Pagar dívida ou investir? Saiba o que considerar na hora de montar seu planejamento financeiro

Pagar dívidas e investir fazem parte de um bom planejamento financeiro. Veja dicas do que considerar na hora de decidir a melhor opção para você

Na teoria, pagar dívidas e investir devem fazer parte do seu planejamento financeiro. Isso porque uma boa gestão contempla o curto, o médio e o longo prazo, considerando seu custo de vida, suas despesas do dia a dia e também reservas para a poupança e investimento, estabelecendo metas para isto.

Entretanto, na prática, nem sempre é o que acontece. É muito comum a dúvida: é mais vantajoso pagar dívida ou investir esse dinheiro?

Guardar dinheiro para investir ou pagar minhas contas? O que é melhor?

Já me deparei com casos de pessoas que, de forma regrada, mensalmente investiam 20% de suas rendas. Atitude aprovadíssima por mim e indicada por 10 entre 10 dos especialistas em finanças e planejadores financeiros. Mas, o problema fica por conta do alto custo do investimento, visto que não houve planejamento prévio, tampouco organização financeira para isto. Nestes casos, geralmente, o investimento sai muito caro.

Por exemplo, se este investimento mensal for realizado às custas do uso do limite da conta, o famoso cheque especial, do parcelamento da fatura do cartão crédito ou, ainda pior, usando o rotativo do cartão de crédito, este investimento não vale a pena.

Em outras palavras, é o mesmo que estar rasgando dinheiro, pois uma aplicação no tesouro direto, por exemplo, rende 13,25% ao ano. Já os juros cobrados pela utilização do cheque especial chegam a mais de 300% ao ano e os juros do rotativo do cartão de crédito até 450% ao ano.

Então, o que fazer para não perder dinheiro?

Para bom planejamento financeiro, uma dica é usar a regra 50-30-20, ou algo similar, em que 50% da renda é destinada aos gastos fixos e essenciais como moradia, alimentação, água, luz, internet; 30% é destinada ao seu “estilo de vida”, como roupas e lazer, e 20% para poupança e investimento, prevendo a construção de uma reserva de emergência e realização de sonhos e objetivos.

Contudo, não existem verdades absolutas. Por isto, defendo que é essencial buscar uma adaptação de uma regra similar para a sua realidade.

Dicas para investir melhor

Se ainda restar dúvida se haverá ganho ao atrasar uma dívida para investir, deixo algumas dicas:

  1. Analise e compare as taxas juros, tanto a que será paga pelo atraso quanto a que será obtida pelo investimento;
  2. No caso de antecipação de dívida, busque entender se haverá vantagem. Compare o desconto pela antecipação com o rendimento obtido na aplicação;
  3. Se você possui um investimento e por alguma razão ficou inadimplente, avalie as possibilidades antes de resgatar o dinheiro aplicado. O primeiro passo é sempre buscar ajustar o orçamento, reduzindo o gasto em algo para suprir o pagamento em atraso. Além disto, às vezes trocar uma dívida cara por uma mais barata pode ser vantajoso, mas cada caso é um caso. Sempre analise! Vou te dar um exemplo: pegar um empréstimo para quitar dívidas pode ser vantajoso caso as suas dívidas tenham juros altos e o empréstimo conte com juros baixos. Além disso, os juros devem ser equivalentes ou menores que o rendimento de seu investimento.

Planejamento financeiro

Porém, é importante ratificar que o real sentido do planejamento financeiro é que você consiga manter em dia seu orçamento mensal, custo de vida, despesas mensais, gastos com viagens, lazer, reserva de emergência, poupança, investimento, incluindo seus sonhos. Lembre-se que os benefícios de um planejamento financeiro incluem:

  • Saber para onde o seu dinheiro foi no fim do mês;
  • Evitar ou reduzir os gastos desnecessários;
  • Ter uma vida mais equilibrada;
  • Iniciar e manter uma reserva de emergência;
  • Programar seus investimentos;
  • Ajudar a transformar seus sonhos em objetivos.

Assim como não se deve viver para pagar contas, investir tendo dívidas em atraso é muito arriscado e perigoso. É preciso que cada situação seja analisada individualmente.

Afinal, economia não é somente sobre economizar e investir, é sobretudo, sobre escolhas. Como afirma Gustavo Cerbasi, “o planejamento financeiro traz uma série de benefícios como independência e previsibilidade. Mas a principal consequência é a paz”.