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“Vamos continuar pagando dividendos altos para nosso acionistas, sem alavancar a companhia”, diz Rodrigo Barbosa, CEO da Aura Minerals
Uma empresa canadense de exploração de ouro e cobre encontrou no mercado de capitais brasileiro seu principal foco. Tanto que a Aura Minerals (AURA33), que está listada na bolsa de Toronto (TSX), tem 70% de seu capital nas mãos de brasileiros. “Brasileiro gosta da Aura”, disse o CEO da companhia, Rodrigo Barbosa. Rodrigo, aliás, é um executivo bastante peculiar. Ele veio da indústria têxtil, passou por banco de investimento e tinha como missão arrumar a casa. A Aura vinha passando por um processo complicado quando ele foi convocado para ser CEO da companhia, há quase 8 anos.
Hoje, portanto, a Aura apresenta números robustos. O EBITDA ajustado do primeiro semestre deste ano foi de US$ 110 milhões – crescimento de 70% em cima do primeiro semestre do ano passado. A receita líquida, também nesses seis primeiros meses do ano, foi de US$ 266,5 milhões, um aumento de 46% sobre o mesmo período de 2023.
E agora, então, vem a parte que faz os olhos dos minoritários brilharem: no último trimestre, a Aura distribuiu US$ 25,4 milhões. Isso representa um dividend yield de 8,8% nos últimos 12 meses. “Somos um dos maiores pagadores de dividendos do setor de mineração de ouro do mundo”, afirma Rodrigo.
Foi sobre tudo isso, então, que o CEO conversou com a Inteligência Financeira para este Visão de Líder, que você acompanha na íntegra no vídeo acima, ou lê os principais trechos da conversa logo abaixo.
Produção da Aura
Além do Brasil, a Aura ainda tem operações em Honduras e México. A unidade da Colômbia ainda não entrou em produção. “É um projeto greenfield que ainda vai ser desenvolvido”, disse Rodrigo.
Assim, a mineração de ouro profissional e sustentável é altamente tecnológica. Rodrigo Barbosa conta que no início, na época dos colonizadores portugueses, era possível minerar 100 gramas de ouro por tonelada. Hoje em dia, essa média é de um grama por tonelada. Sim, um mísero grama… “Então, é bom que você faça isso de forma eficiente.”
Essa é uma das diferenças da mineração do ouro para o minério de ferro, por exemplo. O ferro, conta Rodrigo, está mais na superfície do solo. E está em grandes áreas, que são mineradas para gerar o volume de receitas e atender a demanda de mercado. “Todo ouro do mundo enche apenas duas piscinas olímpicas.”
Por que o ouro está tão caro?
A onça do ouro (que equivale a 28 gramas do metal) está sendo cotada em algo como US$ 2,5 mil – um dos preços mais elevados dos últimos anos.
O que, então, explica esse preço tão alto?
“É uma combinação de fatores. O mundo está vivendo várias incertezas, o que normalmente leva o preço do ouro para cima. São incertezas geopolíticas, com duas guerras grandes como a da Ucrânia e a Rússia, e a de Israel com a Palestina. Há também incerteza quanto à perspectiva de várias moedas, principalmente o dólar. E ainda as estratégias dos bancos centrais,, que compram ouro para diversificar do dólar”, afirmou o CEO da Aura nesta entrevista.
Dividendos aos acionistas
A Aura é conhecida entre minoritários como uma boa pagadora de dividendos. E, ao que tudo indica, assim deve continuar. Palavra do CEO. “De lá para cá, após 2022, três, 6,5, dividend yield recentemente mais dividendo que deu 8,8% combinado a recompra de ação nos últimos 12 meses. “Assim, a gente pretende continuar pagando altos dividendos. Temos uma política interna de distribuir 20%, menos o CAPEX recorrente, e sem alavancar a companhia.”
Um executivo com perfil de investidor que gosta de arriscar
O CEO da Aura, então, tem boa parte de seus investimentos alocados em ações da própria empresa – “e isso tem me proporcionado bastante retorno”.
Ele, portanto, sempre gostou do mercado de capitais e, até agora, manteve um perfil mais agressivo nos investimentos. “E, para mim, ter inteligência financeira é fazer o dinheiro trabalhar para você, e não você trabalhar para ele.”
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