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Senado aprova indicação de Gabriel Galípolo à presidência do BC; veja sete destaques
O economista Gabriel Galípolo teve sua indicação à presidência do Banco Central aprovada nesta terça-feira (8) no plenário do Senado Federal. Em placar com folga, de 66 votos a favor da nomeação e apenas 5 votos contra, o economista assume o cargo após o término do mandato de Roberto Campos Neto, atual presidente da autoridade, em dezembro.
Durante a sabatina que antecedeu a votação em plenário, Galípolo sinalizou como pode ser seu mandato à frente da autarquia em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O colegiado aprovou a nomeação de forma unânime.
Veja sete destaques da sabatina que podem indicar como será o mandato de Galípolo no BC.
1. Metas de inflação
Ao responder perguntas de senadores, Gabriel Galípolo, por exemplo, se mostrou contrário ao voto do Banco Central no Conselho Monetário Nacional (CMN). A instituição é votante do conselho ao lado dos Ministérios da Fazenda e Planejamento.
Na sabatina do Senado, Galípolo vê a adoção de meta contínua pelo Banco Central como um “aperfeiçoamento” em relação ao sistema anterior de alvo de inflação.
Ao comentar sobre a meta para 2024, Galípolo afirmou que existe uma desancoragem da expectativa de inflação que vem preocupando a diretoria do BC.
“O BC trabalha com modernização e adequação às melhores práticas, analisando o horizonte relevante, inflação corrente com projeções”, afirma.
Mas Galípolo diz que cabe ao BC também seguir metas “estabelecidas pelo Poder democraticamente eleito”.
“As metas estabelecidas são estabelecidas pelo poder democraticamente eleito, cabe à sua diretoria (do BC) seguir a essa meta. Polos críticos da autonomia do BC gostariam que houvesse perseguição de meta fora da estabelecida. Eu defendo que o BC não deveria nem votar na meta do CMN”, pontuou o economista.
2. Crescimento do PIB
Para Galípolo, economistas vêm recalculando projeções para a economia brasileira ano após ano. Isso porque o PIB potencial do Brasil, na visão do indicado à presidência do BC, pode ter aumentado.
“Fazem alguns anos que as projeções tem se assemelhado aos aplicativos de transito, recalculando a rota no meio do trajeto”, brincou Gabriel Galípolo na sabatina do Senado.
“As projeções para a economia tem sido revistas e recalculadas projeções de crescimento vem surpreendendo para cima. Há a hipótese de que o PIB potencial do Brasil vem crescendo, seja por reformas aprovadas em anos recentes, mas a mensuração de crescimento pelas reformas são difíceis. O efeito é mais aparente na produtividade do setor agro”, completou.
Mas para ele o aumento de PIB potencial tem correlação com a política fiscal, com efeitos para consumo e inflação efeito para consumo e se adequa para o que vemos assistindo.
3. Inflação
A inflação para 2024 é importante na visão de Galípolo, mesmo que não esteja dentro do horizonte relevante olhado pelo BC, que é o IPCA de 2026.
“A inflação de 2024 é uma informação muito relevante, especialmente porque a gente tem que combinar inflação corrente com expectativas e projeções de inflação”, disse.
Gabriel Galípolo afirmou na sabatina do Senado que a inflação deste ano, que se mantém acima da meta do BC, foi influenciada pelo crescimento acima do esperado da economia do Brasil e o choque de câmbio. No ano, o dólar sobe contra o real brasileiro, gerando inflação sobre importações de bens e serviços.
“A expectativa desancorada, mercado de trabalho mais apertado, condições que parecem mais adversas no câmbio e economia que vem surpreendendo recomendaram essa maior prudência do ponto de vista da política monetária”, afirmou Galípolo
4. Relação com Lula e Roberto Campos Neto
“Tenho a melhor relação possível com os presidentes Lula e Roberto Campos Neto” disse Galípolo.
“Gerei uma grande expectativa de que o BC fosse reality show com brigas com o Roberto. Sinto decepcioná-los”, prosseguiu.
Sobre comentários de Lula feitos a respeito da atuação do atual presidente do BC em 2023 e 2024, o economista afirmou que “não tem relações polarizadas”, e que gostaria de ter contribuído para uma melhora relação entre a instituição e governo. “Hoje ela é a melhor possível.”
observáveis, inflação corrente, mercado de trabalho. O horizonte que olhamos era mais para frente, desancoragem incomoda, não mudou da última pesquisa Focus, câmbio mais desvalorizado, economia crescendo, recomendamos essa maior prudencia da política monetária.
quando esse caráter distributivo, vem colaborado para crescimento mais elevado.
5. Pix como ‘infraestrutura essencial’
Gabriel Galípolo disse na sabatina do Senado que gostaria de reforçar o “arcabouço constitucional” para tornar o Pix um serviço essencial como água ou eletricidade.
“Hoje o sistema de pagamento instantâneo é essencial. Temos essa necessidade de termos arcabouço constitucional para que façamos investimento necessários”, comentou Galípolo.
“Precisamos de pessoas 24 horas e sete dias na semana, além de investimentos em diversas inovações. Vemos reforçando isso, e equipe do BC vem subsidiando essa discussão no Congresso.”
6. Concurso público para o BC
Galípolo defendeu que o BC vem passando por uma redução de funcionários. Por outro lado, avaliou que as atribuições ao contingente da autoridade vem aumentando.
“Vemos o BC passando por redução de pessoal com mais atribuições”, afirmou o indicado. “O nível de excelência dos servidores, contudo, é fantástico. Eu fui muito bem acolhido”, disse.
“Precisaríamos ter mais gente. Ao mesmo tempo, me parece que tema da PEC é mais remuneratório.”
7. Banco Central e bets
Galípolo defendeu estudos do Banco Central sobre sites de apostas esportivas, as bets.
A função do BC, diz o indicado à presidência da autoridade, envolve o impacto das bets em no endividamento de brasileiros. Além disso, cabe entender impactos em consumo e atividade econômica, em indicadores como inflação, avaliou Gabriel Galípolo na sabatina do Senado.
“Passamos a fazer estudos internos e dialogar com instituições financeiras (sobre as bets.”
Galípolo também defendeu os números apresentados no estudo do BC sobre o setor. De acordo com os dados, brasileiros transferiram R$ 20,8 bilhões a sites de apostas em agosto. Desse montante, R$ 3 bilhões vieram de beneficiários do Bolsa Família.
“Tive uma grande desconfiança (sobre os números do BC), mas os dados foram se confirmando, inclusive no que foi divulgado.”
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