Empresa familiar: saiba como o Grupo Boticário lida com a sucessão no comando de suas franquias

Vem conhecer as lições que a empresa pode te ensinar sobre sucessão familiar

No Brasil existe uma característica que é bastante comum entre as empresas nacionais: cerca de 90% delas têm perfil familiar, foi o que apontou um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E o Grupo Boticário está dentro desta grande fatia.

Isto porque, a empresa, criada há 46 anos, por Miguel Krigsner, teve por um bom tempo a liderança de Artur Grynbaum, que é cunhado do fundador da companhia. Hoje, o executivo, que é vice-presidente do Conselho do Grupo Boticário, afirma acreditar muito no potencial de uma empresa familiar.

“Uma coisa é uma companhia ser de controle familiar, e outra coisa é uma empresa de gestão familiar, que é um sistema que eu não concordo. Aquela história de meu filho vai sentar na minha cadeira ou meu primo tem direito a isso. Aqui [no Grupo Boticário] ninguém tem direito a nada. A gente busca fazer o melhor para o negócio. Então, acho que começa daí o alinhamento para que o negócio dê certo”, pontua.

Um chapéu para cada situação

Além disso, outra premissa bastante importante dentro da companhia é a comunicação. De acordo com Grynbaum, que conversou com a equipe do videocast Visão de Líder, o diálogo deve ser o mais transparente possível entre todos dentro do Grupo Boticário. Inclusive, claro, na liderança.

“A gente aprendeu que existem chapéus diferentes para cada situação. Então, tem o chapéu da família, dos melhores amigos, dos sócios e o chapéu do Miguel como chefe. Afinal de contas, a maior besteira que dá em negócio familiar é quando, por exemplo, você recebe uma pergunta do seu sócio e responde como amigo. Por isso, acho que você acertar os canais de comunicação já tem ganho absurdo para a questão da sociedade familiar”, acredita o executivo.

Sucessão familiar é levada a sério no Grupo Boticário

Grynbaum também contou que a companhia possui um programa que auxilia os franqueados na hora da sucessão familiar. Ou seja, quando o dono da franquia quer passar as rédeas do negócio para algum integrante de sua família.

“Somos a primeira empresa do mundo a ter um projeto desse. E existe toda uma metodologia por trás do programa. Nós temos, por exemplo, um consultor que ajuda o franqueado a tomar a melhor decisão sobre quem vai suceder o comando dos negócios. Em seguida, esta pessoa que foi escolhida faz um curso preparatório de 2 anos dentro do Grupo Boticário para ser aprovado no programa de sucessores”, explica.

Aliás, já houve casos de pessoas que foram reprovadas no projeto. “Geralmente, quando isto acontece, alguns franqueados dizem que eu não posso recusar o sucessor. [E aí], eu peço desculpas e digo que posso fazer sim, porque eu estou cuidando, em primeiro lugar, do interesse do franqueado. Mas, por outro lado, estou atento ao meu interesse também”, afirma vice-presidente do Conselho do Grupo Boticário.

E o que mais Artur Grynbaum tem a dizer?

Ao longo da conversa com a Inteligência Financeira, o executivo falou também sobre outros assuntos, como tecnologia, as perspectivas para o Brasil, a evolução do Grupo Boticário e muito mais.

No vídeo, você assiste a entrevista a partir do ponto que ele fala sobre a empresa e sucessão familiar. Mas é possível ver o bate-papo desde o início. Eu, se fosse você, não perderia por nada esta conversa.