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Rogério Zampronha, CEO da Prumo: Brasil pode liderar transição energética
Presidente-executivo da administradora do Porto do Açu falou à IF durante o Itaú BBA Macro Vision
A conversa global sobre a necessidade de trocar os combustíveis fósseis por alternativas menos poluidoras para desacelerar o aquecimento do planeta vem de décadas, mas, ao provocar um forte aumento dos preços de energia, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia se tornou outro argumento de peso a favor da diversificação.
Nessa transformação, existe uma grande oportunidade para o Brasil se tornar uma potência mundial, na avaliação de uma das empresas que estão liderando a área de transição energética no país, a Prumo. Controlada pelo fundo de investimentos americano EIG e pelo Mubadala, o fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos, a companhia administra o Porto do Açu, no litoral norte do Rio de Janeiro, atraindo e abrigando, em seu entorno, indústrias focadas em infraestrutura.
“A situação geopolítica da Europa causou uma discussão enorme sobre temas relacionados à substituição do gás natural como fonte básica de energia para as residências e as atividades industriais e europeias”, disse à IF Rogério Zampronha, presidente-executivo da Prumo, durante o Macro Vision, seminário anual realizado pelo banco de investimentos Itaú BBA, na semana passada. O que se busca é uma fonte “renovável e abundante, produzida por várias regiões para que não se fique dependente de uma só nação. O Brasil é o principal símbolo de energia renovável, abundante e de baixo custo de todo o planeta. Pode ter uma posição similar à que hoje a Arábia Saudita tem para o petróleo.”
Alcançar esse lugar não depende apenas da iniciativa privada, na opinião de Zampronha. É preciso ter uma política de Estado para negociar acordos de longo prazo com outros países ou blocos econômicos.
“Política de Estado não é subsídio. O setor não precisa de subsídio. Precisa que o governo promova os produtos oriundos da transição energética nas suas discussões multilaterais como já promoveu a proteína animal e os grãos, que são itens importantes para a economia brasileira, por exemplo”, afirmou Zampronha. “Esse engajamento ainda não existe de maneira formal, e torço para que o governo que virá tenha percepção da importância dessa pauta para o desevolvimento socioeconômico do Brasil. Oportunidades para uma nação se desenvolver aparecem uma vez em décadas.”
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