PIB dos Estados Unidos cresce 2,9% no 4º trimestre e supera consenso; Dólar avança

Para 2023, o mercado acredita na continuidade da desaceleração da economia, especialmente se o Federal Reserve mantiver as taxas de juros em níveis elevados

O produto interno bruto (PIB) dos Estados Unidos avançou 2,9% no quarto trimestre de 2022, de acordo com os dados preliminares divulgados pelo Bureau of Economic Analysis. O valor superou o consenso do mercado, que projetava alta de 2,6%.

No acumulado de 2022, o PIB aumentou 2,1%, contra 5,9% em 2021. Os dados definitivos do PIB americano serão divulgados no dia 23 de fevereiro, após revisão.

Diante do crescimento acima do esperado, o dólar ganhou força no mercado internacional.

Às 10h50 (em Brasília), o Dollar-Index (DXY) – indicador que compara a força do dólar americano diante de uma cesta de 22 divisas internacionais – avançava 0,25%. Na comparação com o real, a moeda americana subia 0,52%, a R$ 5,09.

Os principais índices das bolsas dos Estados Unidos também reagiram positivamente ao dado. No mesmo horário, o S&P 500 avançava 0,53%, o Dow Jones crescia 0,21% e o Nasdaq 0,93%.

Tendência para 2023

Para 2023 continua a tendência de desaceleração ano a ano, especialmente se o Federal Reserve mantiver as taxas de juros em níveis elevados. Economistas de Wall Street preveem desaceleração já no primeiro trimestre – e um crescimento quase nulo no ano. Alguns até acham que os EUA entrarão em recessão.

Componentes do PIB

Segundo o Bureau, o crescimento da economia refletiu o aumento dos investimentos em estoques privados, dos gastos do consumidor, gastos do governo federal, além dos governos estaduais e regionais, que foram parcialmente compensados por reduções nas exportações. As importações, que são subtraídas no cálculo do PIB, reduziram.

Em comparação com o terceiro trimestre, a desaceleração do PIB no quarto refletiu principalmente uma desaceleração nas exportações e no investimento fixo não-residencial, além dos gastos dos governos estaduais e regionais e nos gastos do consumidor.

Esses movimentos foram parcialmente compensados pelo aumento dos investimentos privados em estoques, pela aceleração dos gastos do governo federal e por uma menor queda nos investimentos fixos residenciais. As importações reduziram menos no quarto trimestre do que no terceiro.

O aumento no investimento privado foi liderado pela manufatura (principalmente derivados de petróleo e carvão, bem como produtos químicos), seguido por mineração, serviços públicos e indústria de construção, impulsionada por serviços públicos.

A alta dos gastos de consumo refletiu se deu em serviços e em bens. Dentro dos serviços, a alta foi liderada pelos cuidados de saúde, habitação e serviços públicos e outros serviços pessoais. Dentro dos bens, o principal contribuinte foi o setor de veículos automotores e autopeças.

Dentro dos gastos do governo federal, o gasto foi liderado por compras não relacionadas à defesa. Nos governos estaduais e regionais o aumento refletiu principalmente na alta da remuneração dos funcionários públicos.

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