino, em nota.
“O indiciamento é uma ação política e previsível, que parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito. É importante deixar claro que não há nada, absolutamente nada, que envolve minha atuação no Ministério das Comunicações, pautada sempre pela transparência, pela ética e defesa do interesse público”, acrescentou.
Para Juscelino, a investigação “revira fatos antigos e que sequer são de minha responsabilidade enquanto parlamentar”. Na visão dele, embora a indicação dos recursos para a realização de obras tenha sido feita por ele, cabe ao Executivo e aos demais órgãos competentes acompanharem a sua execução.
No texto, Juscelino reclama do delegado responsável pelo caso, por supostamente não ter feito “questionamentos relevantes sobre o objeto da investigação”. “Além disso, o encerrou abruptamente após apenas 15 minutos, sem dar espaço para esclarecimentos ou aprofundamento”, alegou.
O ministro também questiona a isenção do delegado e diz que o seu modo de atuar repete o modelo adotado na Operação Lava-Jato, que resultou na prisão inclusive de Lula.
“É importante lembrar que o indiciamento não implica em culpa. A Justiça é a única instância competente para julgar, e confio plenamente na imparcialidade do Poder Judiciário. Minha inocência será comprovada ao final desse processo, e espero que o amplo direito de defesa e a presunção de inocência sejam respeitados”, concluiu o ministro.
Com informações do Valor Econômico
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